EXCLUSIVO-Cofco, AMaggi e Raízen miram entrada no setor de etanol de milho do Brasil
Publicada em
Atualizada em
Por Marcelo Teixeira
CUIAB? (Reuters) - A comercializadora chinesa de commodities Cofco, o grupo brasileiro de gr?os AMaggi e a Ra?zen, joint venture entre Shell e Cosan, avaliam construir plantas de etanol de milho no Brasil, disseram ? Reuters quatro pessoas familiarizadas ao assunto.
O interesse de algumas das maiores empresas de energia e gr?os do mundo refor?a o bom momento do etanol de milho no Brasil, o segundo maior produtor global do biocombust?vel, onde a cana-de-a??car tem sido virtualmente a ?nica fonte de etanol por d?cadas.
O impacto nos mercados de commodities pode ser abrangente, j? que as novas usinas dever?o disputar com o etanol dos Estados Unidos o mercado do Norte e Nordeste brasileiro. Al?m disso, as exporta??es de milho pelo Brasil, que quadruplicaram nos ?ltimos anos, podem ser afetadas pela maior demanda local pelo cereal.
Poucos previam a onda de investimentos no setor h? dois anos, quando foi lan?ado o primeiro grande projeto de etanol de milho em Mato Grosso, mas a aparente lucratividade do neg?cio, em uma regi?o com ampla oferta de milho a custos razo?veis, desencadeou uma onda de seguidores.
O pa?s j? possui oito f?bricas que convertem o gr?o no biocombust?vel, al?m de outras seis em constru??o e pelo menos sete em fase de design. Em base de compara??o, o Brasil conta com 349 plantas que produzem etanol a partir da cana-de-a??car, segundo o Minist?rio da Agricultura.
Embora algumas opera??es tradicionais com base em cana tenham respondido ? tend?ncia com ceticismo, v?rias adotaram os chamados projetos flex, utilizando tanto milho quanto cana como mat?ria-prima, a depender da ?poca do ano, o que oferece benef?cios financeiros e ambientais.
As novas usinas de etanol tamb?m visam um uso mais lucrativo da crescente produ??o de milho do Brasil, que aumentou conforme os agricultores aprenderam a gerar uma safra de soja e outra de milho dos mesmos campos em um ?nico ano, com a ajuda do clima tropical. (https://tmsnrt.rs/35G1gPe)
Na semana passada, os pre?os do etanol atingiram um recorde nominal nas usinas de S?o Paulo, superando os 2 reais por litro pela primeira vez na hist?ria (posto usina, antes de impostos), enquanto um novo programa federal de est?mulo ao consumo de biocombust?veis --o RenovaBio-- entra em vigor no final deste m?s.
NOVIDADES EM BREVE
Um engenheiro que trabalha para a Cofco em uma grande f?brica de etanol de milho em Zhaodong, na China, com capacidade produtiva de 1,2 bilh?o de litros por ano, disse que a comercializadora de commodities, que opera quatro instala??es de a??car e de etanol de cana no Brasil, est? analisando o cen?rio do etanol de milho em Mato Grosso.
'Conversamos sobre a possibilidade de fazer um projeto semelhante no Brasil, eles est?o avaliando', afirmou, pedindo anonimato, j? que as discuss?es s?o privadas.
Outra fonte, um fornecedor da Cofco no Brasil, disse que a diretoria da gigante chinesa busca construir uma f?brica de etanol de milho perto da processadora de soja da empresa em Rondon?polis (MT).
A instala??o da Cofco tem acesso a ferrovia, que poderia ser usada no futuro para levar o combust?vel ao Sudeste, maior mercado consumidor do Brasil.
'Infelizmente ainda n?o podemos comentar nenhuma iniciativa', disse um porta-voz da Cofco quando questionado sobre os planos.
A Ra?zen tamb?m estabeleceu conversas com fornecedores de equipamentos para avaliar um investimento, de acordo com uma das fontes.
'N?s nos encontramos com eles quatro vezes, nos arredores de S?o Paulo, mas eles ainda n?o se decidiram', disse Peter McGenity, diretor de vendas da construtora de plantas de etanol norte-americana Lucas E3, sediada em Kansas.
Inicialmente, a Ra?zen negou possuir planos para a produ??o de etanol de milho no Brasil. Quando questionada sobre as reuni?es com os fornecedores, no entanto, um representante da Ra?zen disse que a empresa 'est? alinhada ?s tend?ncias do mercado para investimentos em energia renov?vel que atendam ?s necessidades ambientais de longo prazo'.
Uma quarta fonte, que trabalha para uma empresa europeia que oferece servi?os de engenharia para unidades de processamento de gr?os, disse que a AMaggi tamb?m est? trabalhando em um projeto de etanol de milho.
A AMaggi, maior trader brasileira de gr?os, que possui tr?s plantas de processamento de soja e se uniu ? Bunge para transportar soja e milho pelo rio Amazonas e seus afluentes, disse que n?o pode comentar no momento sobre um poss?vel projeto em etanol de milho.
Um porta-voz disse que a AMaggi far? 'em breve' um an?ncio sobre seus planos para biocombust?veis.
Ricardo Tomczyk, ex-presidente executivo da Uni?o Nacional do Etanol de Milho (Unem), assumiu um cargo executivo na AMaggi h? um m?s.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO