Brasil eleva previsão de safra de café para recorde de quase 60 mi sacas

S?O PAULO/BRAS?LIA (Reuters) - A safra de caf? do Brasil em 2018 foi estimada nesta ter?a-feira em recorde de 59,9 milh?es de sacas de 60 kg, aumento de 3,2 por cento na compara??o com o n?mero apurado no levantamento anterior, divulgado em maio pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O terceiro levantamento oficial de safra de caf? do maior produtor e exportador global da commodity apontou um aumento de 33,2 por cento na colheita ante 2017, com a Conab citando boas condi??es clim?ticas e bienalidade positiva do ar?bica em 2018.

Soma-se a isso o uso de mais tecnologias pelo setor, que tem ajudado cafeicultores a conseguir produtividades recordes, disse a Conab.

'Nunca vimos uma safra como esta', disse Silvio Farnese, diretor do departamento de Caf?, Cana-de-a??car e Agroenergia do Minist?rio de Agricultura, acrescentando que, al?m do grande volume, a qualidade ? muito boa.

A produ??o brasileira recorde deste ano tem pressionado os contratos futuros de caf?, que nesta ter?a-feira atingiram m?nimas de mais de 12 anos. Representantes dos agricultores est?o buscando solu??es junto ? ind?stria para atravessar este momento dif?cil.

A colheita supera com folga o ?ltimo ano de bienalidade positiva do Brasil, em 2016, quando a colheita total somou 51,37 milh?es de sacas.

A produ??o de caf? ar?bica do Brasil, que representa a maior parte do total, foi projetada em 2018 em 45,9 milh?es de sacas, ante 44,33 milh?es na previs?o de maio. Na compara??o com 2017 (ano de baixa produtividade do ar?bica), o aumento ? de 34,1 por cento.

A produ??o de caf? robusta (conilon) do pa?s em 2018 foi estimada em cerca de 14 milh?es de sacas, ante 13,7 milh?es na previs?o anterior. A Conab apontou um aumento de 30 por cento ante o ano passado, quando as lavouras ainda se recuperavam de uma seca.

A produtividade m?dia do ar?bica na atual safra foi estimada em 30,74 sacas por hectare, um recorde hist?rico, sendo 33 por cento maior do que aquela obtida em 2017.

J? a produtividade m?dia brasileira do robusta foi estimada em 38 sacas/hectare, um incremento de 35,3 por cento em rela??o a 2017, tamb?m um recorde hist?rico.

Minas Gerais, maior produtor de caf? do Brasil, teve colheita estimada em 31,9 milh?es de sacas, sendo 31,6 milh?es do ar?bica.

'O aumento estimado para essa safra ? em raz?o do aumento da produtividade, decorrente das boas condi??es clim?ticas, al?m do uso de irriga??o e da bienalidade positiva.'

No Esp?rito Santo, a produ??o estimada chegou a 13,5 milh?es de sacas, com 8,8 milh?es para conilon e 4,7 milh?es para ar?bica.

Em S?o Paulo, a produ??o ? exclusivamente de caf? ar?bica e a quantidade chegou a 6,2 milh?es de sacas. Outro Estado que apresentou bons resultados foi a Bahia, com produ??o de 2,9 milh?es do conilon e 1,9 milh?o do ar?bica, segundo a Conab.

Em Rond?nia, a produ??o deve somar 1,9 milh?o de sacas, devido ao maior investimento na cultura, com a produtividade aumentando significativamente nos ?ltimos seis anos, passando de 10,8 sacas por hectare em 2012 para 30,9 sacas na safra atual.

A ?rea total de cafezais em forma??o e em produ??o em todo o pa?s deve alcan?ar 2,16 milh?es de hectares, sendo 1,86 milh?o de hectares em produ??o.

A Conab apontou redu??o de ?rea total na ordem de 2,3 por cento ante 2017.

Quando a Conab realizou o levantamento, em agosto, o Brasil j? havia colhido grande parte da safra.

2019

Farnese disse que as perspectivas para a safra de 2019 ainda s?o dif?ceis de se avaliar.

A produ??o provavelmente ser? menor devido ao ano de baixa no ciclo do ar?bica, disse ele.

'Mas se voc? tiver um bom n?vel de chuvas ap?s a florada, ainda poderemos ter uma boa safra (ano que vem)', afirmou ele.

As primeiras floradas para a safra do ano que vem j? aconteceram em v?rias regi?es.

O diretor do minist?rio disse que os agricultores brasileiros ainda podem obter lucros a pre?os correntes e n?o v? a necessidade do governo lan?ar planos como as op??es p?blicas de venda usadas em 2010.

Se os pre?os est?o em m?nimas hist?ricas em d?lares no mercado internacional, em reais a situa??o ? um pouco melhor, justamente pelo efeito do c?mbio.

(Por Roberto Samora e Marcelo Teixeira, em S?o Paulo, e Jake Spring em Bras?lia)