Casa dos Ventos investirá R$2,4 bi em complexo eólico no RN; prevê expansão futura
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Por Luciano Costa
S?O PAULO (Reuters) - A desenvolvedora de projetos de energia Casa dos Ventos investir? cerca de 2,4 bilh?es de reais para implementar um complexo de gera??o e?lica no Rio Grande do Norte, que ainda poder? ter a capacidade praticamente duplicada no futuro, informou a companhia nesta ter?a-feira.
O empreendimento ter? uma pot?ncia instalada de 445 megawatts e utilizar? equipamentos da dinamarquesa Vestas, que anunciou mais cedo nesta ter?a-feira um contrato para fornecer 106 turbinas ao complexo da empresa brasileira. O valor n?o foi divulgado, mas geralmente equipamentos respondem pela maior parte do custo do projeto.
O diretor de Projetos e Novos Neg?cios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, afirmou que cerca de 5% da produ??o dos parques foi vendida em leil?o realizado pelo governo brasileiro no ano passado, enquanto o restante ser? oferecido a consumidores no chamado mercado livre de eletricidade, no qual grandes empresas podem negociar diretamente seu suprimento.
'Estamos trabalhando agora para vender essa energia. Estamos conversando com grandes consumidores e pretendemos nos pr?ximos tr?s a seis meses ter isso equacionado', afirmou ele, em entrevista ? Reuters.
A empresa ir? agora buscar financiamentos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico e Social (BNDES) e ao Banco do Nordeste (BNB) para o empreendimento, que tem opera??o prevista para o segundo semestre de 2021. Tamb?m n?o est?o descartadas emiss?es de deb?ntures para levantar recursos.
O complexo e?lico, sob o nome Rio do Vento, ? dividido em diversas usinas, e eventualmente os interessados poder?o at? fechar contratos que incluam uma op??o de compra futura de uma ou mais unidades do parque.
Ao se tornarem s?cios do projeto, os clientes podem ter acesso ? energia por custos ainda menores, afirmou Araripe, lembrando que a regula??o do setor el?trico isenta de alguns encargos empresas que investem na produ??o da pr?pria eletricidade.
A Reuters publicou em janeiro que a Casa dos Ventos pretendia construir mais usinas e?licas para vender a produ??o em contratos privados, ap?s a empresa ter anunciado no in?cio do ano um acordo de venda de energia para a Vale, com op??o de a mineradora adquirir o parque de 151 megawatts na Bahia, no futuro.
'Podemos assinar contratos normais de longo prazo, ou o cliente pode ter tamb?m uma op??o de compra de uma fatia do projeto referente ao consumo dele, para ser s?cio. A? ele vira s?cio depois, n?o corre o risco de implanta??o, constru??o', explicou o diretor.
EXPANS?O
O projeto da Casa dos Ventos tem potencial para uma segunda fase que poderia levar a capacidade a 950 megawatts. Tanto a linha de transmiss?o quanto a subesta??o do empreendimento ser?o constru?dos j? levando em conta a futura expans?o, segundo a empresa.
'Esse ? nosso maior projeto at? ent?o, e fomos bem no detalhe, escolhemos o nosso melhor empreendimento. ? um projeto fora da curva em termos de vento, tem um desvio padr?o muito baixo, um vento muito constante, de velocidade, e como ele est? no n?vel do mar tem uma densidade alta', disse Araripe.
Ele afirmou que isso significa que o parque pode alcan?ar um fator de capacidade m?dio pouco acima de 60% pelo crit?rio de classifica??o conhecido como P-50.
'Quando voc? casa esse vento excepcional com a grande escala do projeto, chega a um custo de 'gera??o de energia muito baixo', disse.
O diretor afirmou que a expans?o dever? ser viabilizada mais ? frente, devido a algumas limita??es para conex?o ? rede que existem atualmente na regi?o do parque.
Enquanto isso, a empresa provavelmente focar? o pr?ximo investimento em um projeto de at? 400 megawatts na Bahia, para o qual a Casa dos Ventos deve come?ar a buscar contratos logo ap?s concluir as negocia??es para venda da energia de Rio do Vento.
Araripe comentou ainda que a Casa dos Ventos pretende replicar nos pr?ximos projetos a estrat?gia adotada no complexo no Rio Grande do Norte, negociando uma parcela m?nima de energia em leil?es do governo para depois buscar contratos no mercado livre.
'Hoje vejo muito pouca probabilidade de viabilizarmos projetos 100% via leil?o. Enxergamos como um primeiro passo, mas os pre?os n?o viabilizam retornos (adequados) se voc? vender todo projeto ao pre?o do leil?o', afirmou ele.
Os valores pagos pela energia leil?es federais t?m ca?do em meio a um forte interesse de investidores pelos contratos e a uma baixa demanda por energia dos novos projetos, fatores que acirram a competi??o nos certames, nos quais vencem as usinas com menor tarifa final.
(Por Luciano Costa; edi??o de Roberto Samora)
Escrito por Redação
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