Dólar fecha praticamente estável ante real, mas sobe em novembro após duas quedas mensais

Por Claudia Violante

S?O PAULO (Reuters) - O d?lar terminou a sexta-feira com leve baixa ante o real, com investidores evitando tomar qualquer posi??o enquanto aguardavam o desfecho do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, no final de semana, com expectativa de que um acordo entre eles alivie as preocupa??es com o crescimento global.

Essa preocupa??o com o mercado externo vista nesta sess?o tamb?m predominou em novembro, quando o d?lar fechou em alta ante o real, ap?s dois meses consecutivos de retra??o.

O d?lar recuou 0,04 por cento, a 3,8558 reais na venda. No m?s, subiu 3,58 por cento e, na semana passada, avan?ou 0,88 por cento ante o real. Foi a quinta semana consecutiva de valoriza??o. O d?lar futuro tinha alta de 0,34 por cento.

'A cess?o onerosa pode fazer o d?lar cair, se for votada semana que vem...Se passar, mercado vai entender que foi conquista da articula??o do novo governo, ent?o pode ter um mini rali', avaliou o presidente da BeeTech, Fernando Pavani.

Ele lembrou que a sinaliza??o dovish do Federal Reserve nos ?ltimos dias, indicando que pode n?o subir tanto os juros nos Estados Unidos, pode ajudar nesse mini rali, j? que, com menos taxas na maior economia do globo, os investidores tendem a procurar outras pra?as mais atrativas, como a brasileira.

'A aprova??o da cess?o onerosa pode trazer o d?lar a 3,75-3,80 reais', acrescentou o especialista em c?mbio da Frente Corretora, Robert Awerianow, ponderando que a quest?o comercial EUA-China pode manter a cautela nos neg?cios.

Nesta sexta-feira, o encontro dos presidentes das duas maiores economias globais, no final de semana, manteve investidores cautelosos. Assim, o d?lar acabou subindo ante as outras divisas, fortes e emergentes, como o peso mexicano.

'As incertezas sobre a quest?o comercial entre os dois pa?ses pairam como uma 'nuvem negra'', escreveu o analista-chefe de mercados da corretora do Reino Unido CMC, Michael Hewson.

'Um resultado positivo seria uma promessa [de Trump] de atrasar um novo aumento de tarifas em janeiro, com vistas a novas discuss?es. Novas escaladas de taxa??es n?o seriam bem-vindas, dada a desacelera??o j? observada na maioria dos indicadores econ?micos globais.'

Nesta tarde, Trump disse que h? alguns bons sinais nas negocia??es com a China. 'Estamos trabalhando muito duro. Se conseguirmos um acordo ser? bom. Eu acho que eles querem. Eu acho que n?s gostar?amos. Veremos', disse.

Internamente, a forma??o da taxa Ptax de final de m?s, usada na liquida??o de diversos derivativos cambiais, influenciou na primeira metade do preg?o, deixando as cota??es mais vol?teis e sem tend?ncia.

No exterior, o d?lar operava com pequena em alta ante a cesta de moedas e tamb?m ante as divisas de pa?ses emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

Os investidores tamb?m aguardavam novidades sobre a vota??o do projeto de lei da cess?o onerosa, ainda sem acordo.

O Banco Central anunciou na v?spera que iniciar? na pr?xima segunda-feira a rolagem do vencimento de janeiro em swaps cambiais tradicionais, equivalentes ? venda futura de d?lares, com oferta de 13.830 contratos.

Segundo nota da autoridade monet?ria, o calend?rio de leil?es ser? mais enxuto, com a conclus?o da rolagem at? o dia 21 do m?s que vem. Vencem em janeiro 10,4 bilh?es de d?lares em contratos de swap cambial. O estoque total do BC totaliza 68,9 bilh?es de d?lares.