Força do MDB na Aneel incomoda equipe de Bolsonaro, que avalia mudanças, dizem fontes
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Por Luciano Costa
S?O PAULO (Reuters) - A equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro tem manifestado insatisfa??o com o que v? como uma forte influ?ncia do MDB sobre a Ag?ncia Nacional de Energia El?trica (Aneel), ap?s o presidente Michel Temer ter promovido em seu mandato uma troca praticamente completa na diretoria do ?rg?o regulador, disseram ? Reuters tr?s fontes com conhecimento do assunto.
O sentimento, que ? mais forte entre membros do c?rculo militar do pr?ximo governo, tem levado ? avalia??o de medidas para reduzir o poder decis?rio da ag?ncia ou a influ?ncia do partido na Aneel, segundo essas pessoas, que falaram sob a condi??o de anonimato.
O atual diretor-geral da Aneel, Andr? Pepitone, ? o ?nico nome que n?o foi substitu?do por Temer, mas sim promovido do cargo de diretor para o comando do ?rg?o, movimento em que foi apadrinhado pelo ex-presidente Jos? Sarney e pelo ex-senador Edison Lob?o, nomes fortes do MDB e com longa influ?ncia no setor el?trico, inclusive em algumas das recentes nomea??es para a ag?ncia.
Pepitone chegou a visitar Bolsonaro no final de outubro, antes do segundo turno das elei??es presidenciais, quando foi acompanhado de consultores e executivos do setores de eletricidade, petr?leo e g?s. Na ocasi?o, o grupo apresentou uma s?rie de propostas ao ent?o candidato do PSL.
O movimento, no entanto, n?o ajudou em nada a reduzir as resist?ncias da equipe de Bolsonaro ao diretor-geral da Aneel.
'O efeito pr?tico disso foi exatamente o contr?rio do que eles queriam', afirmou uma das fontes. 'No momento, h? uma certa repulsa, de n?o querer qualquer alian?a com o que ? vinculado ?s antigas pr?ticas.'
De acordo com essa fonte, uma ideia em discuss?o no grupo de Bolsonaro seria 'dar uma enquadrada' na Aneel, com medidas 'de governan?a' que reduzam o poder decis?rio da ag?ncia ou sua capacidade de tomar medidas num sentido contr?rio ao desejado.
Uma segunda fonte, no entanto, disse que ideias mais radicais tamb?m foram discutidas na equipe do pr?ximo governo.
'H? um descontentamento em rela??o ? ag?ncia, um desconforto... um caminho seria tentar, por exemplo, juntar a Aneel e a Ag?ncia Nacional do Petr?leo (ANP) e fazer uma 'ag?ncia de energia'. Ao fazer isso voc? poderia colocar uma outra estrutura e um outro diretor-geral', afirmou.
'Um jeito de voc? trocar diretorias seria se voc? extinguisse a ag?ncia e criasse uma nova. Houve esse debate... seria um jeito de dar uma 'limpada' nas indica??es pol?ticas', apontou uma terceira fonte.
Essa interven??o mais direta, no entanto, tem gerado receio em parte da equipe e n?o ? mais vista como um caminho preferencial a ser seguido, afirmou a primeira fonte.
'Houve essa discuss?o, mas como ficou parecendo que poderia ser uma virada de mesa, estava descartado. Houve isso, foi aventado, mas foi fortemente criticado internamente', explicou.
Procurada, a Aneel respondeu por meio da assessoria de imprensa que 'n?o comenta a transi??o de governo'.
Representantes da equipe de Bolsonaro n?o responderam a pedidos de coment?rio.
A Aneel foi criada em 1996, no governo Fernando Henrique Cardoso, sob a vis?o de atuar como uma ag?ncia independente, sem car?ter pol?tico, de forma a garantir alguma estabilidade a um setor em que os investimentos s?o feitos com vis?o de longo prazo.
Os diretores s?o indicados pela Presid?ncia e sabatinados pelo Senado, mas t?m mandatos de quatro anos, per?odo em que n?o podem ser destitu?dos.
O atual diretor-geral, Pepitone, ? servidor de carreira da ag?ncia desde 2000 e foi nomeado diretor em 2010. Os demais membros da atual diretoria tomaram posse ao longo deste ano.
MUDAN?AS NA EQUIPE
O grupo formado por Bolsonaro para discutir as pol?ticas de sua futura gest?o para o setor de energia passou por algumas mudan?as recentes.
Juntou-se ao time o presidente e conselheiro da estatal Eletronuclear, bra?o de energia nuclear da Eletrobras, Leonam Guimar?es, conforme publica??o no Di?rio Oficial da Uni?o na semana passada.
Guimar?es, que serviu a Marinha por 30 anos e ? Capit?o-de-Mar-e-Guerra da reserva, ? amigo pessoal do ministro de Minas e Energia escolhido por Bolsonaro, o almirante Bento Albuquerque, segundo uma fonte familiar com o assunto.
J? o acad?mico Luciano de Castro, professor da Universidade de Iowa, um dos primeiros a aderir ? equipe de Bolsonaro para o setor de energia, teria perdido for?a dentro das decis?es do time, de acordo com outra fonte.
(Por Luciano Costa)
Escrito por Redação
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