Frete para grãos deve subir com demanda represada, há necessidade de liberar silos
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Por Jos? Roberto Gomes
S?O PAULO (Reuters) - Os custos para o escoamento da segunda safra de milho do Brasil, em fase inicial de colheita, tendem a subir no momento em que agricultores e tradings ficarem mais ativos nas contrata??es, uma vez que a demanda por transporte represada deve superar a oferta de caminh?es, disseram especialistas ? Reuters nesta quinta-feira.
Neste momento, as vendas de produtos agr?colas como soja e milho est?o praticamente paralisadas, no aguardo de uma solu??o para o impasse decorrente do tabelamento do frete, que enfrenta resist?ncia no agroneg?cio e outros setores da ind?stria.
Mas especialistas avaliam que em algum momento o transporte de gr?os precisar? ser retomado, com tabela ou n?o, caso contr?rio n?o haver? espa?o nos silos para guardar a produ??o de milho.
A expectativa ? de que o Brasil produza cerca de 58 milh?es de toneladas de milho na atual safrinha, queda de 13,6 por cento na compara??o anual. Mas o menor volume n?o deve se refletir em fretes mais baixos, uma vez que ainda h? soja da safra recorde para ser enviada aos portos e ind?strias processadoras.
Tanto a comercializa??o quanto o escoamento rodovi?rio da safra est?o praticamente travados h? quase um m?s em raz?o dos protestos de caminhoneiros e, agora, das indefini??es quanto ? tabela de fretes.
Com a proximidade da safrinha, estamos chegando a um per?odo em que n?o tem para onde escapar. Vai ter procura maior por transporte... , disse o pesquisador da Esalq-Log, da Universidade de S?o Paulo (USP), Samuel da Silva Neto.
Segundo ele, com uma maior concentra??o do escoamento do milho, a tend?ncia ? de que os caminh?es tamb?m tenham que esperar mais para descarregar nos portos, gerando custo de estadia e impactando no valor do frete rodovi?rio.
Mesmo desconsiderando-se a tabela de pre?os m?nimos, j? prev?amos uma mudan?a no patamar de fretes at? o final do ano , acrescentou ele.
Pelos dados mais recentes da Esalq-Log, o frete m?dio para transportar milho da regi?o de Primavera do Leste (MT) ao Porto de Santos j? estava em maio, quando ocorreram os protestos, 17,4 por cento maior na compara??o com igual m?s de 2017, em torno de 247 reais por tonelada. A institui??o ainda n?o tem os n?meros fechados de junho.
ARMAZENAGEM
Na avalia??o do diretor t?cnico da Informa Economics FNP, Jos? Vicente Ferraz, o setor aguenta no m?ximo mais um m?s o ritmo quase parando de comercializa??o e escoamento de gr?os --o Brasil ? o maior exportador global de soja e um dos principais fornecedores de milho.
Se n?o escoar, vem a safrinha e os problemas v?o se avolumando , disse Ferraz, lembrando que a soja armazenada precisa dar lugar ao milho, evitando-se um problema maior de estocagem e eventuais perdas de produ??o.
Nos portos do pa?s, o total de navios aguardando para carregar produtos do complexo soja est? 60 por cento maior neste ano frente igual momento de 2017 justamente por causa dos reflexos dos protestos.
Pela Ferraz, n?o h? solu??es de curt?ssimo prazo que n?o a negocia??o dos termos da tabela de fretes, dado que o transporte da safra agr?cola brasileira se d?, basicamente, por modal rodovi?rio.
Associa??es do setor t?m afirmado que consideram a tabela inconstitucional e que n?o est?o negociando os termos. As entidades t?m ingressado na Justi?a contra o chamado frete m?nimo, argumentando que isso fere o livre mercado.
O fato ? que eventuais fretes mais altos devem encarecer os custos para compradores e consumidores, na avalia??o de outra consultoria.
Vai ter custo maior, repasse para o consumidor final. De uma forma ou de outra, vai continuar escoando, embora possa ser afetado negativamente o volume, porque essa situa??o prejudica a competitividade e a log?stica (do pa?s) , disse a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
Consultorias e entidades projetam que o Brasil embarques neste ano mais de 30 milh?es de toneladas de milho e mais de 70 milh?es de soja.
Escrito por Redação
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