Em Manaus, Teich diz que recursos são escassos e não se deve pensar agora em hospital de campanha

(Reuters) - O ministro da Sa?de, Nelson Teich, afirmou nesta segunda-feira durante visita a Manaus, capital de um dos Estados mais duramente afetados pela pandemia de coronav?rus, que o governo federal tem recursos escassos para o combate ao coronav?rus e precisa otimizar o funcionamento das estruturas dispon?veis antes de falar na implanta??o de hospitais de campanha.

Em sua primeira viagem oficial desde que tomou posse no m?s passado, Teich visitou hospitais da capital amazonense que tratam pacientes da Covid-19, doen?a respirat?ria provocada pelo novo coronav?rus, que j? deixou 584 mortes no Estado do Amazonas, com 7.242 casos confirmados.

Apesar da dimens?o do problema, o governo federal ainda n?o montou o hospital de campanha no Estado que foi prometido no m?s passado pelo ent?o ministro da Sa?de, Luiz Henrique Mandetta, que depois foi substitu?do por Teich.

?Antes de a gente pensar em um hospital de campanha, tem que pensar em como otimizar o funcionamento daqui. O hospital ? amplo, com espa?o para crescer?, disse Teich ap?s visitar o Hospital de Combate ao Covid-19 Nilton Lins, que recebeu respiradores enviados pelo governo federal.

?Como a gente tem recursos escassos, a gente tem que entender o que consigo utilizar no espa?o curto de tempo. Eu preciso de tudo funcionando ao mesmo tempo para poder cuidar das pessoas. Ent?o eu tenho que ter o respirador, eu tenho que ter as pessoas, tenho que ter outros detalhes de opera??o. N?o posso mandar mais do que eu consigo botar para rodar rapidamente, sen?o eu tiro de outras partes do pa?s. O mais importante de tudo ? o que eu consigo botar para operar agora?, acrescentou o ministro, segundo nota publicada no site do governo estadual do Amazonas.

O Amazonas tem sofrido com uma das situa??es mais dram?ticas geradas pela pandemia de Covid-19 no pa?s, com a capital Manaus tendo de enterrar cad?veres em valas comuns. O Estado foi o primeiro a declarar que seu sistema de sa?de havia entrado em colapso, no in?cio de abril, quando autoridades locais de sa?de apontaram para um descumprimento das medidas de isolamento social por parte da popula??o.

Agentes funer?rios em Manaus chegaram a enterrar caix?es um em cima do outro na semana passada, mas a cidade interrompeu a pr?tica depois de protestos de familiares dos mortos.

Em audi?ncia no Senado para tratar da pandemia na semana passada, Teich foi cobrado a enviar ajuda ao Amazonas, e disse que o Estado era a 'prioridade absoluta' do minist?rio. Ele chegou a Manaus na v?spera e teve reuni?es com o governador, Wilson Lima (PSC), e o prefeito de Manaus, Arthur Virg?lio, cuja prefeitura montou um hospital de campanha municipal.

Em uma demonstra??o do tamanho possivelmente ainda maior da crise, o n?mero de mortes naturais no Amazonas --que excluem as violentas, como causadas por assassinatos e acidentes de tr?nsito-- registradas em cart?rio no Estado foram de 801 em abril do ano passado para 2.374 em abril deste m?s, de acordo com dados da Central de Informa??es do Registro Civil do dia 30.

Teich tinha uma entrevista coletiva marcada para o final da tarde desta segunda-feira, mas o minist?rio informou que o evento foi cancelado porque o ministro teria reuni?es t?cnicas sobre a??es e medidas.

Nesta segunda-feira, chegam ao Estado 267 profissionais de sa?de contratados pelo governo federal para refor?ar o atendimento.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)