Em inquérito de delação da Odebrecht, PF diz que Maia cometeu corrupção, falsidade ideológica e lavagem
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Por Ricardo Brito
BRAS?LIA (Reuters) - A Pol?cia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) as conclus?es de um inqu?rito no qual sustenta haver ?elementos concretos e relevantes? de que o presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cometeu os crimes de corrup??o passiva, falsidade ideol?gica eleitoral e lavagem de dinheiro a partir da dela??o de executivos da Odebrecht.
Em documento enviado ao STF, visto pela Reuters, a PF diz que Maia e o pai dele, o ex-prefeito do Rio e vereador Cesar Maia (DEM), cometeram uma s?rie de crimes e relata, por exemplo, que ambos cometeram o crime de corrup??o passiva ao pedirem e terem recebido contribui??es indevidas do grupo nos anos de 2008, 2010, 2011 e 2014.
As conclus?es do inqu?rito foram encaminhadas ao relator no Supremo, ministro Edson Fachin, que, em um despacho, deu prazo de 15 dias para que a procuradora-geral da Rep?blica, Raquel Dodge, decida se vai oferecer den?ncia contra Maia, o pai dele e outras tr?s pessoas que a PF sugeriu o indiciamento.
Em nota, Maia reafirmou que todas as doa??es recebidas em suas campanhas eleitorais 'foram solicitadas dentro da legisla??o, contabilizadas e declaradas ? Justi?a'.
'Nunca houve pagamentos n?o autorizados por parte da Odebrecht ou de qualquer outra empresa. A conclus?o do relat?rio da Pol?cia Federal, portanto, n?o tem embasamento f?tico, comprobat?rio ou legal, j? que foi baseado exclusivamente em palavras e planilhas produzidas pelos pr?prios delatores', acrescentou o deputado.
Maia disse confiar na Justi?a e estar 'seguro que os fatos ser?o esclarecidos, e este inqu?rito, arquivado?.
A apura??o da PF pode desgastar o presidente da C?mara e, lateralmente, atrapalhar os planos do governo Bolsonaro no Congresso. Maia foi o principal fiador no Legislativo da reforma da Previd?ncia, garantindo a sua vota??o entre os deputados, e ? um entusiasta da agenda de reformas econ?micas.
INVESTIGA??O
Em 88 p?ginas, os delegados Bernardo Guidali Amaral e Orlando Cavalcanti Neves Neto narram os avan?os da investiga??o aberta pelo Supremo em mar?o de 2017, a partir da dela??o de tr?s executivos da Odebrecht.
Os investigadores conclu?ram que a empreiteira pagou propina a Maia e a seu pai nos anos de 2008 e 2010 com o objetivo de garantir influ?ncia sobre demais pol?ticos no Estado. As provas, segundo a PF, d?o conta de que ambos fizeram solicita??es indevidas ? empreiteira no valor de 1,8 milh?o de reais nesses dois anos e pagamentos indevidos que totalizam 1,6 milh?o de reais em esp?cie em quatro anos no intervalo de 2008 a 2014.
'O senhor Jo?o Borba (um dos delatores) relatou que entregou pessoalmente o dinheiro ao deputado federal Rodrigo Maia, em sua resid?ncia, na cidade do Rio de Janeiro', cita a PF em um dos trechos do relat?rio final.
'Sendo assim, havendo elementos concretos de autoria e materialidade, nas circunst?ncias descritas nos t?picos acima, para se atestar que est?o presentes ind?cios suficientes de que o deputado federal Rodrigo Felinto Ibama Maia e Cesar Epit?cio Maia, vereador da cidade do Rio de Janeiro, cometeram o delito de corrup??o passiva ao solicitarem e receberem contribui??es indevidas nos anos de 2008, 2010, 2011 e 2014.'
A PF tamb?m afirma ter havido falsidade ideol?gica eleitoral, na modalidade caixa 3. Isso porque, apesar de as presta??es de contas apresentadas em algumas das contribui??es eleitorais feitas a Maia e o pai, elas eram 'ideologicamente falsas' porque as contribui??es eram bancadas pela Odebrecht que usava interpostas empresas para fazer essas doa??es.
Escrito por Redação
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