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Candidatos fustigam Bolsonaro e Haddad em debate na TV Record

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Por Ricardo Brito

BRAS?LIA (Reuters) - Em um esp?cie de pacto velado de n?o agress?o entre si, a maioria dos candidatos ? Presid?ncia direcionaram suas cr?ticas aos dois primeiros colocados nas pesquisas de inten??o de voto, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), tachando-os de extremistas, no pen?ltimo debate da disputa presidencial na televis?o, promovido pela Record, na noite de domingo.

Bolsonaro e Haddad foram os alvos principais das cr?ticas dos presidenci?veis de espectro pol?tico mais ao centro, que cobraram o fim do discurso do ?dio que disseram traz riscos para a democracia e para a economia, e pregaram uma concilia??o para o pa?s superar a divis?o, voltar a crescer e gerar empregos.

Presidenci?veis tamb?m aproveitaram o debate para exaltar as manifesta??es de rua do s?bado em cidades brasileiras e at? fora do pa?s convocadas por mulheres, que tinham como mote principal o voto contra o candidato do PSL.

Bolsonaro, que n?o participou do encontro por recomenda??o m?dica ap?s ter recebido alta hospitalar no s?bado depois de passar tr?s semanas internado se recuperando de atentado ? faca, foi o mais fustigado.

Ainda assim, foi criticado por todos os presidenci?veis por suas pol?micas declara??es.

Ap?s ser perguntada pelo candidato do PDT, Ciro Gomes, sobre a opini?o dela a respeito da 'assustadora frase' de Bolsonaro de que n?o reconheceria o resultado das elei??es se n?o for o vencedor --dada em uma entrevista no hospital na sexta-feira--, a candidata da Rede, Marina Silva, disse que o advers?rio do PSL tem 'atitude antidemocr?tica, desrespeita as mulheres, ?ndios, negros, a popula??o brasileira'.

'Com essa frase, desrespeita o jogo democr?tico. Numa democracia, se n?o temos comprova??o de que houve fraude, n?o se pode entrar no jogo se for para ganhar de qualquer jeito. Para mim, essas palavras s? podem ser uma coisa: Bolsonaro fala muito grosso, mas tem momentos que amarela. Amarela mesmo. Isso s?o palavras de quem j? est? com medo da derrota. Da derrota que ser? dada a ele pela atitude autorit?ria', acrescentou Marina.

Na r?plica, Ciro Gomes disse assinar embaixo as declara??es de Marina e provocou Bolsonaro dizendo que ele se recusava a ir ao debate. Ciro chegou a fazer uma compara??o pessoal com o fato de que, na semana passada, ele tamb?m foi hospitalizado para passar por procedimento m?dico, mas, mesmo assim, participou de um debate em outra emissora de TV.

'Estamos assistindo a todos os dias declara??es antipovo, antipobre. Ele (Bolsonaro) nem sequer d? direito ? popula??o brasileira (ouvi-lo), estando sadio', disse Ciro, para quem 'o Brasil n?o aguenta mais essa radicaliza??o odienta'.

No encontro, o candidato do PSL tamb?m foi alvo de ataques devido a declara??es e propostas de aliados que vieram a p?blico no per?odo em que estava hospitalizado, como a fala de seu candidato a vice, general Hamilton Mour?o (PRTB), cr?tica ao pagamento do d?cimo terceiro sal?rio, e a sugest?o do seu principal assessor econ?mico, Paulo Guedes, favor?vel ? cria??o de um imposto nos moldes da CPMF.

O candidato do MDB e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, abordou o tema em questionamento para Marina.

'Eu nunca vi na minha vida um candidato que vai governar para os mais fortes, que vai governar para os mais ricos. Eu espero que ele esteja no pr?ximo debate para explicar', respondeu Marina.

O ?ltimo debate na TV est? marcado para a quinta-feira, dia 4, mas n?o se sabe se o candidato do PSL vai participar -- o presidente do partido, Gustavo Bebianno, disse ? Reuters na semana passada que Bolsonaro n?o vai.

PT NA MIRA

Refor?ando sua posi??o como candidato do ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva, Haddad esquivou-se o tanto quanto pode nos debates de embates diretos com advers?rios, mas sua candidatura foi duramente criticada, como no caso de suposta sugest?o --citada por Marina-- de que o PT quer controlar a imprensa e o Judici?rio e o fato de Haddad ter citado a possibilidade de uma constituinte.

Marina e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, buscaram comparar Bolsonaro com o PT, representado por Haddad. O tucano citou que o candidato do PSL, assim como os petistas, votaram contra o Plano Real e as quebras do monop?lio das comunica??es e do petr?leo.

'Impressionante como o radicalismo se atrai, esse n?o ? o caminho, e esta semana ? uma semana decisiva, essa que vai mudar as elei??es', disse Alckmin, ao responder uma pergunta de Meirelles.

Nas suas interven??es, Haddad preferiu falar sobre propostas e defendeu o legado de Lula, principal mentor da sua campanha e que, preso desde abril, teve a candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa.

Ao buscar adotar um tom moderado, o ex-prefeito de S?o Paulo disse que vai revogar o 'entulho democr?tico' das reformas que o governo do presidente Michel Temer levou adiante, e que Bolsonaro quer 'aprofundar essa agenda' ao falar em 'cortar direitos e taxar os pobres'.

A Ciro Gomes, Haddad chegou a aventar a possibilidade de ampliar o leque de apoios no segundo turno. 'Nesse momento temos o PCdoB e o Pros conosco. No segundo turno, vamos ver quem ter? mais proximidade conosco'.

Escrito por Redação

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