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EXCLUSIVO-Após revés em negociações com Exxon, Petrobras ficou isolada em leilões, dizem fontes

Placeholder - loading - Estande da ExxonMobil em conferência de óleo e gás no Rio de Janeiro  24/09/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Estande da ExxonMobil em conferência de óleo e gás no Rio de Janeiro 24/09/2018 REUTERS/Sergio Moraes

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Por Marta Nogueira e Gram Slattery e Ron Bousso

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Enquanto o maior leil?o de petr?leo do Brasil se aproximava, a Petrobras mantinha conversas cada vez mais fren?ticas para encontrar empresas estrangeiras dispostas a compartilhar enormes b?nus de assinatura e investimentos, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

Nenhuma das negocia??es com empresas privadas avan?ou tanto quanto aquelas mantidas com a norte-americana Exxon para a forma??o de um cons?rcio. Mas as conversas foram encerradas dias antes da rodada de licita??es, segundo quatro das fontes, que pediram anonimato para tratar do assunto confidencial.

Com isso, a petroleira estatal terminou por fazer uma parceria com apoio simb?lico de empresas estatais chinesas para realizar lances no leil?o, considerado como frustrante pelo mercado, que aguardava forte presen?a das grandes empresas privadas estrangeiras.

A maioria das negocia??es para formar cons?rcios entre a Petrobras e outras petroleiras pareceu ter vida curta e natureza relativamente informal, segundo as fontes.

Mas as negocia??es, pelas quais a norte-americana poderia ter abocanhado grande fatia no cobi?ado bloco de B?zios, ru?ram recentemente, disseram fontes.

Um eventual cons?rcio entre Exxon e Petrobras, que tamb?m incluiria as duas empresas estatais chinesas que compraram 10% dos direitos do bloco de B?zios --CNODC e CNOOC--, teria dado um selo de aprova??o do setor privado para o aguardado leil?o.

Em vez disso, a falta de grandes parceiras revelou como o poderoso papel da Petrobras no chamado 'pol?gono do pr?-sal', juntamente com termos de desenvolvimento complicados e b?nus de assinatura elevados, manteve as petroleiras privadas, mesmo as maiores com grande poder de compra, afastadas de uma das maiores reservas comprovadas de petr?leo do mundo.

A Petrobras n?o respondeu aos pedidos de coment?rios. Exxon n?o respondeu imediatamente.

O CNOOC e o CNPC n?o responderam imediatamente aos e-mails enviados fora do hor?rio comercial.

DIFEREN?AS EMERGEM

Ainda n?o se sabe por que raz?o as negocia??es n?o deram frutos.

Uma das fontes disse que a Petrobras e a Exxon discordaram sobre o modo como bilh?es de d?lares seriam pagos ? empresa brasileira em compensa??o pela explora??o anterior. Outras citaram diferen?as sobre quanto investir em plataformas para acelerar a produ??o.

A Exxon teve interesse em assumir as opera??es do campo, algo que a Petrobras n?o concordou, de acordo com uma das fontes.

Todas as fontes concordaram que a natureza complicada do leil?o teve um papel importante em impedir que as negocia??es tivessem sucesso.

Isso tamb?m foi sugerido pelas autoridades brasileiras para explicar por que o pa?s n?o conseguiu captar dinheiro de petroleiras estrangeiras.

'? um sistema terr?vel', disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, na quinta-feira. 'Voc? precisa passar por muitas camadas de negocia??es apenas para chegar ao petr?leo.'

Devido a um acordo assinado entre a Petrobras e o governo brasileiro em 2010, a Petrobras j? tem direitos para desenvolver at? 5 bilh?es de barris de ?leo equivalente na regi?o da cess?o onerosa. A licita??o de quarta-feira buscava a venda de volumes al?m desses j? contratados.

Como resultado, qualquer membro vencedor de um cons?rcio precisaria fechar, ap?s o leil?o, um acordo que iria compensar a Petrobras por investimentos j? realizados na regi?o.

O governo, por sua vez, precisaria ent?o aprovar o acordo.

(Para gr?ficos sobre o leil?o, clique aqui: https://tmsnrt.rs/35YuObI)

COMPETI??O FRACA

No final, a Petrobras ficou praticamente sozinha ao apresentar lances m?nimos para duas das quatro ?reas da rodada de licita??es dos excedentes da cess?o onerosa, que as autoridades esperavam que cimentassem a ascens?o do Brasil como pot?ncia indiscut?vel da Am?rica Latina.

Al?m de B?zios, a Petrobras tamb?m venceu Itapu, o menor bloco em oferta, com um lance individual. S?pia e Atapu, o segundo e o terceiro maiores blocos do leil?o, respectivamente, n?o receberam ofertas.

Se o governo tivesse vendido todas as ?reas, teria arrecadado cerca de 106,5 bilh?es de reais em b?nus de assinatura. Em vez disso, o Brasil recolheu pouco menos de 70 bilh?es de reais.

No dia seguinte, a Petrobras tamb?m esteve quase completamente sozinha ao fazer um lance pelo maior dos cinco blocos de petr?leo oferecidos na 6? Rodada do pr?-sal, chamado Aram. A chinesa CNODC acompanhou novamente a empresa estatal, comprometendo-se com uma participa??o de 20%.

Os resultados de ambas as rodadas foram amplamente vistos como uma decep??o no mercado, j? que nenhuma empresa privada fez ofertas por campos que sabidamente det?m bilh?es de barris de petr?leo n?o explorados.

Ap?s os resultados, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o governo aprendeu uma li??o e ajustaria as regras dos pr?ximos certames. Isso pode envolver a redu??o dos b?nus m?nimos de assinatura exigidos dos licitantes, entre outros par?metros, disse ele.

'Pode alterar o regime de explora??o, esses par?metros como um todo, a metodologia do leil?o, ou seja, o processo como um todo ? que estamos avaliando, e tenho certeza que vamos aperfei?o?-lo', disse Albuquerque ? Reuters.

(Por Marta Nogueira e Gram Slattery no Rio de Janeiro, Ron Bousso em Houston; reportagem adicional de Marianna Parraga e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro; e Jennifer Hiller em Houston)

Escrito por Reuters

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