Dólar reage a exterior benigno e tem maior queda desde fim de dezembro

Por Jos? de Castro

S?O PAULO (Reuters) - O d?lar teve nesta sexta-feira a maior queda percentual di?ria de 2020, com o bom humor externo ap?s dados melhores da China abrindo espa?o para uma corre??o de baixa apenas um dia depois de a cota??o escalar para acima de 4,20 reais.

O ajuste de baixa foi potencializado pelo n?vel 'esticado' do d?lar, medido pelo ?ndice de for?a relativa (IFR) de 14 dias, que na v?spera alcan?ou 65,9, m?xima desde o fim de novembro passado.

O indicador vai de zero a 100. Leituras pr?ximas de 70 sugerem que um ativo (no caso, o d?lar) est? com excesso de valoriza??o, o que aumenta a probabilidade de realiza??o de lucros.

O dia j? come?ou positivo com dados da China. A segunda maior economia do mundo teve em 2019 o crescimento anual mais lento em quase tr?s d?cadas, mas a atividade ganhou ritmo no ?ltimo trimestre do ano. 'Considerando que o resultado ? pr?-acordo com os EUA, o pior parece ter ficado para tr?s', disse a XP em nota.

Outras moedas emergentes se valorizavam nesta sess?o, com destaque para as latino-americanas, com peso mexicano, peso chileno e o real liderando os ganhos nos mercados globais de c?mbio.

O d?lar ? vista fechou esta sexta em baixa de 0,63%, a 4,1648 reais na venda.

? a mais forte desvaloriza??o desde 30 de dezembro do ano passado (-0,91%). Na v?spera, a cota??o bateu 4,2020 reais na venda, pico intradia desde 5 de dezembro de 2019.

Na B3, o d?lar futuro de maior liquidez perdia 0,50%, a 4,1680 reais, nesta sess?o.

As firmes altas dos ?ltimos dias, por?m, garantiram um d?lar para cima nesta semana, per?odo em que acumulou ganho de 1,73% --o mais forte desde a semana finda em 8 de novembro passado (+4,34%). ? a terceira alta semanal consecutiva para o d?lar, que em 2020 j? se aprecia 3,79%, o que imp?e ao real o pior desempenho entre 33 rivais.

Gabriel Gerzstein, chefe global de estrat?gia para mercados emergentes do BNP Paribas, at? acredita em alguma aprecia??o para a moeda dom?stica at? o fim do ano, mas que seria guiada sobretudo por fatores externos.

Ele cita que a moeda brasileira perdeu atratividade pela redu??o do 'carry' (retorno baseado na taxa de juros), num cen?rio de fluxo cambial negativo, ru?dos na Am?rica Latina, estrat?gia de uso do c?mbio como hedge de posi??es compradas em outros mercados (como bolsa de valores) e pagamento antecipado por empresas brasileiras de d?vidas no exterior.

Em revis?o de cen?rio, o Ita? Unibanco manteve estimativa de que o d?lar fechar? 2020 a 4,15 reais. 'No curto prazo, os movimentos da moeda brasileira devem continuar relacionados ? perspectiva de recupera??o da economia', disse o banco no relat?rio.