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Dólar cai quase 7% em cinco pregões, maior queda no período desde 2008

Placeholder - loading - 26/05/2020. REUTERS/Dado Ruvic
26/05/2020. REUTERS/Dado Ruvic

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Por Jos? de Castro

S?O PAULO (Reuters) - O d?lar teve novo dia de forte queda ante o real nesta ter?a-feira, movimento que fez a moeda passar a cair no acumulado de maio e derrubou a cota??o abaixo de uma linha de suporte t?cnico, com as opera??es dom?sticas refletindo a sess?o de amplo apetite por risco no mundo com otimismo sobre reabertura de economias e estudos sobre uma vacina contra o Covid-19.

O d?lar ? vista fechou em baixa de 1,80%, a 5,3599 reais na venda, ficando abaixo da m?dia m?vel de 50 dias pela primeira vez desde 10 de janeiro. Quedas abaixo de linhas de suporte como essa podem ser vistas como sinal de venda de um ativo (no caso, o d?lar).

? a quinta sess?o consecutiva de queda, a mais longa s?rie do tipo desde dezembro de 2019.

Nesses cinco preg?es, a moeda cedeu 6,96%, maior queda de cinco dias desde o fim de outubro de 2008, quando os ativos financeiros globais come?avam a reagir a medidas de est?mulos adotadas por bancos centrais para prover liquidez a um mercado abalado pela crise financeira mundial.

Na B3, o d?lar futuro tinha queda de 1,50%, a 5,3635 reais, ?s 17h41.

A ter?a-feira foi de queda generalizada do d?lar. A moeda norte-americana cedia 0,7% no fim da tarde contra uma cesta de rivais e mostrava perdas entre 1,3% e 1,7% contra divisas de risco, em meio a um rali em Wall Street que chegou a impulsionar o S&P 500 para acima dos 3 mil pontos pela primeira vez desde mar?o.

O economista-chefe do Instituto de Finan?as Internacionais (IIF, sigla em ingl?s), Robin Brooks, disse que os mercados emergentes em geral est?o em rota ascendente desde o fim da segunda semana de maio, quando o sentimento negativo parecia j? estar 'muito esticado'.

'Essa tend?ncia (de melhora) pode continuar, devido ?s j? fortes sa?das de recursos em mar?o e abril bem como a pre?os ainda muito favor?veis', disse ele no Twitter.

Ele chamou aten??o para os n?meros negativos do fluxo de investimento em carteira (a??es e renda fixa) no Brasil em abril --quando houve sa?da l?quida de 8,153 bilh?es de d?lares--, ap?s debandada recorde de 22,223 bilh?es de d?lares em mar?o.

De toda forma, com a queda nos ?ltimos cinco preg?es, o d?lar passou a acumular desvaloriza??o de 1,44% em maio. Em 13 de maio, quando fechou no recorde nominal de 5,9012 reais, a cota??o acumulava ganho de 8,52% no m?s.

Fernando Bergallo, s?cio da FB Capital, ponderou que a baixa do d?lar pode estar sendo refor?ada por opera??es relacionadas ? defini??o da Ptax de fim de m?s. Para ele, n?o 'seria surpresa' se o d?lar voltasse a subir ap?s a forma??o da Ptax --taxa calculada pelo Banco Central e que serve de refer?ncia para liquida??o de derivativos.

'Al?m disso, o mercado fica cada vez mais de olho, com mais preocupa??o, no cen?rio p?s-pandemia, com falta de certeza pol?tica, fiscal e com riscos ao rating', completou, dizendo que ainda ? 'muito cedo' para se falar em 'ponto de inflex?o' para o c?mbio.

Em 2020, o real ainda perde 25,13%, maior queda entre as principais moedas globais.

Escrito por Reuters

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