Existe espaço para mais mudanças no compulsório no longo prazo, diz Campos Neto
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O economista Roberto Campos Neto, indicado ? presid?ncia do Banco Central pelo presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta ter?a-feira que h? espa?o para mais mudan?as no compuls?rio, mas destacou que o processo n?o ser? imediato e n?o ter? impacto t?o grande para redu??o do spread banc?rio no pa?s.
'Na parte do custo financeiro, tem os compuls?rios, j? foi feita uma equaliza??o. Do volume total de 500 bilh?es (de reais) de recolhimento, n?s estamos hoje em 420. Ent?o foram liberados 80 bilh?es', disse.
'Existe espa?o para remodelar mais o compuls?rio, ? uma coisa que vai ser feita a longo prazo. Mas ? importante mencionar que compuls?rio n?o tem um impacto t?o grande (no custo de cr?dito)', completou.
Ao participar de sabatina na Comiss?o de Assuntos Econ?micos (CAE) do Senado, ele fez v?rias considera??es sobre o spread, que mede a diferen?a entre a taxa de capta??o dos bancos e a cobrada a seus clientes, avaliando que, no Brasil, ele deve-se principalmente ? inadimpl?ncia (peso de 35 por cento), seguido pelo custo operacional (25 por cento), impostos (25 por cento) e lucro dos bancos (15 por cento).
'Quando olhamos outros pa?ses, o componente lucro (do spread banc?rio) ? razoavelmente maior que no Brasil', disse.
Campos Neto afirmou que ainda existe problema de informa??o assim?trica muito grande no pa?s, e pontuou que o cadastro positivo vem justamente para endere?ar essa quest?o. Ele avaliou que o custo da inadimpl?ncia n?o cedeu pelo fato de a recupera??o de cr?dito ser muito lenta e custosa.
'Hoje de cada 1 real emprestado, recupera-se 13 centavos e se leva na m?dia 4 anos, enquanto em outros pa?ses emergentes ... estamos falando de 60 por cento de recupera??o de cr?dito e num prazo de um ano e meio, dois anos', disse.
Nesse sentido, ele defendeu o uso de duplicatas eletr?nicas e a centraliza??o de receb?veis para tornar as garantias verific?veis, melhorando o custo de cr?dito.
Campos Neto tamb?m citou a necessidade de est?mulo ao mercado de capitais, a plataformas digitais e ao open banking.
CRESCIMENTO ECON?MICO
Para o economista, o crescimento da economia dever? ser melhor neste ano, mas ele ponderou que as reformas s?o fundamentais para tanto.
Sobre o desempenho da atividade em 2018, ele avaliou que a performance foi 'um pouco decepcionante', mas veio num ano at?pico, marcado por crise em mercados emergentes, expectativa de alta nos juros norte-americanos, greve dos caminhoneiros e elei??es no Brasil.
'Estou convicto que este ano podemos esperar resultado melhor', disse.
Escrito por Redação
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