Carteira verde e amarela não virá para tirar direitos, mas para dar opções a trabalhadores, diz Guedes

Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro ainda vai se manifestar sobre a carteira verde e amarela, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendendo que o instrumento n?o vir? para acabar com os benef?cios vigentes, mas para dar op??es aos trabalhadores.

'Ningu?m mexe nos direitos, s? d? mais op??es', disse ele a jornalistas, ap?s se encontrar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). 'O assunto ? muito s?rio, o presidente vai se manifestar', completou.

Guedes reiterou que o lugar da equipe econ?mica ? simplesmente de formular e reiterou que a Proposta de Emenda ? Constitui??o sobre a Previd?ncia n?o mexer? em regras trabalhistas, mas abrir? a porta para que esses temas sejam trabalhados ? frente.

Mais cedo, Guedes explicou que a nova carteira verde e amarela ser? amparada pelo regime previdenci?rio de capitaliza??o. Mas pontuou que essa regulamenta??o da nova op??o trabalhista 'seguramente' vir? depois, n?o sendo contemplada na PEC.

Questionado sobre a rea??o contr?ria de centrais de trabalhadores, apontando que a carteira criaria uma segunda classe de trabalhadores, Guedes afirmou que o governo est? buscando solucionar os defeitos do sistema atual, que, na sua vis?o, n?o promove a cria??o de empregos.

Guedes tamb?m apontou que Bolsonaro ir? se debru?ar sobre o assunto no momento devido.

'O presidente est? se recuperando, ? um timing que n?s precisamos respeitar, quando ele voltar ele tem que definir algumas vari?veis importantes, como o tempo de transi??o, as idades, se esse novo regime (de capitaliza??o) vem agora ou vem depois. Porque ? perfeitamente poss?vel voc? consertar esse regime que est? a? (de reparti??o) e lan?ar as bases de um novo regime para, de novo, encaminhar ao Congresso para estabelecer essas novas bases', disse.

'Os sindicatos t?m que ter paci?ncia tamb?m. A ?nica certeza que os sindicatos podem ter ? que a vida n?o vai ser como antigamente, onde os l?deres sindicais t?m vida muito boa ?s custas dos trabalhadores, que n?o t?m emprego nem benef?cios previdenci?rios corretos', acrescentou.

PERSPECTIVA NO SENADO

Falando sobre o tempo de an?lise da reforma da Previd?ncia no Senado, Alcolumbre pontuou que h? consenso entre os senadores para acompanharem a tramita??o do texto ainda na C?mara dos Deputados para, depois, tocarem o processo com celeridade.

O presidente do Senado, contudo, n?o estimou um prazo para a conclus?o da vota??o.

Para ser aprovada, uma PEC precisa do aval de tr?s quintos dos parlamentares, em vota??o em dois turnos em cada Casa do Congresso.