Transações correntes têm pior janeiro em 5 anos, com rombo de US$11,879 bi

Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O d?ficit em transa??es correntes do Brasil somou 11,879 bilh?es de d?lares em janeiro, maior rombo para o per?odo em cinco anos, na esteira de um desempenho negativo da balan?a comercial, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira.

O desempenho tamb?m veio pior que a expectativa do BC de um d?ficit de 8,7 bilh?es de d?lares no m?s. Antes dele, o maior rombo para janeiro havia sido registrado em 2015, quando foi de 12,011 bilh?es de d?lares.

Os investimentos diretos no pa?s (IDP), por sua vez, alcan?aram 5,618 bilh?es de d?lares, um pouco acima da proje??o do BC de 5 bilh?es de d?lares, mas num patamar insuficiente para financiar o d?ficit em conta corrente no per?odo.

A performance das transa??es correntes foi fortemente afetada pelas trocas comerciais, que ficaram no vermelho em 2,563 bilh?es de d?lares no primeiro m?s do ano, ante super?vit de 1,056 bilh?o de d?lares em janeiro de 2019.

A perspectiva para a balan?a comercial tem ficado mais nebulosa diante dos ainda incertos impactos do coronav?rus sobre a economia chinesa, maior parceira comercial do pa?s.

Em janeiro, as exporta??es brasileiras ca?ram 19,5% sobre um ano antes, a 14,501 bilh?es de d?lares, ao passo que as importa??es subiram 0,6%, a 17,064 bilh?es de d?lares.

Ao mesmo tempo, o d?ficit na conta de servi?os sofreu ligeira redu??o de 6,4% em janeiro, a 2,659 bilh?es de d?lares. Entram nessa linha as despesas l?quidas com viagens de brasileiros ao exterior, que ca?ram a 857 milh?es de d?lares frente 986 milh?es de d?lares um ano antes.

A conta de renda prim?ria tamb?m mostrou retra??o, caindo 7,0% sobre janeiro de 2019, a um d?ficit de 6,766 bilh?es de d?lares. Enquanto os gastos l?quidos com juros subiram 13,3% na compara??o interanual, a 4,002 bilh?es de d?lares, as despesas l?quidas de lucros e dividendos aumentaram 4,1% na mesma base, a 2,785 bilh?es de d?lares.

Nos 12 meses at? janeiro, o d?ficit em transa??es correntes subiu a 2,85% do Produto Interno Bruto (PIB), frente a um patamar de 2,69% em dezembro ?ltimo e 2,33% em janeiro de 2019.

A deteriora??o das contas externas j? era esperada pelos economistas, que previam que o saldo comercial do Brasil ca?sse na esteira de ume recupera??o da economia, que tende a elevar o apetite por importa??es. Mas o saldo das transa??es correntes tem piorado em meio a um crescimento dom?stico pouco expressivo.

Para 2020, o BC previu em sua ?ltima proje??o novo aumento do d?ficit em transa??es correntes, para 57,7 bilh?es de d?lares.

O c?lculo, entretanto, foi feito em dezembro, antes do coronav?rus despertar preocupa??es sobre a atividade econ?mica mundo afora. Tamb?m n?o levou em conta os impactos da Fase 1 do acordo comercial entre Estados Unidos e China, que potencialmente colocar? os norte-americanos como competidores mais fortes do Brasil na venda de commodities como a soja.

EXPORTA??ES NOVAMENTE REVISADAS

Na divulga??o desta sexta-feira, o BC tamb?m informou que a Secretaria de Com?rcio Exterior (Secex) do Minist?rio da Economia revisou novamente as estat?sticas de exporta??es de bens para todos os meses de 2019, culminando num aumento de 1,4 bilh?o de d?lares ao acumulado do ano.

'Agosto de 2019 concentrou os valores revisados, acr?scimo de 1,0 bilh?o de d?lares, enquanto os demais meses do ano alternaram eleva??es e redu??es', disse o BC, classificando a revis?o como ordin?ria.

No in?cio de dezembro, o governo j? havia anunciado uma outra corre??o para cima no registro das exporta??es de setembro a novembro, atribuindo a uma falha humana uma subnotifica??o de 6,488 bilh?es de d?lares que havia ajudado a piorar o resultado da balan?a comercial brasileira divulgado originalmente.

Com a nova altera??o, o d?ficit nas transa??es correntes em 2019 caiu a 49,452 bilh?es de d?lares, ante os 50,762 bilh?es de d?lares originalmente divulgados.