De saída, Dodge faz denúncia em caso Marielle e defende legado na PGR apesar de críticas
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Por Ricardo Brito
BRAS?LIA (Reuters) - A procuradora-geral da Rep?blica, Raquel Dodge, anunciou ter apresentado den?ncia ao STJ contra o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Braz?o e outros envolvidos por suspeita de terem atuado para desviar o rumo das investiga??es do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e, apesar das cr?ticas, defendeu seu legado no cargo em entrevista coletiva no ?ltimo dia ? frente da PGR.
'Estou denunciando Domingos Braz?o... um funcion?rio dele chamado Gilberto Ferreira, Rodrigo Ferreira, e Camila, uma advogada e o delegado da Pol?cia Federal H?lio Kristian. Eles todos participaram de uma encena??o, que conduziu ao desvirtuamento das investiga??es', disse Dodge.
Ela tamb?m pediu a abertura de um novo inqu?rito para apurar os mandantes do assassinato de Marielle e que o caso seja investigado a partir de agora pela Justi?a Federal --e n?o estadual.
Ap?s uma s?rie de atritos nos seus dois anos de mandato com a for?a-tarefa da opera??o Lava Jato, a procuradora-geral disse que sempre atuou para fortalecer os trabalhos do grupo, destinando recursos e deslocando inclusive cargos comissionados do seu gabinete para a equipe.
Dodge disse n?o acredita que a Lava Jato est? em risco com a esperada confirma??o do subprocurador-geral da Rep?blica Augusto Aras --indicado pelo presidente Jair Bolsonaro-- no cargo. Aras tem feito, em seus p?riplos ao Senado, onde ser? sabatina, coment?rios cr?ticos sobre a atua??o de procuradores da opera??o.
'N?o vejo a Lava Jato sob risco nenhum', disse ela, ao destacar que os membros do MP gozam de independ?ncia, autonomia e garantias para atuar. Em r?pido coment?rio, Dodge desejou sucesso a Aras ? frente do MP.
PROVAS
A procuradora-geral foi questionado pelo fato de ter pedido o arquivamento da abertura de investiga??o contra um irm?o do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e do presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), baseados na dela??o premiada do ex-presidente da OAS L?o Pinheiro. Essa colabora??o foi rec?m-homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo.
Na entrevista, Dodge defendeu sua decis?o. 'O acordo de colabora??o premiada, esse especificamente, tinha 109 anexos. Pedi o arquivamento de 4 por absoluta falta de provas', disse, sem mencionar nominalmente as autoridades e negando que tenha demorado a agir nesses casos por Maia e Toffoli terem apoiado nos bastidores sua recondu??o ao cargo.
Segundo Dodge, o colaborador n?o cumpriu o que havia se comprometido, isto ?, n?o apresentou provas das acusa??es. 'N?o havendo isso, n?o posso coonestar a promessa', refor?ou.
A chefe do MPF apresentou um balan?o dos dois anos de gest?o, relatando que denunciou 65 pessoas com foro privilegiado no STF e no Superior Tribunal de Justi?a, um recorde em rela??o a antecessores, segundo ela.
Numa cr?tica indireta a antecessores e rebatendo cr?ticas de lentid?o, Dodge disse que houve diminui??o de 'vazamentos' porque n?o houve explora??o p?blica do gabinete dela.
'Estou muito tranquila e acho que esses n?meros contradizem a percep??o de que houve redu??o de ritmo, posso afian?ar que houve aumento', disse.
A chefe do MPF afirmou que s? apresentou den?ncias quando havia provas e n?o as apresentou quando n?o tinha, pedindo dessa forma o arquivamento de apura??es. Em refer?ncia ao ex-presidente Michel Temer e ao ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pez?o, respectivamente, ela lembrou ter denunciado o presidente que a indicou e um governador no exerc?cio do cargo.
Dodge n?o quis dizer se est? preocupada com um eventual alinhamento do novo PGR com o governo Bolsonaro, ao sustentar que isso n?o est? no seu of?cio.
Escrito por Redação
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