China vai abrir mão de taxas sobre alguns embarques de soja e carne suína dos EUA
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Por Dominique Patton e Yawen Chen
PEQUIM (Reuters) - Em gesto positivo, a China informou nesta sexta-feira que vai abrir m?o de tarifas sobre alguns embarques de soja e carne su?na dos Estados Unidos, no momento em que os dois lados tentam fechar um acordo para acabar com sua guerra comercial.
As isen??es de tarifas foram baseadas em pedidos de empresas individuais para importa??es de soja e carne su?na dos EUA, disse o Minist?rio das Finan?as em comunicado, citando uma decis?o do gabinete do pa?s. O minist?rio n?o especificou as quantidades envolvidas.
Diversas fontes do setor privado nos Estados Unidos e na China interpretaram o an?ncio como confirma??o oficial de isen??es tribut?rias sobre at? 10 milh?es de toneladas de soja e um volume desconhecido de carne su?na que as fontes disseram ter sido oferecido a importadores mais cedo este ano.
A China tinha adotado as tarifas como uma contramedida ?s taxas impostas por Washington devido a alega??es de que a China rouba e for?a a transfer?ncia de propriedade intelectual dos EUA a empresas chinesas. A taxa??o foi de 25% sobre soja e carne su?na, em julho de 2018, com al?quotas adicionais de 10% sobre su?nos e 5% sobre soja em setembro deste ano.
A isen??o acontece em meio a negocia??es entre EUA e China para concluir a 'fase um' de um acordo para afastar a guerra comercial que tem afetado os mercados financeiros, as cadeias de oferta e o crescimento econ?mico global.
Inicialmente, esperava-se que um acordo fosse alcan?ado no m?s passado, mas ambos os lados ainda negociam quest?es importantes, como quais tarifas ser?o revertidas e o tamanho das compras agr?colas que a China est? disposta a fazer junto aos EUA.
Embora o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha dado um tom otimista quanto ao progresso das negocia??es na quinta-feira, uma nova rodada de tarifas norte-americanas, impostas a cerca de 156 bilh?es de d?lares em importa??es chinesas, est? prevista para entrar em vigor em pouco mais de uma semana, no dia 15 de dezembro.
Segundo uma fonte do setor, que pediu para n?o ser identificada devido ? sensibilidade do assunto, as isen??es tarif?rias anunciadas pela China s?o um sinal de comprometimento do pa?s com o acordo.
'O objetivo (desse movimento) ? expandir as compras e tranquilizar os EUA', disse uma fonte chinesa que assessora Pequim nas negocia??es comerciais.
'Isso deve ser interpretado como um sinal positivo. Apesar das diversas dificuldades pol?ticas que os dois lados enfrentam, coopera??o econ?mica e comercial e a??es para conter a escalada da guerra comercial s?o do interesse de ambas as partes.'
SAFRA DO BRASIL
No in?cio da disputa tarif?ria, as taxas impostas por Pequim ? soja norte-americana chegaram a levar o fluxo da mais valiosa exporta??o agr?cola dos EUA a uma virtual interrup??o, embora a China tenha oferecido isen??es a compradores nos ?ltimos meses.
No entanto, tais isen??es jamais foram detalhadas publicamente e, de acordo com um analista, j? teriam terminado. As novas exce??es, assim, podem ter vindo tarde demais.
'As entregas para dezembro j? est?o bastante grandes, e em seguida vamos entrar na safra do Brasil', disse Darin Friedrichs, analista s?nior de commodities da INTL FCStone na ?sia.
'Neste momento, h? um espa?o limitado para novas compras de soja dos EUA.'
As isen??es para a carne su?na devem atrair maior demanda, uma vez que a cria??o chinesa de porcos foi dizimada por surtos de peste su?na africana, e o pa?s se v? a menos de dois meses do Ano Novo Lunar, per?odo de pico de consumo da prote?na na China.
Um segundo assessor do governo chin?s disse que as isen??es s?o adequadas para Pequim, pois ajudam a atender ? demanda do mercado local por tais produtos e, ao mesmo tempo, a reduzir o super?vit comercial com os EUA.
'Podemos muito bem comprar soja dos EUA ao inv?s da do Brasil. Na verdade, o Brasil est? nos vendendo o que era comprado dos EUA, e eles at? aumentaram os pre?os antes de vender para a gente. Nesse caso, ? melhor comprarmos dos EUA', afirmou.
(Reportagem de Min Zhang, Huizhong Wu, Chen Yawen e Dominique Patton)
Escrito por Reuters
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