Continuo a mesma Kátia de centro-direita, diz vice de Ciro em defesa de abertura comercial
Continuo a mesma Kátia de centro-direita, diz vice de Ciro em defesa de abertura comercial
Redação
17/08/2018
Por Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito
BRAS?LIA (Reuters) - Candidata a vice-presidente ao lado de Ciro Gomes na chapa do PDT, e respons?vel pela elabora??o de plano de governo do pedetista para todo o setor agropecu?rio, a senadora K?tia Abreu defende maior abertura comercial do pa?s para impulsionar as exporta??es e avisa: ainda continua 'a mesma', com posicionamento de centro-direita.
Para a candidata, que j? integrou os quadros do PMDB e do DEM, tal abertura n?o precisa ser repentina e deve ser negociada e articulada com todo o setor produtivo nacional, de forma a unir for?as e, citando Guimar?es Rosa, fazer a vida funcionar como 'um mutir?o de todos'.
'O Brasil ? um pa?s muito fechado e n?s estamos chegando no nosso limite de ampliar as nossas vendas sem os acordos bilaterais', disse a parlamentar em entrevista ? Reuters.
'Essa abertura n?o ? para ser violenta para quebrar as pessoas. Tem que ser planejado, articulado com todo o setor produtivo nacional.'
K?tia credita a falta de coragem para a abertura a uma postura corporativista e a um 'protecionismo exacerbado'.
Apesar da cr?tica, garante, n?o abandonou suas convic??es adquiridas ao longo de anos no setor, inclusive quando presidiu a Confedera??o da Agricultura e Pecu?ria do Brasil (CNA), e quando chefiou, durante o governo de Dilma Rousseff, o Minist?rio da Agricultura.
'Ningu?m tem d?vida do que a K?tia Abreu pensa a respeito do setor agropecu?rio. O fato de eu ter apoiado a Dilma, que por acaso era do PT, n?o significa que mudei o meu car?ter, a minha personalidade ou o que eu penso. Eu continuo a mesma K?tia de centro-direita', disse a senadora, explicando que posicionou-se contra o impeachmet da ent?o presidente por ter convic??o de que era honesta, embora considere que o pa?s precisava de uma 'corre??o de rumo' naquele momento.
Segundo a senadora, o fato de seu companheiro de chapa t?-la escolhido para construir o plano de governo para todo a agropecu?ria j? revela sua disposi??o com o setor.
'Eu acredito que a pr?pria atitude dele, ao me convidar para escrever o plano de governo da agropecu?ria --n?o foi s? do agroneg?cio que me pediu, pediu inclusive da agricultura familiar, das exporta??es, da log?stica, 'K?tia, tudo o que for importante para o agro'-- j? demonstra e sinaliza as suas reais inten??es com o setor, e esse setor conhece o que penso.'
Sobre a pol?mica proposta que traz nova regulamenta??o para a ind?stria de defensivos agr?colas --batizada como 'lei do veneno' por cr?ticos-- defendeu que haja menos burocracia e mais agilidade no processo de registro e autoriza??o de novas subst?ncias.
'No registro de novas mol?culas de agroqu?micos, a burocracia evita produtos mais modernos, que fazem menos mal ? sa?de humana e ao meio ambiente, e n?o se registra por uma burocracia burra', avaliou, em linha com o que pensa o setor, que critica a 'morosidade regulat?ria' no pa?s.
Para ela, h? uma necessidade emergencial de reforma em toda a m?quina p?blica de forma a torn?-la eficiente, o que inclui ?rg?os envolvidos na quest?o dos agroqu?micos, como a Anvisa.
'Para mim, n?o tem problema nenhum (parte da regula??o) continuar na Anvisa. Preciso que o lugar funcione, porque nem o Minist?rio da Agricultura funciona. N?o me incomodo com a Anvisa, desde que funcione.'
A candidata argumenta ainda que n?o ? poss?vel produzir no clima tropical do pa?s sem o uso de defensivos, mas defendeu o investimento na pesquisa dos chamados defensivos biol?gicos.
VINGAN?A
Em outro posicionamento identificado com o de setores mais ? direita, K?tia argumenta que n?o ? necess?rio revogar a reforma trabalhista promovida pelo presidente Michel Temer, como chegou a propor Ciro. Admite, no entanto, a necessidade de corrigir algumas distor??es --como a possibilidade de mulheres gr?vidas trabalharem em condi??es insalubres--, muitas delas objeto de medida provis?ria do governo que perdeu validade sem ser analisada pelo Congresso.
Para a senadora, a reforma produzida pelo Congresso na verdade ? uma rea??o --exagerada, segundo ela-- a anos de 'm?o pesada' da legisla??o e da Justi?a trabalhistas, que t?m sua parcela de responsabilidade no produto final da discuss?o.
'Teve medida de vingan?a... Temos que retirar o carregamento de vingan?a de anos de m?o pesada da Justi?a do Trabalho, do Minist?rio do Trabalho, do Minist?rio P?blico do Trabalho.'
(Edi??o de Alexandre Caverni)
Redação