Dólar vai a R$5,85 após corte maior do que o esperado na Selic
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Por Luana Maria Benedito
S?O PAULO (Reuters) - O d?lar renovava m?ximas hist?ricas nesta quinta-feira, chegando a superar 5,85 reais no pico da sess?o, com os investidores reagindo ao corte da taxa Selic a nova m?nima de 3% depois que o Copom adotou postura mais 'dovish' do que as expectativas do mercado.
?s 11:05, o d?lar avan?ava 2,64%, a 5,8541 reais na venda. Na m?xima do dia, o d?lar bateu a m?xima hist?rica de 5,8550 reais.
Enquanto isso, na B3, o contrato mais l?quido de d?lar futuro tinha alta de 2,011%, a 5,844 reais.
O Banco Central cortou na quarta-feira a taxa b?sica de juros ? m?nima hist?rica de 3% ao ano -- redu??o de 0,75 ponto percentual, mais forte do que a prevista pelo consenso de mercado -- e sinalizou uma ?ltima diminui??o ? frente para complementar o est?mulo monet?rio necess?rio em meio aos impactos da pandemia de coronav?rus na economia.
'O d?lar opera mais fraco no exterior hoje, mas aqui ? diferente, porque, com a decis?o do Copom, a tend?ncia do d?lar ? ficar mais estressado', disse ? Reuters ?lvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, citando surpresa dos mercados ap?s um corte acima das expectativas medianas.
Uma pesquisa feita pela Reuters com 26 economistas mostrou que todos esperavam redu??o de 0,50 ponto na ?ltima reuni?o do Copom.
Em nota, a XP Investimentos disse que, 'no comunicado emitido logo ap?s a reuni?o, o BC ressaltou a elevada incerteza do momento e afirmou que, no cen?rio b?sico para a infla??o, permanecem fatores de risco em ambas as dire??es. No entanto, interpretamos que os argumentos expostos s?o majoritariamente 'dovish' (ou seja, refor?am o cen?rio de mais cortes de juros adiante)'.
O BC afirmou em comunicado que uma nova redu??o n?o deve ser maior que a adotada na quarta-feira, de 0,75 ponto, indicando que a Selic n?o deve cair aqu?m do patamar de 2,25% ao ano.
Em nota, o Bradesco avaliou que o futuro da taxa 'depender?, essencialmente, da combina??o de dados econ?micos, pre?os de commodities e da resposta da taxa de c?mbio ao ambiente global, dom?stico e ? pr?pria queda de juros'.
De fato, a redu??o sucessiva da Selic a m?nimas hist?ricas tem surtido efeitos consider?veis sobre a moeda brasileira. Quanto menores os juros, menos rent?veis s?o os investimentos locais atrelados ? Selic, o que torna o Brasil menos atraente para o investidor estrangeiro quando comparado a pa?ses emergentes de risco parecido.
Esta era a quinta sess?o consecutiva de alta do d?lar, que tem sido impulsionado pelo ambiente de juros baixos, al?m do clima pol?tico tenso ap?s a sa?da de Sergio Moro do cargo de ministro da Justi?a e ? devasta??o econ?mica decorrente da pandemia de coronav?rus. No ano de 2020, a divisa norte-americana acumula ganhos de mais de 45% contra o real.
Na quarta-feira, o d?lar negociado no mercado interbanc?rio fechou em alta de 2,03%, a 5,7035 reais na venda, nova m?xima recorde para encerramento.
O Banco Central realizar? nesta quinta-feira leil?o de at? 7,54 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021.
Enquanto isso, no mercado internacional, divisas emergentes ou ligadas a commodities, como peso mexicano, lira turca, rand sul-africano e d?lar australiano, avan?avam contra a moeda norte-americana. Outros ativos arriscados tamb?m ganhavam for?a ap?s dados chineses melhores do que o esperado impulsionarem o apetite por risco.
Ainda no radar dos mercados estava a not?cia de que os pedidos iniciais de aux?lio-desemprego nos Estados Unidos totalizaram 3,169 milh?es na ?ltima semana.
Escrito por Reuters
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