Economia vai começar a melhorar no último trimestre, diz Campos Neto
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Por Jos? de Castro e Gabriel Ponte
S?O PAULO/BRAS?LIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, previu nesta ter?a-feira que a economia brasileira vai come?ar a melhorar a partir do ?ltimo trimestre do ano, com recupera??o 'boa' em 2021.
Campos Neto disse que o BC vai revisar sua proje??o para varia??o real do PIB neste ano, atualmente em zero.
'Eu acho que ? dif?cil fazer uma previs?o, mas n?s entendemos que no ?ltimo trimestre j? vai estar come?ando a melhorar e no ano que vem ? um ano de recupera??o boa', disse Campos Neto em entrevista ? CNN Brasil.
Ele citou que a economia vinha dando sinais de retomada, mas que houve uma interrup??o como se tivesse 'ca?do um meteoro'.
O governo estima varia??o positiva do PIB de 0,02% para este ano, mas o secret?rio do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, j? disse que a previs?o do Minist?rio da Economia pode estar defasada.
No mercado, a expectativa ? que o PIB retraia 0,48%, pela mediana das estimativas da pesquisa Focus do BC. Mas algumas casas j? preveem contra??o de mais de 3%.
Na entrevista desta ter?a, Campos Neto disse que a situa??o atual da economia pede algum tipo de est?mulo fiscal e lembrou que as medidas j? anunciadas pelo BC podem injetar 1,2 trilh?o de reais no sistema financeiro nacional.
Questionado sobre o prazo para elabora??o da Medida Provis?ria que trata da linha emergencial de cr?dito a ser operacionalizada pelo BNDES para financiar a folha de pagamento de empresas, Campos Neto disse que a MP dever? 'sair' at? a quarta e que ainda est? dentro do prazo.
'Acho que n?s estamos confiantes de que na semana que vem j? teremos algo de concreto nesse sentido', disse.
O programa, anunciado na sexta-feira passada, soma 40 bilh?es de reais para financiar por dois meses a folha de pagamento das pequenas e m?dias empresas com recursos do Tesouro e dos bancos, para fornecer respiro de caixa ?s companhias em meio ? pandemia do coronav?rus.
C?MBIO E POL?TICA MONET?RIA
Campos Neto voltou a defender o que chamou de princ?pio da separa??o --em que o c?mbio ? flutuante, o instrumento da pol?tica monet?ria ? a taxa de juros e as medidas macroprudenciais atuam para a estabilidade do sistema financeiro--, mas reconheceu que, 'no limite', existe alguma conex?o entre esses fatores.
O presidente do BC frisou que a autoridade monet?ria tem um arsenal 'muito grande' para o c?mbio, que o BC est? bem preparado, mas sem ter o objetivo de defender n?vel de c?mbio, e sim de manter a funcionalidade do mercado.
Campos Neto lembrou ainda os 60 bilh?es de d?lares em linhas de swap com o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) e destacou que o real tem oscilado 'junto' com outras moedas de mercados emergentes.
O d?lar fechou perto de 5,20 reais nesta ter?a-feira e saltou mais de 29% no primeiro trimestre, com o real encabe?ando a lista de perdas entre 34 rivais do d?lar no per?odo.
Sobre o uso da Selic como forma de estimular a economia, Campos Neto ponderou que, para que esse instrumento tenha efic?cia, ? preciso credibilidade e que influencie a curva de juro de forma que gere liquidez.
'Se n?o existir credibilidade, o movimento da Selic vai ter pouco valor, porque n?o ? a Selic que determina as condi??es financeiras', disse.
A curva de DI projeta 100% de chance de outro corte de 0,25 ponto percentual na meta Selic at? junho. A Selic est? atualmente em 3,75% ao ano, m?nima hist?rica.
Escrito por Reuters
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