Eike Batista é preso pela PF em investigação sobre manipulação de mercado
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Por Rodrigo Viga Gaier e Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O empres?rio e ex-bilion?rio Eike Batista, que j? foi o homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo, voltou a ser preso pela Pol?cia Federal, nesta quinta-feira, desta vez no ?mbito de uma investiga??o da Lava Jato sobre manipula??o do mercado de capitais, informaram a PF e o Minist?rio P?blico Federal (MPF).
O empres?rio foi alvo de um mandado de pris?o tempor?ria como parte da opera??o Segredo de Midas, que tamb?m prendeu um contador de Eike e cumpriu ordens de busca e apreens?o em endere?os ligados a ambos e a um ex-diretor de uma das companhias que Eike comandava no auge de seu imp?rio empresarial.
A pedido do MPF, a Justi?a Federal decretou ainda bloqueio de 1,6 bilh?o de reais de Eike e de seus dois filhos, sendo 800 milh?es de reais por danos morais e 800 milh?es de reais por danos materiais, informou a Procuradoria da Rep?blica no Rio de Janeiro em comunicado.
Segundo os procuradores, investiga??es realizadas a partir de outras fases da opera??o Lava Jato no Rio revelaram que Eike utilizou as mesmas contas usadas para o pagamento de propinas ao ex-governador S?rgio Cabral --pelas quais j? foi condenado a 30 anos de pris?o-- para manipular a??es de empresas envolvidas em contextos empresariais com ele nos mercados de capitais do Brasil e do exterior.
'Entre 2010 e 2013, foram manipulados os mercados de a??es e bonds de diversas empresas: Ventana Gold Corp, utilizada como falso pretexto para encobrir o repasse il?cito de recursos a Cabral, Galway Resources Ltd, MMX, MPX e OGX. Em outros casos, foram usadas informa??es privilegiadas, como em negocia??es relativas ao Burger King e ? CCX. No total, foram movimentados mais de 800 milh?es de reais', disse o MPF em comunicado.
O advogado de Eike, Fernando Martins, disse em nota que a pris?o tempor?ria do empres?rio ? 'uma vez mais uma medida arbitr?ria, decretada com base em supostos fatos ocorridos entre 2010 e 2013, portanto sem contemporaneidade e correspond?ncia dos fatos aos crit?rios legais exigidos para decreta??o da medida'.
Eike j? tinha sido preso em 2017, quando foi acusado de participar do esquema de propina e corrup??o do ex-governador S?rgio Cabral, mas estava em liberdade e foi detido na manh? desta quinta-feira em sua mans?o na zona sul do Rio de Janeiro.
O empres?rio foi condenado em primeira inst?ncia a 30 anos de pris?o por ter pago 16,5 milh?es de d?lares em propina ao grupo de Cabral em troca de vantagens para suas empresas no Estado, de acordo com a senten?a do juiz Marcelo Bretas.
Em maio deste ano, Eike sofreu multa milion?ria da Comiss?o de Valores Mobili?rios (CVM) por suposto uso de informa??o privilegiada (insider trading) para negociar a??es.
Escrito por Redação
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