BC vê PIB perto da estabilidade no 2º tri, com recuperação 'gradual' à frente
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Por Jos? de Castro
S?O PAULO (Reuters) - A economia brasileira deve ficar perto da estabilidade neste segundo trimestre, com uma 'n?tida' interrup??o em seu processo de recupera??o como reflexo de uma mudan?a na din?mica da atividade depois do segundo trimestre de 2018, avaliou o Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom) do Banco Central (BC) nesta ter?a-feira.
Na ata de sua ?ltima reuni?o de pol?tica monet?ria --quando deixou na semana passada a Selic em 6,50% ao ano--, o Copom disse que os principais choques sofridos pela economia brasileira ao longo de 2018 se dissiparam e que as condi??es financeiras j? caminharam para territ?rio 'mais estimulativo'.
'Ap?s leve recuo no primeiro trimestre de 2019, em decorr?ncia dessa perda de dinamismo e de alguns choques pontuais, o Produto Interno Bruto (PIB) deve apresentar desempenho pr?ximo da estabilidade no segundo trimestre', avaliou o Copom.
'Nesse contexto, o cen?rio b?sico do Copom contempla retomada do processo de recupera??o econ?mica adiante, de maneira gradual', afirmou o Copom.
Dessa forma, o Copom explica o fato de ter eliminado do comunicado da decis?o de juros da semana passada trecho que mencionava que sua avalia??o sobre o cen?rio econ?mico poderia n?o ser conclu?da a curto prazo.
A avalia??o do Copom para a atividade se d? conforme o mercado imp?e sucessivos cortes ?s expectativas para a atividade. A previs?o agora dos analistas ? que o PIB avance apenas 0,87% em 2019, segundo boletim Focus do BC divulgado na v?spera.
Na ata divulgada nesta ter?a, o Copom reconheceu a melhora do balan?o de riscos para a infla??o entre o come?o de maio e meados de junho, mas ainda apontou riscos do lado da agenda de reformas, classificados pelo colegiado como 'preponderantes'. Com isso, 'a evolu??o do cen?rio b?sico e do balan?o de riscos prescreve manuten??o da taxa Selic no n?vel vigente'.
Para Dan Kawa, s?cio da TAG Investimentos, a ata do Copom manteve a porta aberta para queda da Selic, mas fazendo ressalvas sobre o recuo nas proje??es de infla??o de curto prazo. 'O espa?o para o tamanho da queda talvez seja menor do que o vislumbrado ap?s o comunicado da semana passada', afirmou.
O Copom voltou a destacar a import?ncia de reformas econ?micas para 'consolida??o do cen?rio benigno para a infla??o prospectiva' e disse que as reformas ajudam a reduzir incertezas, estimulando o investimento privado num contexto de ambiente fiscal limitado para investimentos p?blicos.
O destaque ? necessidade de evolu??o na agenda de reformas sinaliza ao mercado que cortes de juros s? vir?o ap?s a aprova??o da reforma da Previd?ncia. Para o mercado, a passagem pelo plen?rio da C?mara dos Deputados pode acontecer em julho.
A indica??o do BC contraria, assim, o entendimento de parte do mercado de que a percep??o de que a reforma caminha para ser aprovada seria suficiente para determinar um corte da taxa.
'Para resumir, o Copom n?o cortou nem disse que vai cortar, sequer sinalizou', disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset Management, que classificou o colegiado do BC como 'um pouco mais pragm?tico que o mercado'. 'Estamos contando demais com eventos imponder?veis. E, pior, est? todo mundo contando com o pol?tico. Calma', concluiu.
Contratos de juros futuros indicavam Selic m?dia de 5,6% em dezembro de 2019. A curva de DI embutia Selic m?dia de cerca de 6,4% no ?ltimo trimestre de 2020.
Escrito por Redação
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