Atuação conjunta com BC não está no radar do Tesouro, alta do dólar não afeta gestão da dívida
Atuação conjunta com BC não está no radar do Tesouro, alta do dólar não afeta gestão da dívida
Reuters
26/11/2019
Atualizada em 26/11/2019
Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - N?o h? 'absolutamente nada' no radar do Tesouro no sentido de atua??o conjunta com o Banco Central, afirmou nesta ter?a-feira o coordenador de Opera??es da D?vida P?blica, Roberto Beier Lobarinhas, acrescentando que a alta recente do d?lar frente ao real ? pouco relevante para a gest?o da d?vida.
'N?o observamos nada nem pr?ximo da necessidade de se fazer qualquer coisa, qualquer atua??o', afirmou ele em coletiva de imprensa.
Questionado sobre os motivos conjunturais para o avan?o da moeda norte-americana, ele disse que, pessoalmente, enxerga o movimento como algo normal.
'N?o vejo nada fora da normalidade', disse.
O Tesouro j? atuou em conjunto com o BC em momentos de stress no mercado, suspendendo parte de seus leil?es tradicionais e fazendo a??es extraordin?rias de compra e venda de t?tulos. Isso aconteceu, por exemplo, quando dela??es de executivos do grupo J&F atingiram o governo do ex-presidente Michel Temer.
Nesta manh?, o BC anunciou a realiza??o de leil?o de venda ? vista de d?lares, com lote m?nimo de 1 milh?o de reais.
Antes disso, o d?lar havia batido nova m?xima recorde acima de 4,26 reais, com os investidores pessimistas ap?s o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter afirmado na v?spera que o c?mbio de equil?brio 'tende a ir para um lugar mais alto' num quadro de juros b?sicos mais baixos.
Em avalia??o sobre o comportamento da curva longa de juros, Lobarinhas reconheceu que houve piora em novembro, citando um cen?rio de tens?es relacionadas ? guerra comercial entre Estados Unidos e China e protestos na Am?rica Latina.
Mas, segundo ele, a eleva??o de 40 pontos base na ponta longa da curva de juros vista em novembro ainda n?o anulou a queda de 60 pontos base registrada no m?s passado.
D?VIDA
Em outubro, a d?vida p?blica federal do Brasil caiu 0,84% sobre setembro, a 4,121 trilh?es de reais, num m?s marcado por resgates l?quidos e pelo recuo do d?lar frente ao real, conforme dados divulgados pelo Tesouro nesta ter?a-feira.
Para o ano, a meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) ? de um estoque da d?vida entre 4,1 trilh?es a 4,3 trilh?es de reais.
A d?vida p?blica mobili?ria interna avan?ou 0,68% no m?s, a 3,966 trilh?es de reais, diante do resgate l?quido de 51,57 bilh?es de reais e apropria??o positiva de juros de 24,41 bilh?es de reais.
J? a d?vida externa teve redu??o de 4,79%, encerrando o m?s em 154,71 bilh?es de reais.
Em outubro, o d?lar caiu 3,52% sobre o fechamento de setembro num movimento embalado, entre outros fatores, pela esperan?a de robustos ingressos de capital por ocasi?o do leil?o de petr?leo da cess?o onerosa, marcado para o in?cio de novembro.
A perspectiva, no entanto, acabou sendo frustrada em meio ? falta de interesse de grandes operadoras internacionais no certame, o que contribuiu para a alta da moeda norte-americana que tem sido vista em novembro.
Mais cedo neste m?s, o Tesouro emitiu 3 bilh?es de d?lares no mercado externo com duas opera??es: o lan?amento do novo t?tulo Global 2050, com o qual levantou aproximadamente 2,5 bilh?es de d?lares, e a reabertura do Global 2029, no valor de 500 milh?es de d?lares.
A jornalistas, Lobarinhas disse que a emiss?o no mercado externo foi feita 'com bastante sucesso', num momento em que as taxas estavam nas suas m?nimas ou pr?ximas das suas m?nimas.
Olhando ? frente, ele ressaltou que a partir de janeiro o Tesouro come?ar? seu novo plano anual de financiamento, sem grandes mudan?as na estrat?gia de buscar bons momentos e boas janelas para atuar no mercado externo.
Com 2019 se encaminhando para o fim, novas opera??es do tipo n?o devem ser feitas neste ano, sinalizou ele.
COMPOSI??O DA D?VIDA
Em outubro, os t?tulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na d?vida, a 39,38% do total, acima do patamar de 38,36% em setembro. Para o ano, a meta ? de 38% a 42%.
J? os t?tulos prefixados ca?ram a 30,42% da d?vida, ante 31,75% no m?s anterior, e uma meta de 29% a 33% para 2019.
Os pap?is indexados ? infla??o, por sua vez, aumentaram sua representatividade a 26,27% da d?vida total, ante 25,78% em setembro, sendo que a refer?ncia para este ano ? de 24% a 28%.
No relat?rio mensal da d?vida, o Tesouro tamb?m informou que a participa??o dos investidores estrangeiros na d?vida mobili?ria interna caiu a 11,33% em outubro, sobre 11,42% no m?s anterior.
Reuters