Atuação conjunta com BC não está no radar do Tesouro, alta do dólar não afeta gestão da dívida
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - N?o h? 'absolutamente nada' no radar do Tesouro no sentido de atua??o conjunta com o Banco Central, afirmou nesta ter?a-feira o coordenador de Opera??es da D?vida P?blica, Roberto Beier Lobarinhas, acrescentando que a alta recente do d?lar frente ao real ? pouco relevante para a gest?o da d?vida.
'N?o observamos nada nem pr?ximo da necessidade de se fazer qualquer coisa, qualquer atua??o', afirmou ele em coletiva de imprensa.
Questionado sobre os motivos conjunturais para o avan?o da moeda norte-americana, ele disse que, pessoalmente, enxerga o movimento como algo normal.
'N?o vejo nada fora da normalidade', disse.
O Tesouro j? atuou em conjunto com o BC em momentos de stress no mercado, suspendendo parte de seus leil?es tradicionais e fazendo a??es extraordin?rias de compra e venda de t?tulos. Isso aconteceu, por exemplo, quando dela??es de executivos do grupo J&F atingiram o governo do ex-presidente Michel Temer.
Nesta manh?, o BC anunciou a realiza??o de leil?o de venda ? vista de d?lares, com lote m?nimo de 1 milh?o de reais.
Antes disso, o d?lar havia batido nova m?xima recorde acima de 4,26 reais, com os investidores pessimistas ap?s o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter afirmado na v?spera que o c?mbio de equil?brio 'tende a ir para um lugar mais alto' num quadro de juros b?sicos mais baixos.
Em avalia??o sobre o comportamento da curva longa de juros, Lobarinhas reconheceu que houve piora em novembro, citando um cen?rio de tens?es relacionadas ? guerra comercial entre Estados Unidos e China e protestos na Am?rica Latina.
Mas, segundo ele, a eleva??o de 40 pontos base na ponta longa da curva de juros vista em novembro ainda n?o anulou a queda de 60 pontos base registrada no m?s passado.
D?VIDA
Em outubro, a d?vida p?blica federal do Brasil caiu 0,84% sobre setembro, a 4,121 trilh?es de reais, num m?s marcado por resgates l?quidos e pelo recuo do d?lar frente ao real, conforme dados divulgados pelo Tesouro nesta ter?a-feira.
Para o ano, a meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) ? de um estoque da d?vida entre 4,1 trilh?es a 4,3 trilh?es de reais.
A d?vida p?blica mobili?ria interna avan?ou 0,68% no m?s, a 3,966 trilh?es de reais, diante do resgate l?quido de 51,57 bilh?es de reais e apropria??o positiva de juros de 24,41 bilh?es de reais.
J? a d?vida externa teve redu??o de 4,79%, encerrando o m?s em 154,71 bilh?es de reais.
Em outubro, o d?lar caiu 3,52% sobre o fechamento de setembro num movimento embalado, entre outros fatores, pela esperan?a de robustos ingressos de capital por ocasi?o do leil?o de petr?leo da cess?o onerosa, marcado para o in?cio de novembro.
A perspectiva, no entanto, acabou sendo frustrada em meio ? falta de interesse de grandes operadoras internacionais no certame, o que contribuiu para a alta da moeda norte-americana que tem sido vista em novembro.
Mais cedo neste m?s, o Tesouro emitiu 3 bilh?es de d?lares no mercado externo com duas opera??es: o lan?amento do novo t?tulo Global 2050, com o qual levantou aproximadamente 2,5 bilh?es de d?lares, e a reabertura do Global 2029, no valor de 500 milh?es de d?lares.
A jornalistas, Lobarinhas disse que a emiss?o no mercado externo foi feita 'com bastante sucesso', num momento em que as taxas estavam nas suas m?nimas ou pr?ximas das suas m?nimas.
Olhando ? frente, ele ressaltou que a partir de janeiro o Tesouro come?ar? seu novo plano anual de financiamento, sem grandes mudan?as na estrat?gia de buscar bons momentos e boas janelas para atuar no mercado externo.
Com 2019 se encaminhando para o fim, novas opera??es do tipo n?o devem ser feitas neste ano, sinalizou ele.
COMPOSI??O DA D?VIDA
Em outubro, os t?tulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na d?vida, a 39,38% do total, acima do patamar de 38,36% em setembro. Para o ano, a meta ? de 38% a 42%.
J? os t?tulos prefixados ca?ram a 30,42% da d?vida, ante 31,75% no m?s anterior, e uma meta de 29% a 33% para 2019.
Os pap?is indexados ? infla??o, por sua vez, aumentaram sua representatividade a 26,27% da d?vida total, ante 25,78% em setembro, sendo que a refer?ncia para este ano ? de 24% a 28%.
No relat?rio mensal da d?vida, o Tesouro tamb?m informou que a participa??o dos investidores estrangeiros na d?vida mobili?ria interna caiu a 11,33% em outubro, sobre 11,42% no m?s anterior.
Escrito por Reuters
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