Em troca de apoio a reformas, Guedes promete a governadores nova distribuição de receitas
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Por Lisandra Paraguassu
BRAS?LIA (Reuters) - O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu a ajuda dos governadores na aprova??o de reformas no Congresso, especialmente as da Previd?ncia e tribut?ria, prometendo em troca um tratamento mais igualit?rio dos governos estaduais e uma nova distribui??o das receitas obtidas com a arrecada??o de impostos.
Em um almo?o organizado pelos governadores eleitos do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de S?o Paulo, Jo?o D?ria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), Guedes formalizou, segundo alguns dos governadores presentes, o apoio a reformas.
?Ele sinalizou para uma reforma federativa, envolvendo os governadores, e pediu apoio no Congresso para aprovar as reformas, que os governadores exer?am esse papel de lideran?a junto ?s bancadas?, contou o governador eleito do Par?, Helder Barbalho (MDB).
?A linha central ? que se der certo, deu certo para todo mundo. As pautas no Congresso n?o devem ser exclusivas do governo federal, mas de toda a federa??o.?
Guedes n?o entrou em detalhes sobre a proposta de reforma da Previd?ncia, considerada pelo governo eleito a mais urgente a ser feita e que, diferentemente da expectativa inicial, dever? ser toda formulada e negociada a partir do ano que vem, j? que o Congresso n?o abriu espa?o para aprovar parte do texto apresentado pelo governo de Michel Temer este ano, como era de interesse do governo eleito.
O futuro ministro, no entanto, estressou a necessidade da aprova??o, vinculando a possibilidade de atender pleitos dos governadores apenas com o resultado das reformas, que permitiriam ao pa?s retomar uma trajet?ria mais forte de crescimento.
REDISTRIBUI??O DE RECURSOS
Em troca do apoio, Guedes acenou com a solu??o de uma quest?o h? muito reivindicada pelos governadores: a redistribui??o da receita de impostos com os estados, hoje muito concentrada na Uni?o.
?? o discurso dele de menos Bras?lia e mais Brasil, se prop?e a fazer com que as receitas cheguem mais diretamente aos estados e sejam menos concentradas na Uni?o, mas amarrando isso ele deixou claro, 'olha, tem que ter receita, tem que ter gera??o de riqueza, e para gerar receita precisa ter as reformas'. E pediu o apoio ? agenda de reformas?, contou o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Na vis?o dos governadores presentes, havia no grupo reunido em Bras?lia uma disposi??o de trabalhar junto com o futuro governo de Bolsonaro, mas um certo ceticismo em rela??o ao poder de influenciar o Congresso.
Helder lembrou que os governadores nos ?ltimos anos n?o t?m acompanhado com aten??o a agenda federal. Leite ressaltou que os governos estaduais j? tiveram mais poder de influenciar suas bancadas, quando tinham mais recursos para investir.
?Hoje, o poder maior de ajustar a agenda do Congresso ? do Presidente da Rep?blica, mas claro que os governadores podem ajudar, colaborar. E me parece que h? uma disposi??o?, disse.
Nem todos, no entanto, mostraram entusiasmo com os princ?pios da reforma da Previd?ncia.
O governador do Piau?, reeleito, Wellington Dias (PT), afirmou que 'ningu?m pode fugir do debate' sobre a Previd?ncia, mas que a atual reforma, 'n?o se mostra consistente nem no longo prazo e esquece do curto prazo', raz?o pela qual os governadores n?o se comprometer?o a apoi?-la. Ele disse, contudo, que est?o todos abertos a discutir uma nova reforma.
'H? necessidade de se ter um di?logo e um entendimento para poder ter maioria. H? diverg?ncias que precisam ser resolvidas desde o in?cio. N?o ? razo?vel (reforma) com medidas que tenham impacto mais forte sobre os mais pobres', afirmou.
Governador eleito do Esp?rito Santo, Renato Casagrande (PSB), diz que n?o ? o momento de discutir apoio ? reforma, uma vez que o texto ainda n?o foi apresentado pela equipe de Bolsonaro, afirmando que a discuss?o ser? feita no pr?ximo ano.
Escrito por Redação
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