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Em reta final, aliados querem que Alckmin mude comunicação com eleitor para buscar reação

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Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu

BRAS?LIA (Reuters) - Aliados do candidato do PSDB ? Presid?ncia, Geraldo Alckmin, cobram mudan?as r?pidas na comunica??o do tucano com o eleitor a fim de tentar uma rea??o para que ele deslanche na disputa ao Pal?cio do Planalto a menos de 20 dias do primeiro turno.

Alckmin vai realizar uma reuni?o com lideran?as dos partidos que formam a sua coliga??o nesta ter?a-feira, em S?o Paulo, para fechar uma estrat?gia de atua??o na reta final da campanha.

Com a maior alian?a entre os candidatos a presidente, Alckmin apostava na propaganda do r?dio e da TV --det?m quase a metade do tempo nos blocos e inser??es-- para crescer nas pesquisas.

Mas assistiu nesse per?odo o crescimento do advers?rio do PSL, Jair Bolsonaro, que se consolidou como o primeiro nas sondagens at? agora, e o avan?o do petista Fernando Haddad para a segunda coloca??o, embalado pela vincula??o com o ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva.

Na avalia??o de aliados do tucano, Alckmin ? o mais preparado para comandar o pa?s, diante da experi?ncia que j? teve em sua carreira pol?tica e o fato de ter governado S?o Paulo. Contudo, o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Domingos S?vio, reconheceu que ? preciso fazer mudan?as na comunica??o do candidato. Essa ? uma avalia??o feita, segundo o deputado, tamb?m por outros aliados dele.

'Acho que est? faltando na campanha ser mais incisivo para mostrar para o Brasil que h? uma ampla maioria que n?o quer a extrema-direita e a extrema-esquerda e compreendem que Alckmin ? a melhor op??o. O marketing da campanha tem de fazer o voto ?til para que ele v? ao segundo turno', disse o presidente do PSDB mineiro, para quem essa 'inseguran?a' sobre o desempenho do candidato tucano pode afastar eventuais votos nele.

ENGAJAMENTO

Estagnado nas pesquisas, o ex-governador de S?o Paulo tamb?m tem tido dificuldades de garantir engajamento de partidos aliados ? sua candidatura. Principalmente no Nordeste, ele tem se deparado com o apoio de aliados ao PT e, no centro-sul, locais em que aliados defendem voto para Bolsonaro.

Na semana passada, por exemplo, o candidato do PP ga?cho ao Senado, o deputado federal Luiz Carlos Heinze, anunciou publicamente o apoio a Bolsonaro, ignorando a costura nacional. A candidata a vice-presidente na chapa de Alckmin, Ana Am?lia, ? senadora pelo partido no Estado.

Na primeira semana de campanha na TV, por exemplo, Alckmin assistiu aliados de peso da sua coliga??o, como o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), defender ao lado de Haddad -- aquela altura ainda vice de Lula-- o voto na alian?a do PT.

Um presidente de partido da alian?a de Alckmin disse ? Reuters que, desde o in?cio da campanha na TV, s? foi convocada uma reuni?o dos aliados para discutir a??es, sendo que essa nem ocorreu. Nesta ter?a-feira, se houver qu?rum, haver? a primeira para valer.

Outro representante de partido da coliga??o de Alckmin, o l?der do PR na C?mara, deputado Jos? Rocha, disse que 'com certeza' vai trabalhar pela candidatura de Haddad. Segundo ele, n?o h? verticaliza??o de apoio a Alckmin e a realidade nacional e estadual n?o est?o vinculadas.

Questionado se a candidatura de Alckmin foi abandonada pelos aliados, Rocha respondeu: 'N?o posso falar, porque n?o sou aliado dele. Aqui pela Bahia ele j? est? abandonado.'

Rocha ? candidato ? reelei??o para a C?mara dos Deputados numa ampla alian?a liderada pelo PT no Estado. 'N?o tenho d?vida que o segundo turno vai ser entre Bolsonaro e PT', disse ele ? Reuters.

Um interlocutor direto de Alckmin falava no in?cio da propaganda na TV ser 'chance zero' o risco de o tucano acabar abandonado por partidos aliados. 'Candidato do PSDB n?o tem a menor chance de ser cristianizado.'

Aliados do tucano tentam se mostrar confiantes e usam o discurso de que a defini??o do voto para presidente se dar? na reta final.

TEMPO

O ex-presidente do PSDB e ex-governador de S?o Paulo Alberto Goldman disse que ainda h? uma 'enormidade de tempo', mas admitiu que n?o h? nenhuma f?rmula m?gica para uma revers?o do quadro. Ele creditou ao PT a cria??o do que chamou de 'direita radical' e 'conservadorismo profundo', que seria encarnada na candidatura de Bolsonaro.

Ainda assim, Goldman afirmou que o momento n?o ? de analisar os 'erros estrat?gicos' da campanha, mas sim olhar para frente. 'A campanha s? termina no ?ltimo dia, no ?ltimo minuto, j? vi de tudo acontecer na campanha. Em nenhum momento abro m?o', disse ele, ao ser questionado se estaria desanimado com o desempenho de Alckmin.

Para Domingos S?vio, '? perfeitamente poss?vel chegar ao segundo turno'. Ele considera que a elei??o ocorre em uma 'onda de manifesta??o popular'. 'O eleitor est? indeciso ou inseguro com seu pr?prio voto', avaliou.

Em entrevista em Bras?lia na segunda-feira, a ag?ncias internacionais e correspondentes estrangeiros, o candidato tucano ao Planalto disse que n?o vai mudar a sua estrat?gia de campanha e, atacando tanto PT quanto Bolsonaro, destacou ser ele o ?nico representante a evitar a volta do PT ao poder.

'O Bolsonaro, se fosse para o segundo turno, ser? o passaporte para a volta do PT?, disse. 'O PSDB ir? ao segundo turno?, refor?ou, ao interditar qualquer tipo de avalia??o sobre cen?rio em que esteja fora da disputa final.

Escrito por Redação

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