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Dívida bruta bate recorde e chega a 79,8% do PIB em agosto, aponta BC

Placeholder - loading - 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - A d?vida bruta do Brasil subiu 0,8 ponto em agosto sobre julho, ao patamar recorde 79,8% do Produto Interno Bruto (PIB), numa mostra do persistente desequil?brio fiscal apesar dos ajustes econ?micos implementados at? aqui.

Em pesquisa Reuters, a expectativa era de que a d?vida bruta passaria a 79,3% do PIB.

Segundo o Banco Central, a alta ocorreu principalmente pela incorpora??o dos juros nominais no per?odo (+0,5 ponto percentual) e pelo ajuste decorrente da desvaloriza??o cambial (+0,4 ponto percentual).

Em agosto, o BC perdeu 24,5 bilh?es de reais em opera??es de swap cambial, em meio ? alta do d?lar de 8,50% frente ao real, maior n?vel de encerramento mensal desde setembro de 2015. O resultado desses contratos impacta a conta de juros do setor p?blico.

O per?odo foi marcado por grande volatilidade nos mercados dom?sticos de c?mbio, tendo de pano de fundo as disputas comercias entre EUA e China, as incertezas pol?tico-econ?micas na Argentina, al?m das novas atua??es do Banco Central no mercado com leil?es de swap reverso e venda de d?lar ? vista.

O BC tamb?m apontou que as emiss?es l?quidas de d?vida contribu?ram com 0,1 ponto para expans?o da rela??o d?vida bruta/PIB em agosto, ao passo que o crescimento do PIB nominal atuou no sentido contr?rio, com redu??o de 0,3 ponto percentual.

Com despesas consistentemente acima das receitas, o pa?s n?o tem conseguido economizar para pagar os juros da d?vida p?blica, raz?o pela qual a d?vida bruta segue em trajet?ria ascendente. Na m?dia de pa?ses emergentes, o indicador ? bem mais comportado, respondendo por cerca de 50% do PIB.

'Estamos com d?ficits prim?rios desde 2014, este ano dever? ser o sexto ano de d?ficit, e para estabilizar os n?veis de endividamento do setor p?blico e depois reduzir voc? precisa alcan?ar resultado prim?rio que seja condizente', afirmou o chefe do departamento de Estat?sticas do BC, Fernando Rocha.

Em rela??o ? d?vida l?quida brasileira, houve diminui??o de 1 ponto em agosto sobre julho, a 54,8% do PIB, ante expectativa de analistas de 55,6%. Ao contr?rio da d?vida bruta, a d?vida l?quida incorpora as reservas internacionais. Com o real mais fraco, as reservas, que s?o denominadas em d?lar, acabam valendo mais em reais, contribuindo para melhoria do dado.

RESULTADO PRIM?RIO

Em rela??o ao resultado prim?rio, o setor p?blico consolidado brasileiro registrou um d?ficit de 13,448 bilh?es de reais em agosto, apontou o BC, abaixo do rombo de 16,7 bilh?es de reais visto pelo mercado.

O dado foi puxado principalmente pelo rombo do governo central (governo federal, BC e Previd?ncia), de 16,459 bilh?es de reais no per?odo. Na semana passada, o Tesouro divulgou que o d?ficit prim?rio do governo central havia vindo melhor que o esperado, ajudado principalmente por um recuo nas despesas na compara??o com o mesmo m?s do ano passado. Enquanto isso, os governos regionais ficaram superavit?rios em 2,657 bilh?es de reais em agosto, enquanto as empresas estatais entregaram um resultado positivo de 355 milh?es de reais. No acumulado de janeiro a agosto, o d?ficit do setor p?blico consolidado foi a 21,950 bilh?es, queda de 36,7% sobre um ano antes. Em 12 meses, o rombo prim?rio chegou a 95,508 bilh?es de reais, equivalente a 1,36% PIB. Para o ano, a meta ? de um d?ficit de 132 bilh?es de reais, sexto resultado consecutivo no vermelho.

Escrito por Redação

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