Embraer deveria considerar China como parceira, diz Mourão
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BRAS?LIA (Reuters) - A Embraer deveria considerar a China como parceira da unidade de avia??o comercial ap?s a Boeing cancelar o acordo de compra do controle da principal divis?o da fabricante brasileira de avi?es, afirmou o vice-presidente, Hamilton Mour?o, nesta segunda-feira.
'H? males que v?m para bem', disse Mour?o durante videoconfer?ncia promovida pela consultoria Arko Advice. Ele afirmou que a Embraer continuar? sob controle brasileiro e que a companhia poder? entregar um produto que a China precisa, conforme o pa?s asi?tico amplia atua??o na avia??o dom?stica.
'N?s temos o produto e eles t?m a necessidade. N?s temos a tecnologia...? um casamento inevit?vel', afirmou Mour?o.
As a??es da Embraer despencaram 7,5% nesta segunda-feira, pressionadas pelo cancelamento do acordo de 4,2 bilh?es de d?lares para vender o controle da divis?o de avia??o comercial para a Boeing no ?ltimo final de semana.
O cancelamento do neg?cio pela Boeing ? bastante negativo para a Embraer, que agora se v? sozinha tendo que disputar mercado com outras empresas mais bem estruturadas, como a Airbus, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
'Mesmo a companhia negociando um novo acordo com outra empresa ? frente, o que tamb?m pode implicar em termos menos vantajosos dada a atual conjuntura, a empresa precisar? trabalhar sua musculatura de modo a retomar a competitividade de outrora', afirmou Arbetman.
Em 2020, a a??o da Embraer j? acumula queda de mais de 60%.
Mour?o afirmou na videoconfer?ncia que a Embraer cumpriu todos os passos previstos no acordo com a Boeing para a conclus?o do neg?cio, anunciado em meados de 2018 e que ainda aguardava aprova??o da Uni?o Europeia para ser efetivado.
Mais cedo, a Embraer anunciou que abriu arbitragem contra a Boeing e o presidente-executivo da companhia, Francisco Gomes Neto, disse em teleconfer?ncia que n?o acredita que o acordo com fabricante norte-americana possa ser ressuscitado. Executivos da Embraer tamb?m citaram que a fabricante brasileira encontrou pontos de economia de custos de 1 bilh?o de d?lares e 2020.
A Embraer n?o informou quanto investiu nas tratativas para conclus?o do acordo com a Boeing, mas durante o final de semana o sindicato de metal?rgicos de S?o Jos? dos Campos (SP), principal base fabril da empresa, citou dados da companhia sobre disp?ndio total em 2019 de 485 milh?es de reais.
Junto com a queda nas a??es da Embraer nesta segunda-feira, a ag?ncia de classifica??o de risco Standard & Poor's colocou a nota de cr?dito da companhia em observa??o negativa, sinalizando que poder? cort?-la mais adiante.
'A a??o indica que n?o h? mais possibilidade de eleva??o dos ratings das notas no curto prazo, que seria poss?vel caso a transa??o com a Boeing fosse conclu?da', afirmou a S&P, apesar de citar que a Embraer tem reservas de caixa de 3,3 bilh?es de d?lares, 'com uma d?vida de curto prazo de apenas 215 milh?es'.
(Por Anthony Boadle, com reportagem adicional de Peter Frontini e Marcelo Rochabrun)
Escrito por Reuters
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