CNI/Ibope aponta tendência de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad

BRAS?LIA (Reuters) - Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira aponta para a tend?ncia de segundo turno na disputa presidencial entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os candidatos com eleitores mais convictos, e refor?a o contexto de polariza??o eleitoral.

O levantamento demonstrou ainda que quase um ter?o do eleitorado tem alta probabilidade de mudar seu voto para evitar a vit?ria candidato que n?o gosta, mas aparentemente Bolsonaro, primeiro colocado na pesquisa com 27 por cento das inten??es de voto, e Haddad, com 21 por cento, seriam os menos prejudicados com eventuais mudan?as de decis?o do eleitor.

'Claramente s?o os dois candidatos que t?m um percentual elevado de inten??o de votos, que a gente pode chamar de fi?is', explicou o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

'Eles (os eleitores) est?o mostrando que n?o v?o mudar de voto, claramente mostrando a polariza??o que est? ocorrendo neste momento.'

Pela sondagem, cerca de tr?s em cada 10 eleitores poderiam mudar seu voto -- 28 por cento responderam que a probabilidade de deixar de votar no candidato de prefer?ncia ? alta ou muito alta.

Mas 55 por cento dos entrevistados que declararam voto em Bolsonaro classificam sua decis?o como definitiva, sem chance de mudan?a, enquanto entre os que declaram voto em Haddad, a parcela dos que n?o mudar?o 'de jeito nenhum' seu voto ? de 49 por cento.

Segundo Fonseca, os eleitores mais propensos a mudar sua posi??o s?o justamente os que responderam que votariam em Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).

'? um cen?rio que est? levando a crer que a gente vai ter uma disputa final entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro', disse o gerente da CNI.

Na pesquisa divulgada nesta quarta, Ciro Gomes registrou 12 por cento, seguido por Alckmin, com 8 por cento, e Marina Silva (Rede), com 6 por cento.

Nas simula??es de segundo turno, o candidato do PSL aparece numericamente ? frente apenas contra Marina (40 a 38 por cento), mas fica atr?s de Haddad (42 a 38 por cento), Alckmin (40 a 36 por cento) e Ciro (44 a 35 por cento), este ?ltimo, o ?nico caso de vantagem al?m da margem de erro.

A ?ltima sondagem CNI/Ibope tinha sido divulgada no final de junho, antes do registro dos candidatos e de o ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva ter sua candidatura rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo formalmente substitu?do por Haddad.

Na ocasi?o, no cen?rio sem Lula, Bolsonaro liderava com 17 por cento, no limite do empate t?cnico com Marina, que tinha 13 por cento. Em seguida apareciam Ciro, com 8 por cento, e Alckmin, com 6 por cento. Haddad tinha 2 por cento.

No levantamento mais recente do Ibope, encomendado pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S.Paulo e divulgado na ?ltima segunda-feira, Bolsonaro tinha 28 por cento, seguido por Haddad (22 por cento), Ciro (11 por cento), Alckmin (8 por cento) e Marina (5 por cento). Essa sondagem foi realizada entre os dias 22 e 23.

Para a pesquisa encomendada pela CNI, o Ibope ouviu 2.000 pessoas entre os dias 22 e 24, em 126 munic?pios. A margem de erro da pesquisa ? de 2 pontos percentuais.

O Ibope tamb?m mediu a popularidade do governo do presidente Michel Temer, que sem mant?m baixa. O percentual dos que classificam o governo como '?timo' ou 'bom' permanece em 4 por cento, comparado a levantamento de junho, enquanto o percentual dos que o consideram 'ruim' ou 'p?ssimo' passou de 79 por cento para 82 por cento.

A pesquisa identificou ainda que avalia??o negativa do governo Temer cresceu nas regi?es Sul e Centro-Oeste.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)