Fila de navios para embarcar açúcar em Paranaguá quase zera com fretes e oferta menor
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Por Jos? Roberto Gomes
S?O PAULO (Reuters) - A fila de navios para embarcar a??car no Porto de Paranagu? (PR) caiu praticamente a zero na ?ltima semana, refletindo a menor oferta do ado?ante para exporta??o no Estado e as incertezas quanto aos custos com fretes, de acordo com dados da ag?ncia mar?tima Williams e um representante ouvido pela Reuters.
Segundo a Williams, apenas 2 por cento das vendas de a??car do Brasil ao exterior nas pr?ximas semanas sair?o por Paranagu?, com todo o restante sendo embarcado no Porto de Santos.
Embora o terminal paulista seja, de fato, o principal em termos de exporta??o de a??car, o paranaense costuma ter uma participa??o mais relevante nesses embarques, especialmente em meados do ano, quando a safra de cana no centro-sul do Brasil est? em seu pico.
Em julho de 2017, por exemplo, Paranagu? respondia por cerca de 20 por cento da programa??o de exporta??es de a??car do pa?s, o maior produtor e exportador global do ado?ante.
Em nota ? Reuters, a Associa??o dos Portos de Paranagu? e Antonina (Appa) disse que, no comparativo com Santos, ? importante lembrar que S?o Paulo produz cerca de 80 por cento de todo o a??car nacional e que Santos possui log?stica ferrovi?ria mais eficiente .
Devido ao baixo valor do produto, o a??car depende do modal ferrovi?rio para n?o inviabilizar a produ??o, ou seja, independentemente da recente negocia??o da tabela do frete , acrescentou a Appa, referindo-se ao fato de os pre?os internacionais do ado?ante estarem perto de m?nimas em anos devido ? ampla produ??o global.
J? o presidente da Associa??o dos Produtores de Bioenergia do Paran? (Alcopar), Miguel Rubens Tranin, avalia que as incertezas quanto aos fretes respondem em parte por essa situa??o.
Isso estava ocasionando lentid?o no neg?cio em Paranagu?, e com isso as tradings, os exportadores, acabaram optando por outro porto... Quem opera aqui, opera em Santos tamb?m, ent?o houve um ajuste nas entregas , explicou, destacando esperar que isso seja algo pontual.
O tabelamento de fretes foi uma das medidas adotadas pelo governo para acabar com os protestos de caminhoneiros em maio. A medida provis?ria que o instituiu est? em an?lise no Congresso e, desde junho, tem afetado o transporte de mercadorias do agroneg?cio brasileiro, segundo entidades representativas.
MENOS A??CAR
Tranin ponderou, contudo, que o Estado tem produzido menos a??car para exporta??o, com as usinas focadas na fabrica??o de etanol.
Fazia muitos anos que n?o via uma produ??o t?o alcooleira. O que tem sido feito de a??car ? para honrar compromissos anteriores, para cumprir contratos e efetivar negocia??es passadas. Naquilo que ? poss?vel, o Paran? est? produzindo etanol , disse.
Conforme ele, neste ano, 50 por cento da oferta de cana no Estado est? sendo direcionada ? produ??o de etanol, enquanto historicamente esse percentual fica perto de 40 por cento. O Paran? deve processar 36 milh?es de toneladas de cana na safra vigente, disse.
O centro-sul como um todo tem impulsionado a produ??o de etanol, considerado atualmente mais atrativo que o a??car, cuja produ??o despencou 27,3 por cento na segunda quinzena de junho, conforme o relat?rio mais recente do grupo industrial Unica.
Com isso, espera-se que as vendas brasileiras do ado?ante ao exterior sejam de fato menores em 2018. No m?s passado, os embarques nacionais j? diminu?ram em 1 milh?o de toneladas, de acordo com dados do governo.
(Por Jos? Roberto Gomes)
Escrito por Redação
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