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Equador prende quase 370 pessoas em dois dias de protestos antiausteridade

Placeholder - loading - Manifestantes entram em confronto com tropa de choque em Quito 03/10/2019 REUTERS/Ivan Castaneira
Manifestantes entram em confronto com tropa de choque em Quito 03/10/2019 REUTERS/Ivan Castaneira

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Por Alexandra Valencia

QUITO (Reuters) - Manifestantes equatorianos paralisaram os transportes e fizeram barricadas nas ruas pelo segundo dia, nesta sexta-feira, quando 370 pessoas foram presas devido a dist?rbios provocados pela decis?o do presidente Lenin Moreno de retirar subs?dios ao combust?vel.

O presidente de 66 anos colocou o Equador, pa?s produtor de petr?leo, em um caminho de centro depois de anos de regime de esquerda sob Rafael Correa e est? implementando um pacote de aperto fiscal para cumprir um acordo de 4,2 bilh?es de d?lares com o Fundo Monet?rio Internacional (FMI).

Mas a elimina??o dos subs?dios ao combust?vel que durava d?cadas irritou muitos equatorianos e desencadeou protestos violentos em uma na??o com um hist?rico de volatilidade pol?tica.

Desde a capital, Quito, at? a cidade costeira de Guayaquil muitos servi?os de ?nibus e t?xis foram interrompidos, enquanto manifestantes bloquearam vias com pneus, pedras e galhos, embora em menor n?mero do que no dia anterior.

Na quinta-feira, dia em que os pre?os dos combust?veis subiram, manifestantes mascarados atiraram pedras, instalaram bloqueios e confrontaram policiais, que usaram carros blindados e g?s lacrimog?neo durante a pior agita??o em anos no pa?s de 17 milh?es de habitantes.

Os sindicatos de transporte lideraram os protestos, que contaram tamb?m com grupos ind?genas, estudantes e outros sindicatos. L?deres dos protestos disseram que as manifesta??es v?o continuar e convocaram uma greve nacional para a pr?xima quarta-feira.

A popularidade de Moreno caiu para menos de 30% em compara??o com mais de 70% ap?s a elei??o de 2017, mas sua posi??o pol?tica parece firme, com o apoio da elite empresarial, lealdade militar e aus?ncia de uma oposi??o forte.

No entanto, os equatorianos est?o cientes de que os protestos derrubaram tr?s presidentes durante turbul?ncias econ?micas na d?cada anterior ? ascens?o de Correa ao poder em 2007.

Moreno declarou estado de emerg?ncia por 60 dias em todo o Equador. Soldados e policiais vigiavam o pal?cio presidencial no centro de Quito.

At? o in?cio da noite de sexta-feira, 368 pessoas tinham sido presas, principalmente em Quito e Guayaquil, informou o Minist?rio do Interior. Saques foram relatados em Guayaquil. As autoridades dizem que 59 policiais haviam ficado feridos, uma d?zia de carros da pol?cia destru?dos e um pr?dio do governo local foi atacado.

O l?der dos caminhoneiros, Luis Vizcaino, pediu di?logo com o governo. 'Todos os setores de transporte do Equador est?o em crise... temos que nos sentar... precisamos chegar a uma medida intermedi?ria', disse ele ? TV local. O l?der do sindicato dos taxistas, Jorge Calder?n, estava entre os detidos.

Os pre?os do diesel subiram de 1,03 d?lar para 2,30 d?lares por gal?o de 4,5 litros na quinta-feira, e a gasolina foi de 1,85 d?lar para 2,39 d?lares.

Moreno disse estar aberto a negocia??es, mas ressaltou que n?o havia possibilidade de restaurar os subs?dios aos combust?veis que, segundo ele, danificaram a economia e custaram aos cofres do Estado 60 bilh?es de d?lares ao longo dos anos.

'Haver? mecanismos para aliviar o impacto em alguns setores', afirmou. 'Mas ou?am com clareza: n?o vou mudar a medida, o subs?dio acabou.'

Escrito por Redação

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