Europa é cobrada a agir depois de coronavírus travar norte da Itália e derrubar mercados

Por Giulia Segreti e Elvira Pollina

ROMA (Reuters) - O primeiro-ministro da It?lia, Giuseppe Conte, prometeu uma?'terapia de choque intensiva' para derrotar o coronav?rus nesta segunda-feira e exortou a Europa a agir decisivamente, depois que os mercados despencaram e seu pa?s interditou a maior parte do norte rico e industrializado.

A Fran?a ecoou o apelo de Giuseppe Conte por uma a??o, dizendo que a Europa precisa conceber uma 'rea??o forte, maci?a e coordenada' e que os ministros das Finan?as da zona do euro, que se re?nem na semana que vem, precisam decidir um plano de est?mulo para evitar uma crise econ?mica.

As a??es ca?ram em todo o mundo em meio ? dissemina??o do v?rus, interrompendo linhas de suprimento globais e abalando a ind?stria. Elas voltaram a despencar nesta segunda-feira, quando os pre?os do petr?leo ca?ram at? 33% depois que a Ar?bia Saudita iniciou uma guerra de pre?os com a R?ssia, fazendo investidores j? preocupados com o coronav?rus se refugiarem nos t?tulos e no yen japon?s.

As a??es futuras dos Estados Unidos ca?ram 5%, atingindo o menor limite di?rio e suspendendo o preg?o. A londrina FTSE 100 recuou 8,4% alguns minutos ap?s a abertura, sua pior queda em um ?nico dia desde a crise financeira.

Em pouco mais de duas semanas, o n?mero de casos registrados saltou para 7.375, com 366 ?bitos --um saldo de mortes s? inferior ao da China--, sobrecarregando o sistema de sa?de.

'N?o pararemos nisso. Usaremos uma terapia de choque intensiva. Para sair desta emerg?ncia, usaremos todos os recursos humanos e econ?micos', disse Conte nesta segunda-feira ao jornal La Repubblica.

Ele disse que os limites de empr?stimos r?gidos da Uni?o Europeia deveriam ser afrouxados para permitir mais espa?o fiscal para se manobrar e que a flexibilidade prevista nas regras or?ament?rias do bloco deveria ser usada 'plenamente'.

'A Europa n?o pode pensar em confrontar uma situa??o incomum com medidas comuns'.

O v?rus surgiu na China em dezembro, mas desde ent?o se espalhou pelo mundo. Voos v?m sendo cancelados, aglomera??es que v?o de cidades a navios de cruzeiros foram isoladas e apresenta??es, feiras comerciais e eventos esportivos foram adiados. At? a Olimp?ada de Ver?o de T?quio ? uma inc?gnita.

Mais de 110 mil pessoas foram infectadas em 105 pa?ses e territ?rios e 3.800 morreram, a grande maioria na China continental, de acordo com uma contagem da Reuters.

Com a economia j? ? beira da recess?o, as medidas restringem a circula??o para dentro e fora da Lombardia, a regi?o mais rica e economicamente produtiva da It?lia, que inclui Mil?o, e fecham muitos espa?os p?blicos.

Bares e restaurantes foram obrigados a fechar ou a restringir a entrada e a manter uma dist?ncia de ao menos um metro entre as pessoas em suas depend?ncias. Grandes eventos esportivos, como o Campeonato Italiano, ser?o realizados sem p?blico durante um m?s.

A Fran?a tinha 1.126 casos confirmados de coronav?rus e 19 mortes at? a noite de domingo. O Banco Central estimou que a economia mal crescer? no primeiro trimestre em rela??o aos tr?s meses anteriores e alertou para uma desacelera??o severa em potencial.

Mas a China e a Coreia do Sul, o segundo pa?s asi?tico mais atingido, relataram uma diminui??o de novas infec??es.

(Reportagem adicional de Leigh Thomas, em Paris; Hyonhee Shin e Joyce Lee, em Seul; e Babak Dehghanpisheh, em Dubai)