Com enterros em valas comuns por crise do coronavírus, Manaus sofre com falta de caixões

Por Bruno Kelly

MANAUS (Reuters) - As mortes pelo surto de coronav?rus em Manaus est?o aumentando t?o rapidamente que o principal cemit?rio da cidade est? enterrando cinco corpos ao mesmo tempo em valas coletivas. Em breve, a capital do Amazonas poder? ficar sem caix?es.

Manaus foi a primeira cidade no Brasil a ficar sem unidades de terapia intensiva dispon?veis nos hospitais devido ao avan?o da Covid-19, mas autoridades alertaram que v?rias outras est?o chegando perto dessa condi??o no pa?s, que registrou um recorde de 6.276 novos casos de coronav?rus nesta quarta-feira.

Agentes funer?rios em Manaus chegaram a enterrar caix?es um em cima do outro nesta semana, mas a cidade interrompeu a pr?tica depois de protestos de familiares dos mortos.

Corpos est?o se acumulando em um cont?iner refrigerado improvisado como necrot?rio enquanto aguardam o enterro. No cemit?rio principal do Tarum?, foi aberta uma nova ?rea onde os agentes funer?rios cavavam fileiras de valas para cinco caix?es de cada vez.

A Prefeitura disse que o sistema funer?rio de Manaus estava entrando em colapso e ficando sem caix?es.

Apenas dois parentes podem comparecer aos enterros e, ?s vezes, n?o h? ningu?m para acompanhar os caix?es at? o t?mulo. A cidade est? recomendando que as fam?lias optem por cremar seus mortos.

Em audi?ncia no Senado para tratar da pandemia, o ministro da Sa?de, Nelson Teich, foi cobrado a enviar ajuda, e disse que o Amazonas hoje ? a 'prioridade absoluta' do minist?rio.

Segundo o secret?rio-executivo do minist?rio, Eduardo Pazuello, o governo enviar? na quinta-feira um avi?o com respiradores, equipamentos de prote??o e outros insumos para o Estado.

'? importante compreender que n?o h? nenhuma vantagem em uma cidade ter prioridade... deve-se ? total situa??o de calamidade que est? vivendo', afirmou.

De acordo com dados do minist?rio, o Amazonas tem 4.801 casos confirmados de Covid-19 e 380 mortos. No total, o Brasil soma 78.162 casos e 5.466 ?bitos.

A taxa de mortalidade crescente no Brasil ? a mais preocupante de todos os pa?ses emergentes, disseram analistas do Deutsche Bank em nota divulgada nesta quarta-feira.

(Reportagem adicional de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)