Com problema na safra dos EUA, ADM vende milho do Brasil à Smithfield, dizem fontes
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Por Roberto Samora e Ana Mano
S?O PAULO (Reuters) - A unidade brasileira da Archer Daniels Midland e outros comerciantes de gr?os n?o identificados est?o vendendo milho para os Estados Unidos, disseram duas fontes com conhecimento do assunto, citando a Smithfield Foods como compradora do cereal sul-americano.
As compras feitas pela maior produtora de carne su?na do mundo ocorrem em um momento em que os EUA registram um atraso hist?rico no plantio de milho, diante de enchentes que est?o atrapalhando os trabalhos e amea?am reduzir a colheita norte-americana, o que resultou em alta nos pre?os na bolsa de Chicago.
'Estamos apenas achando destino para o Brasil e abastecendo quem l? (nos EUA) j? viu que vai faltar e n?o quer esperar para pagar mais caro. Apenas sendo mais r?pido e nada mais', disse uma fonte na ADM, que n?o tem autoriza??o para falar publicamente.
As fontes disseram que a Smithfield possui instala??es portu?rias na Costa Leste, o que facilita neg?cios com o milho estrangeiro, como j? registrado anteriormente, quando a companhia preferiu importar a trazer gr?os caros do Cintur?o do Milho norte-americano.
De outro lado, o Brasil, segundo exportador global de milho atr?s dos EUA, est? colhendo uma safra recorde do cereal e tem registrado um c?mbio favor?vel para exporta??es.
A ADM recusou-se a comentar. A Smithfield n?o retornou pedidos de coment?rios. As fontes n?o forneceram os nomes dos outros operadores que est?o exportando.
Uma fonte disse que a Smithfield, subsidi?ria do grupo chin?s WH, teria encomendado entre 5 e 10 remessas de milho do Brasil, com a mercadoria sendo carregada nos navios entre setembro e janeiro.
A outra fonte disse que o Paraguai e a Argentina tamb?m est?o enviando milho para os EUA, com o total de compromissos envolvendo o produto sul-americano chegando a cerca de 1 milh?o de toneladas.
As ?ltimas ocasi?es em que o Brasil vendeu quantidades significativas de milho para os EUA foram em 2012 e 2013, quando uma seca fez com que o pa?s se voltasse para a Am?rica do Sul em busca de suprimentos.
As exporta??es brasileiras de milho para os EUA totalizaram 1,7 milh?o de toneladas nos dois anos somados, de acordo com dados do governo brasileiro.
EXPORTA??O BRASILEIRA
As vendas para os norte-americanos ilustram como o Brasil poder? tirar proveito de atraso hist?rico no plantio de milho dos EUA, tamb?m o maior produtor mundial.
Al?m de vender aos EUA, o Brasil tamb?m poder? abocanhar mercados tradicionalmente abastecidos pelos norte-americanos.
Os EUA tinham plantado at? domingo 67% da ?rea projetada para milho, versus 96% da m?dia dos ?ltimos cinco anos para o per?odo, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgados na segunda-feira.
O governo do Brasil previa que as exporta??es de milho cresceriam 25% nesta temporada, para 31 milh?es de toneladas, mesmo antes que os problemas relacionados ao clima afetassem as planta??es de milho dos EUA.
Segundo especialistas, o atraso nas lavouras norte-americanas poder? resultar em uma produ??o menor, abrindo espa?o aos brasileiros.
Consultorias privadas, como a FCStone, j? projetam um recorde de 33 milh?es de toneladas de embarques do Brasil.
O aumento das exporta??es brasileiras tamb?m ser? fundamental para reduzir os estoques do pa?s, em n?veis pr?ximos de recordes, apesar das hist?ricas exporta??es.
'Come?amos a temporada com a necessidade de exportar pelo menos 30 milh?es de toneladas', disse a analista de mercado C?leres Daniely Santos, referindo-se aos altos estoques do Brasil.
Com a perspectiva de uma safra recorde de cerca de 100 milh?es de toneladas de milho nesta temporada, o Brasil precisar? exportar ainda mais para reduzir a oferta dom?stica, disse ela.
O Brasil come?ou a colher recentemente a segunda safra de milho, que ? plantada ap?s a colheita da soja no maior exportador global da oleaginosa.
Com os problemas das chuvas excessivas nos EUA, os pre?os no Brasil subiram mais de 14% em maio, segundo indicador Esalq/BM&FBovespa, no embalo de uma alta de mais de mais de 15% na bolsa de Chicago, o que favoreceu vendas de produtores brasileiros.
Escrito por Redação
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