Campos Neto destaca cautela recomendada na política monetária, abre dados de crédito
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta segunda-feira que ? recomendada cautela na condu??o da pol?tica monet?ria no pa?s, e que a d?vida p?blica alta ? importante fator de risco, apontando que houve aumento nos juros de 5 anos especialmente para os pa?ses de d?vida mais elevada --Brasil e ?frica do Sul.
Em apresenta??o divulgada pelo BC, Campos Neto divulgou que a prorroga??o de opera??es de cr?dito no ?mbito da renegocia??o de d?vidas junto a bancos chegou a 535,7 bilh?es de reais no per?odo de 16 de mar?o a 15 de maio, tendo como pano de fundo a crise provocada pela pandemia do coronav?rus.
Ele reiterou ainda mensagem da ?ltima reuni?o do Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom), apontando que o colegiado considera um ?ltimo ajuste nos juros, n?o maior que o corte de 0,75 ponto realizado em maio. Hoje, a Selic est? em 3% ao ano.
'O Comit? reconhece que se elevou a vari?ncia do seu balan?o de riscos e ressalta que novas informa??es sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminui??o das incertezas no ?mbito fiscal, ser?o essenciais para definir seus pr?ximos passos', trouxe a apresenta??o, preparada para reuni?o de Campos Neto com representantes da Organiza??o das Cooperativas Brasileiras.
FINANCIAMENTOS NA CRISE
Sobre o comportamento do mercado de cr?dito em meio ? crise, a maior parte das renegocia??es foi feita pelos bancos p?blicos grandes: 50,9% do total. Aparecem em seguida as institui??es privadas de grande porte, com fatia de 27,9%.
A abertura de dados pelo BC tamb?m mostrou que, considerando os segmentos de corporate (grandes empresas), middle (m?dias empresas), MPE (micro e pequenas empresas) e pessoas f?sicas, o valor das opera??es negociadas foi maior para as fam?lias, chegando a 335,7 bilh?es de reais, ou 62,7% do total.
As empresas m?dias responderam por 20,4% do valor do cr?dito repactuado no per?odo, seguidas pelas micro e pequenas empresas (11,1%) e pelas grandes empresas (5,9%).
J? em rela??o ?s novas contrata??es, o BC contabilizou 441,8 bilh?es de reais em opera??es de 16 de mar?o a 15 de maio, sendo que nesse caso as grandes empresas sa?ram na frente, abocanhando 57,9% do total. Pessoas f?sicas v?m na sequ?ncia (22,6%), com m?dias empresas (11,6%) e micro e pequenas (8%) atr?s.
Para as novas contrata??es, a rela??o entre p?blicos e privados se inverteu, com os bancos privados sendo mais atuantes. Das opera??es totais, 59% foram fechadas pelos grandes bancos privados e apenas 19,1% pelos maiores bancos p?blicos.
T?TULOS PRIVADOS
Na apresenta??o, Campos Neto tamb?m chamou a aten??o para a capta??o l?quida negativa de 6,6 bilh?es de reais de t?tulos privados no acumulado de janeiro a mar?o deste ano. No mesmo per?odo do ano passado, havia sido registrado uma capta??o de 16,2 bilh?es de reais.
O movimento foi capitaneado pelas deb?ntures livres, com uma capta??o l?quida negativa de 4,8 bilh?es de reais acumulada no primeiro trimestre deste ano, frente a aumento de 22,3 bilh?es de reais em igual etapa de 2019.
Segundo Campos Neto, os valores negociados e spread de deb?ntures aumentaram de maneira significativa no in?cio da quarentena no mercado secund?rio, mas come?aram a ceder a partir de meados de abril.
Escrito por Reuters
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