Cemig avalia saídas para manter 1,78 GW em usinas com concessão a vencer até 2025
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Por Luciano Costa
(Reuters) - A estatal mineira Cemig tem avaliado alternativas para manter em seu portf?lio tr?s hidrel?tricas que somam 1,78 gigawatt em capacidade, uma vez que o contrato de concess?o dos empreendimentos vence em 2024 e 2025, quando eles ent?o poderiam ser colocados em leil?o pelo governo federal.
O presidente da Cemig, Cledorvino Belini, afirmou nesta segunda-feira que a empresa estima que o governo cobrar? cerca de 8 bilh?es de reais como b?nus de outorga ao relicitar os ativos, um montante que a companhia n?o teria condi??es de levantar.
'O que tenho visto ? o capital estrangeiro invadindo e vencendo, porque eles t?m um custo de capital t?o baixo que n?s n?o temos condi??o de disputa', afirmou o executivo, ao participar de audi?ncia p?blica na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Em situa??o semelhante, a Cemig perdeu em 2017 as usinas de Jaguara, Miranda, S?o Sim?o e Volta Grande, que somavam quase 3 gigawatts em capacidade e cujos contratos venceram. Os empreendimentos acabaram arrematados em leil?o pela francesa Engie, a chinesa SPIC e a italiana Enel.
Agora, as usinas pr?ximas do vencimento s?o S? Carvalho, com 78 megawatts (2024), Emborca??o, com 1.192 MW (2025) e Nova Ponte, com 510 MW (2025).
'Temos de um lado a regula??o... e de outro lado uma necessidade real de manter essas usinas. J? foi um pecado perdermos aqueles 3 GW de S?o Sim?o, Jaguara, Miranda e Volta Grande. O desafio est? realmente colocado na mesa', acrescentou Belini, que pediu ajuda dos parlamentares mineiros no caso.
O diretor comercial da empresa, Dimas Costa, tamb?m presente na audi?ncia sobre o futuro da Cemig, explicou que a legisla??o define uma alternativa que autoriza a prorroga??o sem licita??o dos contratos em caso de privatiza??o de ativos, o que poderia permitir que a Cemig continuasse s?cia das usinas, embora como minorit?ria.
'J? tem um grupo de empres?rios mineiros que querem participar junto com a Cemig dessas usinas, seriam s?cios da Cemig nessas usinas', afirmou ele, dizendo que o grupo ficaria com 51% dos ativos, caso as conversas avancem.
Essa solu??o, no entanto, dependeria dos pol?ticos mineiros, uma vez que a constitui??o do Estado obriga uma aprova??o por dois ter?os na Assembleia Legislativa no caso de aliena??o do controle de empresas estaduais.
'Isso ? uma coisa que tem que ser discutida, tem que haver uma emenda desta Casa... sen?o, vamos perder essas concess?es daqui a cinco anos', afirmou Costa.
Ele n?o entrou em detalhes sobre os empres?rios mineiros que estariam apoiando a proposta --disse apenas que o interesse deles seria em ter acesso a energia pr?pria para uso em suas atividades, a chamada autoprodu??o.
PRIVATIZA??O
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), tem afirmado que pretende privatizar a Cemig, mas o CEO da companhia n?o quis se prolongar ao ser questionado sobre o assunto por parlamentares mineiros.
'A quest?o da transfer?ncia do controle acion?rio dos 17% que percencem ao Estado compete ao acionista, ele que deve decidir. N?s temos que buscar efici?ncia, produtividade, baixar custos, e ? o que estamos fazendo', afirmou Belini.
Ele admitiu, no entanto, avaliar que a Cemig poderia ser mais eficiente se sob gest?o privada, e afirmou tamb?m que a empresa n?o tem recursos para realizar todos investimentos que deveria.
'N?s temos uma capacidade de investimento da ordem de 6 bilh?es de reais, mas n?s precisar?amos de 21 bilh?es. Continua faltando 15 bilh?es. Esse ? o gargalo... algu?m tem que fazer, ou o Estado, ou iniciativa privada', afirmou.
Ele citou como exemplos os recursos necess?rios para renovar a concess?o das hidrel?tricas e aportes atrasados em distribui??o, al?m de potenciais investimentos que a empresa n?o tem condi??es de fazer no momento, como em energia solar.
O executivo, no entanto, afirmou que a Cemig est? em condi??o financeira melhor, ap?s dificuldades nos ?ltimos anos, uma vez que o endividamento da companhia caiu para uma posi??o mais confort?vel, com uma rela??o entre d?vida l?quida e Ebitda de cerca de 3 vezes, ante 4,98 vezes em 2016.
'Isso significa uma situa??o est?vel, boa. Teve uma situa??o muito ruim h? dois anos, a empresa estava em uma situa??o calamitosa', disse.
Belini, ex-presidente da Fiat na Am?rica Latina, afirmou que tem cortado cargos como uma das medidas para aumentar a efici?ncia da Cemig --ele citou como exemplo redu??o no n?mero de conselheiros e suplentes, assim como de diretorias.
Escrito por Redação
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