Desigualdade no Brasil tem leve queda em 2019, mas coronavírus deve reverter trajetória
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Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A desigualdade no Brasil registrou ligeira queda em 2019 na compara??o com o ano anterior, antes da pandemia de coronav?rus afetar o pa?s provavelmente revertendo essa trajet?ria e levando muitos brasileiros ? pobreza no pa?s, de acordo com o IBGE.
A queda na concentra??o de renda no Brasil s? n?o foi maior por conta do Nordeste, regi?o do pa?s com elevados n?veis e pobreza e a ?nica a apresentar no ano passado crescimento no ?ndice de Gini do rendimento m?dio mensal real domiciliar per capita.
O ?ndice para o Brasil ficou em 0,543 em 2019, ante 0,545 em 2018. Pela metodologia, quanto mais perto de 1 mais desigual ? um pa?s. Por outro lado, quanto mais perto de zero ? o Gini de um pa?s, menos desigual ele ?.
Segundo o IBGE, o Gini domiciliar per capita, que considera a renda do trabalho (cerca de 70% do total) e a renda proveniente de outras fontes, como pens?es, aposentadorias, programas assistenciais, aluguel e rendimentos, apresentou quedas nas regi?es Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
No entanto, o ?ndice subiu mais fortemente no Nordeste, ao atingir 0,559 em 2019 ante 0,545 em 2018.
'A renda do trabalho ficou est?vel para os primeiros 50% da popula??o e houve um aumento de 15,8% nos 1% mais ricos. Ou seja, em 2019 tem aumento na faixa superior e isso afetou a desigualdade' , disse a jornalistas a pesquisadora do IBGE Alessandra Brito.
'Essa quest?o da renda no Nordeste tem a ver com as caracter?sticas do mercado de trabalho em 2019?, acrescentou.
Em 2019, houve uma abertura de vagas no mercado de trabalho brasileiro marcada por trabalhos informais, seja por conta pr?pria, seja sem carteira assinada. Tradicionalmente, esse tipo de inser??o no mercado se d? com sal?rios mais baixos, al?m da falta de prote??o social.
O Gini no Brasil teve uma trajet?ria de queda entre os anos de 2012 a 2015, quando o pa?s foi governado por partidos de esquerda, mas ainda na gest?o da petista Dilma Rousseff o ?ndice passou a se deteriorar e a ter um comportamento err?tico.
Segundo o IBGE, entre 2012 e 2015 houve uma tend?ncia de redu??o do ?ndice sobre o rendimento domiciliar per capita de 0,540 para 0,524, que foi revertida a partir de 2016, quando o ?ndice aumentou para 0,537, chegando ao maior valor da s?rie em 2018 (0,545).
O ano de 2020 j? ? marcado por uma onda de demiss?es no Brasil em raz?o da pandemia de Covid-19. Os primeiros sinais come?aram a ser mostrados pelo IBGE na pesquisa Pnad Cont?nua de mar?o, quando a taxa de desemprego alcan?ou 12,2%.
O IBGE vai divulgar este m?s uma pesquisa espec?fica sobre os impactos da doen?a sobre o mercado de trabalho. 'Temos milh?es de postos de trabalho sendo destru?dos pela pandemia e precisamos de uma resposta r?pida?, afirmou a jornalistas o diretor do IBGE, Cimar Azeredo Pereira.
Em 2019, segundo o IBGE, a faixa de 1% da popula??o brasileira mais rica tinha uma renda m?dia 33,7 vezes maior que a metade da popula??o mais pobre do pa?s. Em 2018, essa raz?o era de 33,8 vezes. Esse indicador mostrou trajet?ria de redu??o de 2013 (31,2 vezes) at? 2016 (30,5 vezes), a partir de quando voltou a crescer, alcan?ando 31,2 vezes em 2017.
Escrito por Reuters
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