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ENFOQUE-China acelera venda de painéis solares no Brasil e mira avanço maior em geração

Placeholder - loading - Produção de painéis solares em Ningbo, China  21/02/2019 Zhejiang Daily/via REUTERS
Produção de painéis solares em Ningbo, China 21/02/2019 Zhejiang Daily/via REUTERS

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Por Luciano Costa

S?O PAULO (Reuters) - Fabricantes chinesas t?m acelerado significativamente as vendas de equipamentos de energia solar no Brasil, enquanto el?tricas orientais se preparam para avan?ar tamb?m na gera??o com a fonte renov?vel no pa?s, em movimentos alinhados ? estrat?gia de Pequim de dominar a cadeia da tecnologia, disseram especialistas e empresas ? Reuters.

Uma feira do setor realizada em S?o Paulo nesta semana, a InterSolar, dava sinais claros dessa expans?o, com a presen?a de uma s?rie de fornecedores da China e tamb?m de um grande p?blico de potenciais clientes, atra?dos pela constante queda de pre?os dos pain?is fotovoltaicos.

A importa??o de m?dulos solares pelo Brasil cresceu 24% no primeiro semestre, para o equivalente 1,26 gigawatt, o que ? mais de um ter?o da capacidade hoje instalada da fonte no pa?s, com as chinesas Jinko, BYD, JA Solar e Trina e a sino-canadense Canadian Solar dominando os neg?cios, apontou a consultoria Greener, que tamb?m viu queda de mais de 30% no pre?o dos sistemas desde 2018.

'O Brasil est? certamente entre os cinco mercados globalmente mais atraentes para n?s', disse ? Reuters o diretor-geral da Trina Solar para Am?rica Latina e Caribe, ?lvaro Garc?a-Maltr?s, que v? o pa?s como o mais importante na regi?o desde que o M?xico cancelou um leil?o de renov?veis e sinalizou mudan?as em suas pol?ticas sob o governo Andr?s Manuel L?pez Obrador.

A Trina, que tem meta de alcan?ar uma participa??o de 20% nas vendas de pain?is no Brasil neste ano, contra cerca de 2% no ano passado, ainda tem uma unidade de neg?cios que investe em projetos de gera??o, segmento que tamb?m tem avaliado.

'Somos muito ativos em pa?ses como M?xico, Chile, e temos esse bra?o no Brasil. Aqui chegamos um pouco mais tarde que em outro mercados, precisamos de mais tempo para isso. Mas os chineses est?o interessados nessa parte do mundo. Com o mercado chin?s ficando menor, voc? vai ver aumento dos investidores de l? no Brasil e outros pa?ses vizinhos', acrescentou ?lvaro.

Com amplo predom?nio na cadeia global de energia solar, a China reduziu o ritmo de expans?o neste ano --foram instalados no pa?s 11,4 GW em nova capacidade da fonte no primeiro semestre de 2019, ante 24 GW nos mesmos seis meses de 2018 e um recorde de 53 GW no ano de 2017.

Ainda assim, os n?meros impressionam --a matriz el?trica do Brasil soma cerca de 166 GW, consideradas todas fontes-- e a China avalia que pode ir al?m de apenas fornecer pain?is, ap?s as empresas locais acumularem elevados conhecimentos sobre a fonte nos ?ltimos anos, disse ? Reuters Larissa Wachholz, s?cia da consultoria Vallya.

'Ainda tem muito ch?o pela frente. A presen?a deles no Brasil est? hoje mais como fornecedor de painel, mas essa ? a parte mais barata da cadeia. Eles querem ter uma presen?a mais efetiva em outros elos, que tragam margens maiores', explicou.

Ela apontou, no entanto, que diversos fatores t?m segurado esse avan?o por enquanto, incluindo a fraqueza da economia brasileira, que n?o deu espa?o para a contrata??o de projetos solares de grande porte nos ?ltimos anos, o que tem feito algumas empresas avaliarem aquisi??es para entrar no setor.

A gigante chinesa CGN Energy, por exemplo, fechou recentemente a compra de usinas solares da italiana Enel e e?licas do fundo brit?nico Actis no Nordeste, o que j? colocou a empresa como l?der em capacidade de gera??o solar no Brasil.

Com o neg?cio, a CGN entrou no pa?s j? com 330 MW solares, ultrapassando a Enel, que ficou com 284 MW, a Atlas, da Actis, com 255 MW, e a francesa Engie (251 MW), embora ainda seja a ?nica chinesa na lista, segundo dados da consultoria ePowerBay.

'N?o tenho d?vida de que esse ? um dos setores em que h? maior potencial para associa??o sino-brasileira... certamente as empresas, outras empresas, est?o olhando o mercado em busca de grandes projetos', adicionou Larrisa, apontando que o movimento poderia ser liderado por gigantes que j? est?o no Brasil, como China Three Gorges, State Grid e State Power Investment Corp.

Procurada, a CTG disse que 'est? constantemente avaliando oportunidades de mercado' no Brasil, inclusive em energia solar e e?lica, enquanto a SPIC disse que olha neg?cios hidrel?tricos, e?licos e solares', incluindo 'aquisi??o de ativos operacionais e projetos greenfield'.

A State Grid controla a CPFL, que disse ? Reuters neste m?s que pretende ampliar em investimentos em gera??o e?lica e solar por meio da controlada CPFL Renov?veis.

DOM?NIO NA IND?STRIA

Alguns fornecedores de equipamentos solares como Canadian Solar e BYD chegaram a abrir f?bricas de componentes no Brasil, mas as vendas ainda s?o puxadas pelas importa??es, mais baratas.

A BYD, por exemplo, trabalha com entre 60% e 70% de importa??es, disse o diretor de Marketing e Sustentabilidade Adalberto Maluf, que projetou que ela deve fechar o ano com 1,5 gigawatt instalado no Brasil, crescimento de 100% ante 2018.

'Hoje, das 10 maiores fabricantes, 9 s?o chinesas', afirmou ele, que n?o v? mudan?as no predom?nio do pa?s na cadeia produtiva.

Os m?dulos importados ainda s?o mais baratos que os montados localmente mesmo com as taxas, dados os elevados impostos no Brasil, afirmou ele, pontuando que as vendas do produto local geralmente s?o associadas a financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico e Social (BNDES).

'Por enquanto, as placas importadas s?o mais competitivas', disse o presidente no Brasil da empresa francesa de gera??o renov?vel Voltalia, Robert Klein.

Ele apontou, no entanto, que os pain?is solares hoje t?m participa??o menos relevante no investimento total dos projetos, respondendo por cerca de 30%, contra 60% anos atr?s, e que alguns outros componentes t?m maior fabrica??o no Brasil, como inversores e os 'trackers'-- utilizados para permitir que as placas sigam o movimento do sol.

Escrito por Redação

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