Vendas no varejo do Brasil terminam 2019 com alta pelo 3º ano, mas perdem força
Vendas no varejo do Brasil terminam 2019 com alta pelo 3º ano, mas perdem força
Reuters
12/02/2020
Atualizada em 12/02/2020
Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/S?O PAULO (Reuters) - O varejo brasileiro terminou 2019 com crescimento pelo terceiro ano seguido, mesmo depois de as vendas arrefecerem em dezembro, interrompendo sete meses seguidos de alta.
O aumento das vendas no ano passado, por?m, foi o mais fraco do tri?nio, em um reflexo da fraqueza em supermercados, principalmente nos ?ltimos meses.
Em dezembro, o volume de vendas no varejo caiu 0,1% na compara??o com novembro, primeira queda na base mensal desde maio.
Em rela??o a dezembro de 2018, as vendas tiveram avan?o de 2,6%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) nesta quarta-feira.
Os resultados foram mais fracos do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,2% na compara??o mensal e de 3,5% sobre um ano antes.
Com isso, as vendas varejistas encerraram 2019 com ganho de 1,8%, o ritmo mais fraco em tr?s anos seguidos de altas --2,3% em 2018 e 2,1% em 2017.
Apesar de ter acumulado ganhos de 6,3% nesses tr?s anos, esse resultado n?o ? suficiente para compensar as perdas de 10,2% vistas em 2015 e 2016, segundo o IBGE.
O varejo foi mostrando impulso ao longo de 2019, mas perdeu for?a no final do ano. Come?ou com estabilidade no primeiro trimestre e cresceu 0,2% no segundo e 1,6% no terceiro. Mas desacelerou o ritmo nos ?ltimos tr?s meses do ano, com alta de 1,2%.
O movimento reflete um ambiente mais prop?cio ao consumo com infla??o baixa, melhora da atividade econ?mica e mais pessoas no mercado de trabalho, embora o ritmo ainda deva ganhar mais for?a.
'O crescimento de 2019 foi localizado no segundo semestre do ano, mais particularmente no ?ltimo quadrimestre, puxado por melhora no cr?dito, libera??o do FGTS e aumento da popula??o ocupada', explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
SUPERMERCADOS
O IBGE explicou que, em 2019, sete das oito atividades analisadas tiveram resultados positivos. A ?nica queda foi apresentada por Livros, jornais, revista e papelaria, de 20,7%.
Entre as altas, o destaque foi Artigos farmac?uticos, m?dicos e de perfumaria, com ganho de 6,8% sobre 2018. Outros artigos de uso pessoal e dom?stico tiveram aumento das vendas de 6,0%, enquanto M?veis e eletrodom?sticos subiram 3,6%.
As vendas de Supermercados, produtos aliment?cios, bebidas e fumo, com importante peso sobre o bolso do consumidor, aumentaram apenas 0,4%.
'O com?rcio perdeu for?a em 2019 por conta do setor de super e hipermercados. A alta do com?rcio poderia ter sido maior se o desempenho (desse setor) fosse melhor', explicou a gerente do IBGE.
Em dezembro ante novembro, as quedas mais significativas aconteceram em Supermercados (-1,2%), Artigos farmac?uticos(-2,0%) e Tecidos, vestu?rio e cal?ados (-1,0%). Apenas dois setores tiveram aumento nas vendas no per?odo: M?veis e eletrodom?sticos (3,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (11,6%).
'O fim do ano foi marcado por uma press?o de alta das carnes, e muitas pessoas buscaram prote?nas e produtos alternativos. Isso acaba por impactar a receita dos supermercados', completou Nunes.
No varejo ampliado, que inclui ve?culos e material de constru??o, as vendas ca?ram 0,8% em dezembro na compara??o com novembro, mas encerraram 2019 com aumento de 3,9%. Ve?culos e motos, partes e pe?as tiveram alta de 10% nas vendas no ano passado, enquanto as de Material de constru??o subiram 4,3%.
Reuters