Dólar tem maior alta em 22 meses e vai a R$3,90, com exterior e incertezas sobre Previdência
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S?O PAULO (Reuters) - O d?lar disparou nesta sexta-feira, fechando em alta de quase 3 por cento, no maior avan?o di?ria desde maio de 2017, em meio a crescentes temores de piora nas articula??es para a reforma da Previd?ncia e a um dia de perdas no mercado internacional.
O d?lar ? vista fechou em alta de 2,69 por cento, a 3,9022 reais na venda.
? a maior valoriza??o di?ria desde 18 de maio de 2017, quando a moeda disparou 8,15 por cento, ap?s terem sido divulgados por executivos da J&F ?udios do ex-presidente Michel Temer, preso nesta semana.
O patamar alcan?ado agora ? o mais alto desde 26 de dezembro de 2018 (3,9215 reais).
Na semana, o d?lar acumulou aprecia??o de 2,14 por cento.
A forte demanda pela moeda norte-americana refletiu a piora da percep??o do ambiente pol?tico para aprova??o da reforma da Previd?ncia. Assim, o mercado receia que se leve mais tempo para aprovar a mudan?a nas regras de aposentadoria e que o texto final fique mais dilu?do, acarretando menor economia fiscal.
O salto do d?lar em maio de 2017 resultou do entendimento de que a reforma da Previd?ncia n?o mais teria espa?o para ser aprovado, devido ? crise pol?tica que se instalou no governo. Para piorar o humor do mercado, os ativos de risco no exterior --incluindo moedas de emergentes-- tiveram fortes perdas, diante de preocupa??es com o ritmo da economia mundial, intensificadas pela invers?o da curva de Treasuries. A lira turca ca?a mais de 6 por cento ante o d?lar, enquanto o peso mexicano e o rand sul-africano tamb?m eram fortemente golpeados. 'O fato ? que mesmo quando o notici?rio aqui era positivo, o real n?o conseguia descolar tanto de seus pares. Ent?o num dia mais negativo acabamos sentindo mais, especialmente com essa piora de humor local', disse Roberto Campos, gestor de c?mbio da Absolute Investimentos. Al?m disso, muitos fundos recentemente elevaram posi??es compradas (apostando na alta) da moeda brasileira. Com o aumento dos riscos, essas institui??es reduzem essa exposi??o, o que implica venda de reais (ou compra de d?lares).
'A exposi??o em real continua muito alta', disse em nota Athanasios Vamvakidis, estrategista de c?mbio do Bank of America Merrill Lynch. Segundo ele, a posi??o 'acima da m?dia do mercado' na divisa brasileira ? a mais elevada desde maio de 2017, in?cio de sua s?rie hist?rica.
(Por Jos? de Castro)
Escrito por Redação
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