Dólar abandona mínimas acompanhando exterior em dia de dados macro locais

Por Luana Maria Benedito

S?O PAULO (Reuters) - O d?lar abandonou queda moderada de mais cedo e rondava estabilidade ante o real nesta ter?a-feira, acompanhando o desempenho da divisa norte-americana no exterior, em dia de aten??o dos mercados ? vis?o do Banco Central Europeu (BCE) sobre o comportamento do euro, enquanto investidores analisavam dados dom?sticos sobre infla??o e vendas no varejo.

?s 14h39, o d?lar tinha varia??o negativa de 0,05%, a 5,2973 reais na venda. O contrato mais l?quido de d?lar futuro perdia 0,25%, a 5,2975 reais, ante piso intradi?rio de 5,2725 reais.

O d?lar ainda ca?a 0,1% ante uma cesta de moedas, mas deixou para tr?s a m?nima da sess?o, quando recuou quase 0,6%. O euro subia 0,5%, metade da alta de 1% registrada mais cedo, quando o mercado reagiu a declara??es da presidente do BCE, Christine Lagarde, minimizando especula??es de que o BCE estivesse incomodado com a valoriza??o do euro e que poderia agir de forma iminente para conter os ganhos da moeda ?nica.

A maioria dos pares emergentes do real --como peso mexicano, rand sul-africano, peso chileno e peso colombiano --perdiam terreno ante o d?lar, depois de altas mais cedo na sess?o.

'As divisas j? haviam ganhado bastante ontem, e a valoriza??o da manh? pode ter suscitado um movimento de realiza??o nas moedas emergentes', explicou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, que tamb?m citou temores sobre o Brexit e a demora nas negocia??es de um novo pacote de est?mulo nos EUA como fatores que limitavam o apetite por risco nos mercados internacionais.

O d?lar chegou a cair 0,57% na m?nima do preg?o, a 5,2699 reais, na esteira do terceiro m?s seguido de aumento nas vendas no varejo, que tiveram o melhor julho da s?rie hist?rica, iniciada em 2000.

'Acho que esses dados de varejo surpreenderam positivamente, mostrando que a economia brasileira est? se recuperando fortemente, o que favorece o real', explicou ? Reuters Jo?o Leal, economista da Rio Bravo Investimentos.

Dados melhores da economia respaldam expectativas de que os juros n?o caiam mais --o que melhora a atratividade do real para opera??es com arbitragem de taxas de juros ('carry trade'). Al?m disso, uma economia em retomada tende a aumentar o interesse de players estrangeiros por investimentos no Brasil, o que se traduziria em maior fluxo de capital, eleva??o da oferta de d?lar e consequente queda do pre?o da moeda.

Diante dos dados econ?micos recentes, alguns analistas voltavam as aten??es para a infla??o brasileira, com o d?lar em patamares elevados sendo apontado como impulso a alguns pre?os dom?sticos.

N?meros da Funda??o Getulio Vargas (FGV) divulgados nesta quinta-feira mostraram que os pre?os no atacado dispararam para o maior n?vel em 26 anos na primeira pr?via de setembro, levando o ?ndice Geral de Pre?os-Mercado (IGP-M) a acelerar a alta para 4,41%.

'O que presenciamos agora ? o 'rebound' (impulso) do proposto c?mbio alto (...) na infla??o brasileira, j? que estimular fortemente as exporta??es agr?colas e pecu?rias repercute internamente nos pre?os dos alimentos de forma imediata e rep?e ao cen?rio brasileiro o processo inflacion?rio, percept?vel nas redes distribuidoras', escreveu Sidnei Moura Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora.

Na ?ltima sess?o, a moeda norte-americana ? vista havia registrado queda de 1,23% contra o real, a 5,3000 reais na venda.

Neste preg?o, o Banco Central fez leil?o de swap tradicional para rolagem de at? 12 mil contratos com vencimento em mar?o e julho de 2021, em que vendeu o total da oferta.