Em delação, sócio da Gol cita 'benefícios financeiros' a Rodrigo Maia

Por Ricardo Brito

BRAS?LIA (Reuters) - O empres?rio Henrique Constantino, um dos s?cios da companhia a?rea Gol, citou em acordo de dela??o premiada o presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como envolvido em 'benef?cios financeiros' por meio da Associa??o Brasileira de Empresas A?reas (Abear), segundo informa??es obtidas pela Reuters.

A men??o a Maia e a outros sete parlamentares e ex-parlamentares consta do Anexo 7, um dos 10 anexos do acordo de colabora??o que o empres?rio firmou em fevereiro com o Minist?rio P?blico Federal (MPF), que foi homologado pela Justi?a Federal em Bras?lia.

O conte?do da dela??o que envolve o presidente da C?mara e os demais parlamentares e ex-parlamentares, que foi obtido pela Reuters, est? sob sigilo.

Em entrevista durante viagem que faz a Nova Yok, Maia disse que Constantino est? mentindo e que esse ser? ?mais um? dos casos de investiga??o arquivada. ?Nunca me pagou nada, isso ? mentira dele. N?o tem como provar e vai ser mais um inqu?rito arquivado na Justi?a brasileira?, afirmou Maia, ao chegar para um jantar com empres?rios e investidores estrangeiros organizado pelo Grupo Safra, na segunda-feira.

?Nunca tive rela??o com ele, nunca tive nenhum benef?cio deles. Como outras dela??es que j? foram arquivadas, como da Odebrecht, essa vai ser arquivada tamb?m?, completou.

O presidente da C?mara disse que n?o conhece o empres?rio e que vai dar explica??es ? Justi?a com ?a maior tranquilidade do mundo?. ?Nunca falei com ele na minha vida?, afirmou.

Em nota, a Abear disse desconhecer os fatos e o teor da dela??o de Constantino. 'Caso a entidade seja procurada pela Justi?a para esclarecimentos, estar? ? disposi??o', acrescentou.

A Gol afirmou, tamb?m em nota, que Constantino n?o faz parte da administra??o da empresa desde o final de julho de 2016, quando deixou o conselho de administra??o, e disse que a companhia sempre esteve ? disposi??o e colaborou com as autoridades.

TEMER E OUTROS

Na dela??o, Constantino acusou tamb?m, em depoimento ao Minist?rio P?blico Federal em Bras?lia, pol?ticos do MDB ?como o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o deputado cassado Eduardo Cunha.

Na dela??o, o empres?rio disse que houve pagamentos de propina em troca da libera??o de financiamentos da Caixa Econ?mica Federal para suas empresas.

Henrique Constantino relatou, em depoimento feito no dia 25 de fevereiro a procuradores da Rep?blica, que participou de uma reuni?o com o ent?o vice-presidente da Rep?blica Michel Temer, em 2012, na qual houve a solicita??o de 10 milh?es de reais em troca da atua??o dos emedebistas em favor dos financiamentos pleiteados pelo seu grupo empresarial na Caixa.

Segundo o empres?rio, o repasse de 10 milh?es de reais foi efetuado por meio de pagamentos para a campanha a prefeito de S?o Paulo de Gabriel Chalita, ? ?poca filiado ao MDB, por meio de empresas indicados pelo doleiro L?cio Funaro.

Temer, que est? preso desde a semana passada e deve ter julgado nesta ter?a-feira um pedido de liberdade pelo Superior Tribunal de Justi?a (STJ), negou qualquer irregularidade, por meio de nota da defesa.