EXCLUSIVO-China volta atrás em quase todos os aspectos do acordo comercial com os EUA, dizem fontes

Por David Lawder e Jeff Mason e Michael Martina

WASHINGTON/PEQUIM (Reuters) - Pequim enviou a Washington na sexta-feira ? noite mudan?as sistem?ticas ao esbo?o de quase 150 p?ginas do acordo comercial que acabaria com meses de negocia??es entre as duas maiores econ?micas do mundo, de acordo com tr?s fontes do governo dos Estados Unidos e tr?s fontes do setor privado com conhecimento das negocia??es.

O documento estava cheio de mudan?as em que a China voltava atr?s em itens que afetaram as principais demandas dos EUA, disseram as fontes ? Reuters.

Em cada um dos sete cap?tulos do esbo?o do acordo comercial a China retirou seus compromissos para mudar leis que resolveriam as principais reclama??es que levaram os EUA a lan?arem uma guerra comercial: roubo de propriedade intelectual e segredos comerciais dos EUA, transfer?ncias for?adas de tecnologia, acesso a servi?os financeiros e manipula??o cambial.

O presidente dos EUA, Donald Trump, respondeu no Twitter no domingo com a promessa de elevar as tarifas sobre 200 bilh?es de d?lares em produtos chineses de 10 a 25 por cento na sexta-feira --calculado para acontecer no meio de uma visita do vice-premi? chin?s, Liu He, a Washington para continuar com as negocia??es comerciais.

A retirada de linguagem legal vinculativa do esbo?o afetou diretamente a mais alta prioridade do representante de Com?rcio dos EUA, Robert Lighthizer --para quem mudan?as nas leis chinesas s?o essenciais para verificar o cumprimento das medidas ap?s anos do que autoridades norte-americanas chamaram de promessas vazias de reformas.

Lighthizer pressionou muito por um regime de cumprimento mais parecido com aqueles usados para san??es econ?micas --como as adotadas sobre a Coreia do Norte ou Ir? -- do que um acordo comercial t?pico.

'Isso prejudica a arquitetura principal do acordo', disse uma fonte de Washington com conhecimento das discuss?es.

'PROCESSO DE NEGOCIA??O'

Porta-vozes da Casa Branca, do Representante Comercial dos EUA e do Departamento do Tesouro dos EUA n?o responderam imediatamente aos pedidos de coment?rios.

O porta-voz do Minist?rio das Rela??es Exteriores da China, Geng Shuang, disse em uma entrevista nesta quarta-feira que resolver as diverg?ncias sobre a guerra comercial ? um 'processo de negocia??o' e que a China n?o est? 'evitando problemas'.

Geng encaminhou questionamentos espec?ficos sobre as negocia??es comerciais para o Minist?rio do Com?rcio, que tamb?m n?o respondeu imediatamente a perguntas enviadas por fax pela Reuters.

Lighthizer e o secret?rio do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, foram surpreendidos com a extens?o das mudan?as no esbo?o. Na segunda-feira, as duas autoridades disseram a rep?rteres que o fato de a China ter voltado atr?s havia motivado a ordem de aumento das tarifas por Trump, mas n?o forneceram detalhes sobre a profundidade e a amplitude das revis?es.

Na semana passada, Liu disse a Lighthizer e a Mnuchin que eles precisavam confiar na China para cumprir suas promessas por meio de mudan?as administrativas e regulat?rias, disseram duas das fontes. Tanto Mnuchin quanto Lighthizer consideraram isso inaceit?vel, dada a hist?ria da China de n?o cumprir as promessas de reforma.

Uma fonte do setor privado informada sobre as discuss?es disse que a ?ltima rodada de negocia??es foi muito ruim porque 'a China ficou gananciosa'.

'A China renegou uma d?zia de coisas, se n?o mais ... As negocia??es foram t?o ruins que a verdadeira surpresa ? que Trump demorou at? domingo para explodir', disse a fonte.

'Depois de 20 anos fazendo o mesmo com os EUA, a China ainda parece estar errando com essa administra??o.'