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EXCLUSIVO-Operador de petróleo da Petrobras se declara culpado por lavagem de dinheiro nos EUA

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Por Gary McWilliams

HOUSTON (Reuters) - Um ex-operador de petr?leo com base nos Estados Unidos e procurado no Brasil por causa de um esquema de suborno de milh?es de d?lares envolvendo as tradings Vitol, Glencore e Trafigura concordou em se declarar culpado pelo crime de lavagem de dinheiro nos EUA, mostraram registros judiciais.

O pacto faz parte de um acordo de coopera??o assinado por uma figura-chave na investiga??o da opera??o Lava Jato, que apura casos de corrup??o na Petrobras, segundo pessoas a par do assunto. Esse esc?ndalo derrubou presidentes em dois pa?ses e enviou mais de 130 pol?ticos e empres?rios para a cadeia em toda a Am?rica Latina.

Rodrigo Garcia Berkowitz, que trabalhou como trader para a Petrobras em Houston at? o ano passado, evitou um indiciamento e se ofereceu para se declarar culpado na acusa??o, de acordo com documentos arquivados no Tribunal Distrital dos Estados Unidos no Brooklyn. O tribunal aceitou o pedido e determinou a senten?a para 13 de setembro.

Berkowitz est? entre 12 ex-funcion?rios da Petrobras e intermedi?rios acusados em dezembro de conex?o com um esquema em que, segundo investigadores brasileiros, Vitol, Glencore e Trafigura baixavam os pre?os do petr?leo e de servi?os e, em seguida, partilhavam os ganhos decorrentes dessa a??o. As atividades aconteceram entre 2011 e 2014.

A Vitol se recusou a comentar o acordo, acrescentando que tem uma pol?tica de toler?ncia zero para suborno e corrup??o e coopera totalmente com as autoridades relevantes. A Petrobras disse que demitiu Berkowitz e est? trabalhando com promotores no Brasil.

A Glencore, que n?o p?de ser contatada imediatamente para comentar, disse no passado que estava cooperando com as autoridades brasileiras. A Trafigura disse que levou as acusa??es a s?rio.

Nos documentos relacionados ? lavagem de dinheiro n?o h? men??o a Berkowitz. O caso ? contra John Doe, um pseud?nimo que os promotores ?s vezes usam para manter os nomes dos indiv?duos envolvidos em uma investiga??o fora dos olhos do p?blico.

Mas Berkowitz assinou seu nome em uma aplica??o para se declarar culpado que foi arquivada com registros judiciais. O pedido foi aprovado pelo juiz Raymond Dearie, do tribunal federal do Brooklyn.

Kent Schaffer, um dos principais advogados de defesa criminal de Houston, que assinou documentos judiciais para representar John Doe, confirmou que Berkowitz ? o indiv?duo mencionado nos documentos. Ele se recusou a dar mais coment?rios.

Berkowitz, que mora nos Estados Unidos, tem cooperado com os promotores de Nova York, que abriram uma investiga??o sobre as alega??es, disseram as pessoas a par do assunto.

John Marzulli, porta-voz do procurador Richard Donoghue, do Distrito Leste de Nova York, n?o quis comentar.

Os subornos supostamente pagos a membros internos da Petrobras passaram por contas banc?rias nos Estados Unidos, Reino Unido, Su?cia, Su??a e Uruguai, disseram autoridades brasileiras, abrindo caminho para que promotores norte-americanos investiguem viola??es das leis norte-americanas de lavagem de dinheiro.

O escrit?rio de advocacia dos Estados Unidos para o Distrito Leste de Nova York, que acertou o acordo com Berkowitz, trabalhou lado a lado com os promotores brasileiros na Lava Jato no passado. No final de 2016, eles negociaram em conjunto com a construtora Odebrecht para chegar a um acordo que resultou em uma multa de 2,6 bilh?es de d?lares.

(Reportagem adicional de Julia Payne em Londres e Brad Brooks em S?o Paulo)

Escrito por Redação

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