Divergências entre Trump e aliados ocidentais surgem no G7 em meio a cordialidades

Por Jeff Mason e William James

BIARRITZ, Fran?a (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insistiu neste domingo que estava se dando bem com os l?deres em uma c?pula do G7 na Fran?a, mas diverg?ncias com seus aliados ocidentais surgiram em quest?es que v?o desde sua guerra comercial com a China ao Ir?, Coreia do Norte e R?ssia.

O encontro do G7 est? ocorrendo em um cen?rio de preocupa??es com uma crise econ?mica global e coincide com uma era de desuni?o internacional em uma s?rie de quest?es.

'Antes de eu chegar ? Fran?a, as not?cias falsas e repugnantes diziam que as rela??es com os outros 6 pa?ses do G7 s?o muito tensas e que os dois dias de reuni?es ser?o um desastre', escreveu Trump no Twitter pouco antes de se reunir com o novo primeiro-ministro brit?nico, Boris Johnson.

'Bem, estamos tendo ?timas reuni?es, os l?deres est?o se dando muito bem e nosso pa?s, economicamente, est? indo muito bem - o assunto do mundo!'

As tens?es come?aram a aparecer rapidamente, no entanto, quando o primeiro dia inteiro de negocia??es entre os l?deres de Reino Unido, Canad?, Fran?a, Alemanha, It?lia, Jap?o e EUA come?ou em Biarritz, no sudoeste da Fran?a.

Antes de sair de Washington, Trump intensificou sua guerra tarif?ria com Pequim em uma batalha entre as duas maiores economias do mundo que assustou os mercados financeiros e pediu ?s empresas norte-americanas que se afastassem da China.

Johnson, do Reino Unido, manifestou preocupa??o no s?bado com o crescente protecionismo e disse que aqueles que ap?iam as tarifas 'correm o risco de incorrer na culpa pela desacelera??o da economia global'. Sentado em frente a Trump no domingo, ele disse: 'Somos a favor da paz comercial em geral e diminuir o tom, se pudermos'.

Questionado se estava sendo pressionado por aliados a ceder em seu impasse com a China, Trump disse: 'Acho que eles respeitam a guerra comercial'.

'PROBLEMAS DE NICHO'

Sublinhando a disc?rdia multilateral mesmo antes da c?pula, Trump amea?ou o anfitri?o da reuni?o, dizendo que Washington tributaria o vinho franc?s 'como eles nunca haviam visto antes', a menos que Paris reduzisse um imposto digital sobre as empresas de tecnologia dos EUA.

Entrando na briga, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que participa das discuss?es do G7, alertou que a UE responderia 'em esp?cie' se Trump agisse sob sua amea?a.

'Este pode ser o ?ltimo momento para restaurar nossa comunidade pol?tica', disse Tusk a rep?rteres no s?bado, dando uma avalia??o sombria das rela??es ocidentais.

Procurando ampliar o escopo do debate, o presidente franc?s Emmanuel Macron convidou v?rios l?deres africanos para discutir os problemas que o continente enfrenta, enquanto l?deres da ?ndia, Austr?lia, Chile e Espanha devem participar de um jantar no domingo, onde o foco ser? o meio ambiente e outras quest?es.

No entanto, altas autoridades norte-americanas acusaram Macron de procurar 'fraturar o G7', concentrando-se em 'quest?es de nicho' e n?o em grandes preocupa??es globais.

A Fran?a negou isso, apontando para a sess?o inicial de domingo, que abrange economia, com?rcio e seguran?a - ?reas que costumavam obter consenso f?cil, mas que agora s?o fontes de grande atrito.

Trump encerrou a reuni?o do G7 do ano passado no Canad?, saindo mais cedo e n?o assinando o comunicado final.

DIFEREN?AS SOBRE O IR?, COREIA DO NORTE, R?SSIA

Em Biarritz, Trump pareceu afastar os esfor?os franceses para mediar com o Ir?, dizendo que enquanto ele estava feliz por Macron estender a m?o a Teer? para aliviar as tens?es, ele continuaria com suas pr?prias iniciativas.

Os l?deres europeus t?m lutado para conter o confronto entre o Ir? e os EUA desde que Trump retirou seu pa?s do acordo nuclear internacionalmente mediado em 2015 e reimposto san??es ? economia iraniana.

A Fran?a disse que os l?deres do G7 concordaram que Macron deveria manter conversa??es e transmitir mensagens ao Ir?. No entanto, Trump, que pressionou uma pol?tica de press?o m?xima contra o Ir?, se distanciou da proposta, dizendo que nem sequer a discutira.

Trump tamb?m apareceu em desacordo com o primeiro-ministro japon?s Shinzo Abe sobre a seriedade da s?rie de lan?amentos de m?sseis de curto alcance da Coreia do Norte.

Trump, que valoriza seu relacionamento com o l?der norte-coreano, Kim Jong-un, disse a rep?rteres que os lan?amentos n?o violaram um acordo e estavam alinhados com o que os outros estavam fazendo. Abe, ao lado dele, disse que eles violaram as resolu??es da ONU.

Os lan?amentos de m?sseis t?m tentativas complicadas de reiniciar as negocia??es entre os negociadores dos EUA e norte-coreanos sobre o futuro dos programas de armas nucleares e m?sseis bal?sticos de Pyongyang.

Tamb?m houve desacordo em Biarritz sobre os apelos de Trump para que a R?ssia seja readmitida no grupo de economias avan?adas.

A R?ssia foi exclu?da do que costumava ser o G8 em 2014 depois de anexar a Crimeia da Ucr?nia e depois apoiar uma rebeli?o anti-Kiev na regi?o industrial de Donbas, no leste da Ucr?nia.

Johnson disse que os l?deres do G7 tiveram uma discuss?o 'animada' sobre R?ssia e Trump, perguntado se o seu caso de Moscou voltar ao grupo havia progredido, dizendo que era um 'trabalho em andamento'.

No in?cio do dia, Trump disse que o Reino Unido teria um grande acordo comercial com Washington depois que deixar a Uni?o Europeia. Questionado sobre qual era seu conselho sobre Brexit para Johnson, ele respondeu: 'Ele n?o precisa de conselho, ele ? o homem certo para o trabalho'.

Embora a brecha transatl?ntica seja a mais marcante, tamb?m existem divis?es profundas dentro do campo europeu, com Johnson fazendo sua estreia no G7 em um momento em que luta para convencer a UE a renegociar a sa?da brit?nica do bloco, o que Johnson disse que acontecer? em 31 de outubro.

Macron aumentou as tens?es internas da UE ao amea?ar inesperadamente na sexta-feira bloquear um acordo comercial da UE com o Mercosul em raz?o de como o Brasil est? lidando com os inc?ndios que est?o devastando a floresta amaz?nica.

A Alemanha e o Reino Unido manifestaram profunda preocupa??o com os inc?ndios, mas disseram que derrubar o ambicioso acordo comercial do Mercosul n?o ajudaria a salvar a Amaz?nia.

(Reportagem de Richard Lough, Crispian Balmer, Marine Pennetier, John Chalmers, Jeff Mason, John Irish, Andreas Rinke, William James e Michel Rose)

((Tradu??o Reda??o S?o Paulo; +55 11 56447764))

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