Exportações para Argentina têm desacelerado, Brasil segue atento à economia do país, diz MDIC

BRAS?LIA (Reuters) - As exporta??es brasileiras para a Argentina t?m desacelerado nos ?ltimos meses, afirmou o secret?rio de Com?rcio Exterior do Minist?rio da Ind?stria, Com?rcio Exterior e Servi?os (MDIC), Abr?o Neto, ressaltando que o Brasil seguir? atento aos desenvolvimentos econ?micos no pa?s vizinho para mensurar eventuais impactos para a balan?a comercial.

'A Argentina ? o terceiro principal parceiro comercial do Brasil, representa em torno de 7 a 8 por cento das nossas exporta??es. Ent?o obviamente que o desempenho econ?mico da Argentina est? diretamente relacionado ao desempenho comercial do Brasil', disse ele a jornalistas.

A Argentina vem passando por forte crise econ?mica, que tem abalado seus mercados financeiros e a atividade. Nesta manh?, o governo do pa?s anunciou que aplicar? novo imposto sobre as exporta??es e cortar? os gastos para reduzir seu d?ficit fiscal, enquanto negocia um financiamento com o Fundo Monet?rio Internacional (FMI).

Embora no ano o comportamento da balan?a comercial com rela??o ? Argentina seja positivo, houve desacelera??o 'nos ?ltimos quatro meses, com queda das nossas exporta??es em valor', disse o secret?rio.

'Agora observaremos como a economia argentina vai reagir', acrescentou.

Em agosto, as exporta??es brasileiras para a Argentina ca?ram 4,8 por cento sobre um ano antes, a 1,547 bilh?o de d?lares, informou o MDIC nesta tarde. Nos oito primeiros meses do ano, houve avan?o de apenas 0,5 por cento, a 11,559 bilh?es de d?lares.

Por outro lado, as importa??es do vizinho do Mercosul subiram 38,7 por cento em agosto, a 1,178 bilh?o de d?lares, e 17,4 por cento no acumulado do ano, a 7,279 bilh?es de d?lares.

A expectativa ? de que as medidas adotadas pela Argentina, que recai principalmente sobre os embarques agr?colas e do setor de minera??o, gerem receitas equivalentes a 1,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019.

A jornalistas, Abr?o avaliou que, de maneira geral, os produtos afetados n?o est?o na pauta bilateral Brasil-Argentina, embora tenha reconhecido que a medida envolve o trigo, que ? 'produto importante'.

Ele ressaltou, contudo, n?o ter acompanhado o an?ncio do aumento, raz?o pela qual n?o poderia comentar seus efeitos para o Brasil.

AUMENTO DAS IMPORTA??ES

Sobre o ritmo de importa??es brasileiras mais forte este ano, o secret?rio de Com?rcio Exterior indicou que a tend?ncia deve ser mantida em 2018 apesar da volatilidade no c?mbio.

'Sempre destacamos que, mais que o n?vel exato, o que influencia com mais rapidez as nossas compras externas ? a oscila??o desse d?lar. Ent?o, n?s temos contratos, geralmente contratos que s?o de mais longo prazo, que recebem o choque dessas oscila??es cambiais, mas n?o respondem imediatamente a essas mudan?as e s?o mudan?as que ainda s?o relativamente recentes', afirmou.

'Ent?o na nossa avalia??o essas taxas de crescimento (das importa??es) seguir?o acontecendo ao longo do ano a despeito da taxa cambial', prosseguiu.

O secret?rio afirmou ainda que as importa??es cresceriam ao ritmo de dois d?gitos no acumulado do ano mesmo se fossem desconsideradas as compras de plataformas de petr?leo, que t?m afetado as contas mensais.

Descontado esse efeito, haveria alta das compras externas de 15,7 por cento de janeiro a julho, contra expans?o de 23,1 por cento efetivamente registrada no per?odo.

Ele informou ainda que, nesse mesmo cen?rio, o avan?o das exporta??es sairia do patamar atual de 8,3 por cento para 6,2 por cento.

No ano at? agora, o Brasil importou quatro plataformas de petr?leo e vendeu outras tr?s.

(Por Marcela Ayres e Mateus Maia; Edi??o de Patr?cia Duarte)