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Exportação de minério de ferro do Brasil perde força em março diante de cortes da Vale

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Por Roberto Samora

S?O PAULO (Reuters) - As exporta??es de min?rio de ferro do Brasil no acumulado de mar?o perderam for?a, na primeira fraqueza nos embarques do pa?s desde o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), da Vale, maior produtora global da commodity, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo governo brasileiro.

Os embarques do pa?s, que cresceram 9,5 por cento em fevereiro na compara??o com igual m?s do ano passado, apresentaram queda na m?dia di?ria at? a terceira semana de mar?o em rela??o ao ritmo do in?cio do m?s, segundo dados da Secretaria de Com?rcio Exterior (Secex).

Os pre?os m?dios, contudo, est?o 16,6 por cento mais altos em mar?o, na esteira da alta das cota??es internacionais com os cortes de produ??o pela Vale, cuja capacidade produtiva foi reduzida em mais de 80 milh?es de toneladas/ano por conta dos desdobramentos da trag?dia em Brumadinho, que fez mais de 300 v?timas, entre mortos e desaparecidos, em 25 de janeiro.

No acumulado do m?s at? a terceira semana de mar?o, o Brasil exportou em m?dia 1,29 milh?o de toneladas ao dia, ante 1,68 milh?o de toneladas da m?dia verificada em mar?o at? a segunda semana, de acordo com a Secex.

A m?dia di?ria de fevereiro havia sido de 1,446 milh?o de toneladas ao dia, enquanto em mar?o de 2018 foi de 1,42 milh?o de toneladas ao dia.

No primeiro bimestre, as exporta??es de min?rio de ferro do Brasil, amplamente dominadas pelos embarques da Vale, totalizaram cerca de 62 milh?es de toneladas, alta de 14 por cento ante o mesmo per?odo do ano passado.

Procurada, a Vale n?o tem se pronunciado sobre sua estrat?gia de vendas, se os embarques maiores no primeiro bimestre ocorreram com a utiliza??o de estoques ou capacidade produtiva n?o atingida por cortes de produ??o decorrentes do rompimento da barragem --a maior parte da extra??o do companhia, e de melhor qualidade, est? no Par?.

A Vale afirmou anteriormente que compensaria uma parte das perdas, pelo descomissionamento das barragens, com a produ??o em outras unidades. Mas, diante de medidas judiciais que obrigaram a mineradora a suspender parte das opera??es, alguns analistas t?m dito que a companhia s? n?o ser? atingida financeiramente porque vai se beneficiar da alta dos pre?os do min?rio de ferro.

Atualmente, o min?rio de ferro entregue na China, principal cliente do produto brasileiro e da Vale, est? cotado a 88,50 d?lares por tonelada, ap?s um pico de mais de 94 d?lares em 11 de fevereiro, segundo dados da consultoria SteelHome. No acumulado do ano, os pre?os subiram cerca de 22 por cento, com impulso dos problemas no Brasil.

Esse aumento na cota??o come?ou a aparecer no valor do produto exportado. Segundo dados da Secex, o pre?o do min?rio embarcado pelo Brasil foi de 61,70 d?lares por tonelada no in?cio de mar?o, em m?dia, alta de quase 17 por cento na compara??o com a m?dia de fevereiro.

Mais recentemente, al?m dos cortes j? anunciados de capacidade produtiva, a Vale sofreu os efeitos da interdi??o do terminal portu?rio de min?rio de ferro na Ilha da Gua?ba, pela Prefeitura de Mangaratiba (RJ), que citou problemas de polui??o. O terminal tem exportado cerca de 40 milh?es de toneladas ao ano.

(Com reportagem adicional de Marta Nogueira)

Escrito por Redação

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