Exportação de carnes do Brasil deve dar salto com China em 2019, prevê ABPA
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Por Roberto Samora
S?O PAULO (Reuters) - O Brasil exportar? em 2019 muito mais carnes de frango e de su?nos do que o projetado inicialmente, com a ind?stria passando a contabilizar os efeitos de uma maior demanda da China pelos produtos brasileiros, avaliou nesta quarta-feira a associa??o ABPA, que tamb?m v? uma recupera??o do setor em meio a menores custos com mat?rias-primas.
Isso ocorre enquanto o pa?s asi?tico lida com problema de oferta ao ver suas cria??es atingidas pela peste su?na africana, que tem atingido diversas regi?es produtoras da China, maior consumidor mundial do produto.
Segundo o presidente da Associa??o Brasileira de Prote?na Animal (ABPA), Francisco Turra, o Brasil dever? aumentar as exporta??es de carne su?na em mais de 20 por cento em 2019 ante 2018, principalmente com a maior demanda da China.
'O fato novo foi que a China vinha em ritmo crescente, mas nunca explosivo como este ano, ela passou a ter um risco de desabastecimento', disse Turra, comentando sobre os fortes abates em fun??o da peste no pa?s asi?tico, que passam a influenciar mais os mercados na medida em que os estoques do produto diminuem.
A expectativa inicial da ABPA, divulgada no fim do ano passado ainda sem contar com o efeito 'peste su?na', era de um aumento de at? 3 por cento nos embarques de carne su?na --o produto n?o est? entre aqueles dos quais o Brasil ? o exportador n?mero 1, mas o pa?s est? entre os maiores fornecedores globais.
'A China passou a ter uma mudan?a de comportamento, buscando onde tem o produto, Estados Unidos, Europa, Brasil...', acrescentou Turra, ponderando que s?o necess?rios no m?nimo oito meses para a cria??o de um su?no pronto para abate, um tempo que impede o atendimento imediato das necessidades chinesas.
? medida que nenhum pa?s conseguir? atender a demanda da China, que tem abatido suas cria??es para controlar a doen?a, mortal para su?nos mas inofensiva para humanos, a busca por outras carnes no gigante asi?tico tamb?m est? crescendo, o que explica a melhora nas perspectivas de embarques de carne de frango.
Turra disse que a expectativa ? de que os embarques de carne de frango do Brasil, maior exportador global da prote?na, atinjam novos recordes em 2019, assim como acontecer? em su?nos, com as exporta??es av?colas podendo crescer mais de 10 por cento.
'Vamos crescer nas exporta??es de aves, em n?meros conservadores, 10 por cento. Su?nos, vamos crescer mais de 20 por cento', declarou ele ? Reuters.
Em abril, as exporta??es brasileiras de carne su?na aumentaram 44,3 por cento em volume ante igual per?odo de 2018, para 58,1 mil toneladas, informou nesta quarta-feira a ABPA, enquanto no quadrimestre o setor elevou as exporta??es em mais de 10 por cento, com a China e Hong Kong respondendo juntos por cerca de 45 por cento das compras.
Em su?nos, o dirigente da ABPA disse que as ofertas chinesas est?o superando a dos russos, que voltaram a comprar carne do Brasil recentemente ap?s um embargo sanit?rio prolongado.
Um impulso adicional para os embarques, acrescentou Turra, poderia ser dado pelo governo chin?s, ao habilitar mais unidades brasileiras, em momento em que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, est? na ?sia levando essa pauta como uma das suas miss?es.
No caso dos embarques de carne de frango in natura, segundo dados do governo, as exporta??es do Brasil em volume cresceram mais de 30 por cento em abril.
NOVO RECORDE
Turra estimou exporta??es de carne su?na superiores a 800 mil toneladas em 2019 e de frango em torno de 4,5 milh?es de toneladas neste ano.
Os recordes anuais de embarques anteriores --de 733 mil toneladas para su?nos e de 4,384 milh?es de toneladas para frangos-- foram marcados em 2016, antes de a ind?stria ser atingida fortemente por opera??es policiais que investigaram irregularidades no setor, como a Carne Fraca, e de embargos internacionais, como da R?ssia, em 2017, al?m de tarifas antidumping da pr?pria China.
No ano passado, quando o setor ainda foi golpeado pela greve os caminhoneiros, que resultou at? mesmo em mortes de animais nas granjas, os custos dos gr?os tamb?m subiram por quest?es de mercado, afetando as margens da ind?stria.
Essa situa??o deve ser revertida este ano, na medida em que a safra brasileira ? 'boa', disse Turra.
Ano passado a produ??o de milho, principal mat?ria-prima da ra??o, quebrou fortemente pela seca.
Agora, os pre?os est?o em queda, com algumas consultorias, como a AgRural, prevendo uma produ??o recorde do cereal de quase 100 milh?es de toneladas.
'A safra foi muito boa, a imagem do produto j? foi melhorada. Perdemos 70 mercados ap?s a Carne Fraca, hoje recuperamos todos e conquistamos alguns novos. ? um momento bom do custo, momento de recupera??o, j? se percebe plantas que estavam inativas retomando', disse Turra.
Questionado sobre o impacto de maiores exporta??es para os pre?os das carnes no mercado interno --bancos como o Santander Brasil est?o elevando proje??es de infla??o em fun??o das carnes--, o presidente da ABPA afirmou que pre?os das carnes ficaram muito baixos nos ?ltimos tempos, com o setor tamb?m sofrendo os problemas da economia fraca.
'Ficou tr?s anos sem aumento, tem gordura para queimar', disse ele.
Escrito por Redação
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