Emissão de ações da Eletrobras para privatização deve ocorrer em 2020, diz CEO

S?O PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A emiss?o de novas a??es da Eletrobras que o governo pretende realizar para levar ? capitaliza??o e privatiza??o da companhia deve ocorrer em 2020, embora uma decis?o sobre o projeto de lei necess?rio para viabilizar o processo seja esperada ainda em 2019, disse nesta ter?a-feira o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr..

A Eletrobras afirmou no in?cio de agosto que o presidente Jair Bolsonaro autorizou que sejam aprofundados estudos para a desestatiza??o da companhia, o que precisar? passar pelo Congresso Nacional.

Durante coletiva de imprensa para comentar os resultados da el?trica, Ferreira afirmou que a tend?ncia ? que a opera??o de capitaliza??o ocorra de fato ap?s fevereiro de 2020.

O executivo comentou ainda que n?o v? como essencial a cria??o de uma classe especial de a??es da companhia, a chamada 'golden share', no processo de desestatiza??o.

A manuten??o pelo governo federal de uma 'golden share' na Eletrobras constava de um projeto de desestatiza??o da companhia apresentado pelo governo Michel Temer, que n?o foi adiante.

Segundo Ferreira, o setor el?trico ? extremamente regulado, o que faz com que tal mecanismo n?o seja necess?rio.

D?VIDA E INVESTIMENTOS

O presidente da Eletrobras admitiu ainda que a estatal n?o conseguir? realizar os 5,7 bilh?es de reais em investimentos inicialmente planejados para 2019, devido ao avan?o mais lento de alguns projetos, como um linh?o de transmiss?o entre Roraima e o Amazonas.

'Eu acredito que a gente tenha que rever uma parte do nosso or?amento para baixo, por conta desse deslocamento em termos de cronograma de algumas obras', disse Ferreira mais cedo, durante teleconfer?ncia com investidores sobre os resultados.

Segundo ele, os investimentos neste ano devem ficar ligeiramente abaixo de 5 bilh?es de reais.

A Eletrobras somou aportes de 577,7 milh?es de reais no segundo trimestre e de 1 bilh?o no acumulado do ano, o que representa apenas 19% do total previsto.

Apenas a demora na licen?a para as obras do linh?o de Roraima resultou em 139 milh?es em investimentos programados e n?o realizados, de acordo com a Eletrobras.

O presidente da estatal destacou ainda que a Eletrobras fechou o segundo trimestre com rela??o entre d?vida l?quida e gera??o de caixa de 2 vezes, ou 2,6 vezes se desconsideradas indeniza??es que a empresa tem a receber nos pr?ximos anos pela renova??o de contratos antigos de transmiss?o (RBSE).

Ferreira havia se comprometido a levar a alavancagem, sem indeniza??es, para n?vel inferior a 3 vezes ao divulgar o Plano de Neg?cios da companhia.

'Finalmente atingimos nossa meta', afirmou o executivo.

A alavancagem sem as indeniza??es havia fechado 2018 em 3,1 vezes e encerrado o primeiro trimestre em 3 vezes.

(Por Luciano Costa e Rodrigo Viga Gaier)