ENTREVISTA-Comissão especial só deve votar parecer da Previdência na 1ª semana de julho, diz Ramos
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Por Ricardo Brito e Jamie McGeever
BRAS?LIA (Reuters) - O presidente da Comiss?o Especial da C?mara para a reforma da Previd?ncia, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou nesta ter?a-feira que a tend?ncia ? de o parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) ser votado pelo colegiado somente na primeira semana de julho, apesar da disposi??o do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que mais cedo disse que iria pedir para o relator antecipar a apresenta??o do texto.
Segundo Ramos, na pen?ltima semana de junho tem um feriado na quinta-feira e na ?ltima ocorrem as festas juninas, que tradicionalmente esvaziam o trabalho no plen?rio. Por isso, na avalia??o dele, a vota??o dever? ficar para depois.
'O Rodrigo tinha que ter falado comigo antes, porque n?o basta o Samuel apresentar o relat?rio, tem que colocar para votar. N?o sei porque ele saiu com essa afoba??o tamb?m', disse Ramos, respons?vel por marcar o dia da vota??o do parecer na comiss?o, em entrevista ? Reuters.
'N?o daria tempo de votar, s? iria votar na primeira semana de julho', refor?ou.
Ramos n?o acredita que haver? quorum para votar a reforma na comiss?o na quarta-feira 20 de junho, v?spera do feriado de Corpus Christi. Essa ? uma das hip?teses aventadas por deputados.
'Votar na quarta? Ser? que vai ter voto com seguran?a para isso? Voc? acha mesmo que os deputados do centro, esculachados pela turma do Bolsonaro na rua, esculachado por ele, v?o virar uma noite para votar o texto da reforma da Previd?ncia?', questionou ele, ao destacar que estar? pronto para colocar em vota??o se houver quorum.
PISO DE R$800 BI
O presidente da comiss?o afirmou que o trabalho ? para aprovar um texto no colegiado que tenha um impacto fiscal entre 800 bilh?es e 1 trilh?o de reais nos pr?ximos 10 anos --abaixo do 1,237 trilh?o de reais previsto pela equipe econ?mica.
Segundo Ramos, essa conta engloba mudan?as que devem ser feitas pelos integrantes da comiss?o, como altera??es no pagamento do Benef?cio de Presta??o Continuada (BPC) e na aposentadoria rural, mas sem modifica??es na idade m?nima para a aposentadoria.
'Acredito que sim, o esfor?o nosso ? para a economia ficar ali entre 800 bilh?es e 1 trilh?o', disse ele, para quem a proposta vai passar na comiss?o.
Contudo, o presidente da comiss?o disse que o governo ter? de tratar com os partidos para conquistar os 308 votos para aprovar o texto no plen?rio da C?mara. Segundo ele, o pr?prio presidente Jair Bolsonaro ter? de se envolver nessas negocia??es porque articuladores dele, como o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, t?m tido influ?ncia restrita entre os deputados.
'N?o tem jeito. Na hora que for para o plen?rio, o governo tem que tratar com os partidos. Se ? s? conversa, com cargos, com emendas, com o que eu n?o sei, mas sem tratar com os partidos n?o tem voto', disse.
Para o deputado, o governo tem de trabalhar na futura vota??o da reforma em plen?rio para que os partidos fechem quest?o --o que leva a eventuais puni??es de deputados que votarem contra a orienta??o partid?ria. Para ele, esse seria um dos caminhos para conquistar votos de deputados do Nordeste em favor da reforma, regi?o que tem sido mais refrat?ria a mudan?as.
Se as bancadas forem liberadas para votar como quiser, avaliou, 'vai ter muita quebra de votos'.
'Pelo que entendi, o presidente julga que ? capaz de arrumar sozinho os 308 votos. Vamos dar liberdade para que ele arrume', disse. 'A disposi??o ? dele, comigo n?o precisa nem falar, vou votar a favor em qualquer hip?tese', completou.
Segundo Ramos, o governo precisa fazer um mapa dos chamados votos corporativos para a aprecia??o da mat?ria em plen?rio, para saber como trabalhar os deputados que tem atua??o focada em determinadas categorias, como os da ?rea da seguran?a p?blica. Ele disse que, se n?o trabalhar isso, a reforma poder? ser desidratada em plen?rio.
'O governo tem que ter um mapa desses votos corporativos. Quando sai da comiss?o especial, sai uma economia. Voc? pode at? aprovar uma economia de 900 bilh?es de reais. Mas, por n?o ter um mapa da vota??o tem?tica, pode ter a aprova??o de uma serie de destaques e derrubar a economia para 600 bilh?es', argumentou.
Em rela??o ?s manifesta??es de rua do domingo, o parlamentar avaliou que eles podem ter efeito contr?rio com deputados, que, mesmo apoiando a reforma da previd?ncia, tem sido criticados por simpatizantes do governo.
'Foi o eleitor dele extremista, conservador que foi ?s ruas, n?o o liberal. Acho que o Bolsonaro se radicalizou ? direita e o que isso vai dar, vamos ver', disse.
Escrito por Redação
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