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Equipe econômica de Bolsonaro ainda discute se pauta econômica deverá ser atacada de uma vez ou aos poucos

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Por Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito

BRAS?LIA (Reuters) - A equipe que elabora o programa econ?mico do candidato ? Presid?ncia Jair Bolsonaro (PSL) ainda discute se a pauta econ?mica no Congresso, incluindo a reforma da Previd?ncia, dever? ser abordada de uma vez ou aos poucos, informou uma fonte que acompanha as negocia??es.

Segundo essa fonte, uma corrente do grupo, liderada pelo economista Paulo Guedes, entende que ? necess?rio investir nos temas priorit?rios j? no in?cio de um eventual governo de Bolsonaro, enquanto outra frente, formada principalmente por t?cnicos e burocratas com experi?ncia na m?quina p?blica em Bras?lia, aconselha uma abordagem mais paulatina.

Um dos temas que poderiam funcionar como teste, segundo essa abordagem gradual, seria o projeto que trata da autonomia do Banco Central. O assunto, avalia a fonte, n?o encontraria grandes resist?ncias no Congresso e, uma vez aprovado, serviria para animar e dar f?lego ? base de sustenta??o a ser constru?da em torno do governo.

Para construir seu colch?o de aliados, ali?s, Bolsonaro contar? muito com as bancadas parlamentares j? identificadas com a sua pauta original, muito centrada nos problemas de seguran?a p?blica e em quest?es morais e culturais. S?o elas a bancada do agroneg?cio, a religiosa e a da ?bala?, al?m dos parlamentares eleitos na esteira de corpora??es como policiais e militares.

Na semana passada, reportagem da Reuters?antecipou que Bolsonaro tem conquistado uma esp?cie de potencial ?base? no Congresso por meio do suporte de importantes frentes parlamentares. As frentes da seguran?a p?blica, da agropecu?ria e dos evang?licos, conhecidas como a bancada BBB --bala, boi e B?blia-- s?o apostas de aliados de Bolsonaro para avan?ar propostas no Congresso.

A? declara??o de neutralidade dos principais partidos do centr?o foi encarada como positiva, uma vez que um apoio formal poderia ser visto como 'mais do mesmo na pol?tica', segundo essa fonte. Isto ?, um aval do chamado establishment pol?tico poderia contradizer o ativo que o pr?prio Bolsonaro tem cultuado durante toda a sua campanha.

Essa agenda moral e de costumes, a pauta ?raiz? do candidato, seria usada, neste contexto, como um instrumento de negocia??o justamente para a aprova??o da pauta econ?mica de interesse de Paulo Guedes no Congresso, nome confirmado por Bolsonaro nesta sexta-feira para comandar o Minist?rio da Fazenda em seu eventual governo.

A fonte, que tem circula??o no Congresso, prev? ainda um isolamento da esquerda no Legislativo diante do apoio tem?tico a Bolsonaro dessas bancadas, do crescimento do PSL e da prov?vel inclus?o do centr?o ? base. As chances de aprova??o de uma reforma da Previd?ncia ainda no governo Temer, segundo avaliou, s?o muito pequenas, quase nulas.

O PT, do advers?rio de Bolsonaro no segundo turno, o ex-prefeito de S?o Paulo Fernando Haddad, elegeu a maior bancada na C?mara, com 56 deputados. O PSL de Bolsonaro conseguiu 52 cadeiras.

SUCESS?O NA C?MARA

Nessa conjuntura, h? possibilidade de composi??o com o atual presidente da C?mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pretende se reeleger para o posto. A inten??o, no entanto, pode ser amea?ada pelo PSL, que ainda pode inchar com a migra??o de parlamentares de partidos que n?o atingiram a cl?usula de barreira e pleitear o cargo com base no crit?rio da proporcionalidade.

No Senado, avaliou a fonte, o emedebista Renan Calheiros (AL) --identificado politicamente com os petistas-- deve encarar dificuldades para se lan?ar ? Presid?ncia da Casa. O Senado tem uma tradi??o de eleger para o comando da Casa o parlamentar do partido com o maior n?mero de cadeiras --o MDB ter? 12 senadores.

Ainda assim, h? uma abertura para o eventual governo Bolsonaro buscar uma composi??o com um nome mais palat?vel do partido, como Simone Tebet (MS) e Fernando Bezerra Coelho (PE).

A equipe econ?mica do candidato j? tem vis?o consolidada, no entanto, sobre a necessidade da presen?a de investimento estrangeiro na economia. Ser? dada prioridade a licita??es internacionais, sem ?preconceito? com o capital --mesmo que tenha origem na China. Bolsonaro, no entanto, tem mostrado repetidas vezes preocupa??o com a entrada de capital chin?s no pa?s.

Para esse grupo, o Programa de Parceria de Investimentos (PPI), criado para ampliar a intera??o entre o Estado e a iniciativa privada em contratos de parceria e de medidas de desestatiza??o, j? oferece um avan?o em rela??o ao que era praticado.

Escrito por Redação

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